O MELHOR NATAL

Naquele dia se sentiu bem, nenhuma dor pelo corpo, sensação de bem estar, resolveu medir a glicemia e ela estava normal, não ia precisar tomar insulina, foi à farmácia verificar a pressão, estava ótima, não sentia nada. Alguma coisa o puxava para um lugar estranho, uma mata perto da cidade, era uma vontade louca de estar lá, foi, meio sem querer. Chegando lá, em uma clareira, ficou parado, silêncio, o dia foi passando, era vinte e quatro de dezembro, precisava ir embora, tinha ceia na casa de seu irmão, mas não moveu um músculo para sair dali, estava meio que preso. A noite chegou e ficou tudo escuro.

Em um certo momento, uma luz muito forte veio lá do alto, rápida, chegou até ele, pousou ali na sua frente um trenó puxado por renas, achou que estava doido, não estava, tinha mesmo um trenó ali.

Do veículo desceu um ser baixinho de orelhas pontudas e com uma roupa vermelha na mão, deu a ele e disse para se trocar, foram suas únicas palavras com ele, foi atrás de uma árvore e se trocou, já nem lembrava da sua família. Embarcou no trenó, sem trocar mais nenhuma palavra e o negócio levantou voo, rápido como um raio.

Naquela noite linda, ele distribuiu presentes por todo o canto, viu pessoas felizes com tão pouco, a velocidade de deslocamento era muito rápida, não entrava em casa alguma pela chaminé, elas não as tinham, entrava por debaixo da porta, pela fechadura, ou por onde fosse possível. Acabou seu trabalho. Voltou para casa. Dormiu...

Acordou no dia seguinte, sua glicemia estava alta, a pressão descontrolada, era dia vinte e quatro de dezembro, mas como? E não tinha comprado presente para ninguém, apesar de ter muito dinheiro, era avarento, saiu e comprou presentes para a família até para alguns amigos também, gastou um bom dinheiro, conseguiu alugar uma roupa de Papai Noel, não como a que usou, ou sonhou ter usado, naquela noite, e entregou os presentes. Ficou feliz... Seus parentes e amigos, admirados, ficaram felizes. Percebeu que era simples ser feliz. mais tarde, quando voltava para casa, pela madrugada, viu uma luz riscar o céu e ouviu uns sininhos tocando, como na noite anterior, em que ele estava lá... Acreditou no que, para ele, sempre foi besteira...

Celso Ciampi
Enviado por Celso Ciampi em 14/12/2023
Código do texto: T7953730
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