As Crônicas de Vahl Hallen
 
Capítulo 6
 
   Lisel seguiu Victor por dentro da câmara, surpreendeu-se tanto quanto ele quando chegou ao centro e não encontrara nada. Enquanto ela se esquivava em um dos corredores, ele enaltecia toda sua frustração. Scott e Olivier finalmente conseguiram se desvencilhar do feitiço e foram para lá.
-Eu não entendo, toda essa proteção, para não estar aqui. Onde o colocaram? – Victor começava a questionar-se sozinho.
-Do que está falando? – Scott caminhou até ele, pelo corredor leste.
-Da arma mais valiosa que está câmara guarda, rapaz.
-Um livro?
-Não! Na verdade, ela não tem uma forma definida, não há relatos que outro mago a utilizou após Theodor falecer, afinal, ela pode assumir a forma que seu dono desejar.
-O Cajado de Theodor? – Perguntou Lisel. – Os magos antigos sempre priorizavam seus cajados, Theodor foi um dos primeiros a conseguir concentrar a magia de todas as classes, por isso se tornou um herói para todos nós.
   Victor permanecia ali, parado percorrendo todos os cantos com seu olhar insatisfeito, não conseguia acreditar que depois de tanto planejamento, chegaria até ali e não encontraria seu prêmio.
-Creio que esteja na hora de partir. – Argumentou ele, voltando-se para os três amigos que já estavam agrupados no corredor principal.
-Você não o encontrará Victor, nós estaremos aqui para protegê-lo. – Respondeu Lisel.
-Proteger? Se os quisesse mortos, já estariam mortos, não percebem?
   Logo após Victor desaparecer Scott proferiu um feitiço. Um tão antigo que nem mesmo Lisel reconheceu a primeira vez que o ouvira, Olivier ficou espantado ao ver um cajado de madeira aparecer flutuando sobre sua cabeça.
-Como fez isto? – Lisel ainda não acreditava.
-Sabia que Victor conseguiria entrar, por isso tive a ideia de esconder o item mais precioso de todos.
-Mas como sabia que era o cajado? Há tantas coisas aqui.
-Ele levou o livro das bruxas, os olhos espíritos dos necromantes, era um pouco óbvio que buscaria a arma mais poderosa dos magos, não?
-Nossa, como deixei essa passar. Foi um ato brilhante Scott.
-Vamos simplesmente, deixá-lo aqui? – Perguntou Olivier.
-Pensando bem, acho que deveríamos escondê-lo em outro lugar, afinal, Victor pode voltar a qualquer momento e vasculhar a câmara inteira. – Scott teve uma ideia.
-Onde pensas em deixá-lo? – Lisel demonstrava cautela, mas sabia que Scott tinha razão.
-Se o que dizem é verdade, podemos transformá-lo em uma varinha e guardá-la conosco.
-Isso é muito perigoso, alguém iria suspeitar ao vê-los com uma varinha brilhante. – Argumentou Lisel.
-Mas você não, é o que devemos fazer, deves ficar com ela Lisel. Você com toda certeza é a mais discreta de todos nós.
   Lisel queria recusar, mas sabia que dentre eles era a única capaz de assumir a tarefa, então deu um passo à frente e pegou o cajado, imaginando-o uma varinha, o que poucos instantes depois tornou-se real. Ela podia sentir todo aquele poder que exalava de sua base, levantou sua jaqueta um pouco e a guardou ao lado de sua velha companheira.


 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 23/11/2016
Reeditado em 08/12/2016
Código do texto: T5832687
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