As Crônicas de Vahl Hallen
 
Capítulo 14
 
   Scott e Olivier observavam o castelo ao lado do lago. Ambos praticavam um feitiço que Victor os instruiu, Lisel permanecia sobre a torre central.  Van Maarten e Victor conversavam na biblioteca.
-O que pretende fazer? – Perguntou Van.
-Elise.
-Talvez devesse levar em consideração que ela é muito jovem para isso.
-Mas continua sendo a mais forte de nós. Você sabe disto. Precisamos encontrar um meio de deixá-la frente a frente com ele.
-Se não der certo, o que vamos fazer?
-Seguiremos com seu plano. Podemos resolver tudo assim.
-Você sabe que o sugeri em último caso, não sabe?
-Sim. Mas, em último caso, você terá a chance de salvar a todos.
   Victor escondia algum segredo ali, Van parecia tentar despistar qualquer evidência do plano que ambos haviam criado e assim continuar com os preparativos para a chegada de Zerthor. Na câmara, Lisel havia encontrado alguns pergaminhos antigos, porém, não conseguira decifrá-los.
-Eles são muito complexos, não? – Perguntou Victor ao se aproximar dela.
-De fato, não consegui traduzir um sequer.
   O problema era grave e Victor sabia que precisava traduzir os pergaminhos, Lisel sugeriu que fossem falar com Gellard, afinal, ele deveria conhecer aqueles símbolos.
-Posso ir até lá se você preferir. – Argumentou ela.
-É muito perigoso. Irei com você, quando anoitecer, está bem?
-Sim.
   Gellard era um dos magos mais antigos que ainda existiam, somente Zerthor era ainda mais velho. Os pergaminhos brilharam em seus olhos e logo os dois ficaram esperançosos quanto a conseguir sua tradução.
-Que língua é esta? – Perguntou Lisel.
-Bem, creio que este seja um dos primeiros pergaminhos mágicos, muito antes de Theodor ou Vahl Hallen existirem. O dialeto da primeira geração de magos era bastante complexo e recheado de enigmas, assim causando bastante dificuldade para os inimigos o traduzirem. Talvez, na época, eles não pensaram que alguns milênios depois seus primogênitos também teriam essa dificuldade.
   O impasse prosseguiu por algumas horas, Gellard fez o que pode, mas, não obteve sucesso. Assim apenas restava sugerir a Victor e Lisel que procurassem Tarllin, o primogênito do primeiro oráculo e ancião de Vahl Hallen.
-Onde ele está? – Perguntou Victor.
-Nas montanhas de gelo ao Norte. Mas, cuidado, ele pode não ser amigável. Como anciões costumam carregar conhecimentos vastos demais para humanos, geralmente são um pouco fora de si, não o desdenhe.
   Victor agradeceu novamente Gellard e partiu com Lisel pela fenda de Leonard. Eles voltaram para o castelo e foram direto a biblioteca.
-O que está procurando? – Perguntou Lisel.
-Um mapa. As montanhas de gelo são um enorme labirinto se formos para lá sem sabermos onde estamos.
-Talvez seria melhor convidar Scott e Olivier.
-Não, eles estão ajudando Van Maarten com a vigia. Caso precisarmos de ajuda, conheço um feitiço que nos trará de volta num instante.
-Tudo bem.


 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 21/01/2017
Reeditado em 02/02/2017
Código do texto: T5888724
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