As Crônicas de Vahl Hallen
Capítulo 11
Gellard recebeu-os de bom humor, era um senhor bastante simpático e ao avistar Victor demonstrou uma grande satisfação em rever o filho de seu velho amigo. Lisel e os outros permaneceram ali, perto da porta que dava acesso aquela pequena casinha entre as montanhas, quem via aquele lugar, nunca seria capaz de imaginar o que ali escondia-se.
Enquanto todos caminhavam em direção ao corredor que servia de acesso para o portal, Scott demonstrou-se inquieto, algo não estava claro para ele. Mesmo que finalmente estavam a conseguir ajuda para tudo que iriam enfrentar.
O portal era nada mesmo que uma recriação de toda aquela montanha, Olivier espantou-se ao avistar o primeiro dragão. Era robusto e grandioso, com escamas azuis brilhantes, o que o fez engolir em seco. Lisel não demonstrou medo, ela estava era fascinada ao finalmente poder ver um dragão de perto.
-Tomem cuidado. – Alertou Gellard. – Apesar de dóceis, meus dragões não costumam gostar de estranhos. – Complementou.
-Existem quantos aqui? – Perguntou Victor.
-Nove. Por quê?
-Zerthor tem doze. Precisamos encontrar outros.
-São Dragões Negros?
-Sim.
-Então meus dragões não irão poder ajudá-lo. É muito perigoso.
Victor e Gellard entreolharam-se por alguns minutos, como se conversassem por pensamentos. Era claro o descontentamento de Victor, afinal, sem a ajuda de Gellard seria praticamente impossível derrotar o exército de Zerthor.
-Onde podemos encontrar outros dragões? – Lisel queria tentar.
-Eles estão quase extintos senhorita, sobraram muito poucos. – Gellard olhou-a como se fosse sua própria filha. – Espero que entendam, não posso deixar que levem meus dragões para a morte, eles são minha família, tudo que restou para mim. – Prosseguiu.
-Você sabe que nunca faria isto com eles Gellard, viemos até aqui, pois meu pai sempre confiou em seus serviços.
-Seu pai sempre foi muito sábio Victor, mas seu plano é suicida.
O entrave deixou Victor sem reação, para ele não era claro o que poderia fazer a seguir, mas sem ajuda de Gellard tudo parecia ainda mais difícil. Então, uma ideia surgiu na mente de Scott.
-Theodor baniu todos os dragões de Vahl Hallen? – Indagou ele.
-Sim. – Respondeu Victor.
-Não. – Iniciou Gellard. – Os Dragões Brancos foram usados na última batalha contra Zerthor, eles o massacraram. Mas desde então, ninguém mais vira nenhum deles.
-Então Theodor deve tê-los escondido em algum lugar. – Scott começava a fazer com que todos pensassem.
-É isto! – Victor demonstrara entusiasmo. – Você é um gênio, Scott. – Concluiu.
Naquela noite todos permaneceram ali, Lisel foi a única que não conseguiu adormecer facilmente, olhava pela janela do quarto, as estrelas brilhantes que iluminavam aquele lugar fictício. Mal sabia o que estava lhe tirando o sono, talvez fossem preocupações demais ou uma sensação estranha quando ficava perto de Victor.