o animal no milharal

- mas que merda!- diz uma moça de uns vinte e poucos anos, cabelos negros encaracolados que lhe cobriam os ombros, olhos negros, magra, rosto alongado de simetria perfeito. Trajava uma calça jeans velha e uma blusinha de alças pretas, e nos pés um par de botas sem salto, e na cintura um coldre, com duas pistolas.

- mas que bosta!-falava para si mesma, horas andando horas correndo em meio ao milharal em flor.

-mas será que nunca irei achar ele!

Ela olhava ao redor, as vezes abaixava-se para conseguir ter uma visão mais longe, mas era em vão.

-maldição, esse milho não foi plantado mas, sim semeado!

Ao longe ela ouve um grunido, e logo seguido por um grito:

- MAX ESTA AQUI! MAXXXX!

Ela dispara em direção ao grito mas para bruscamente quando vê um animal, que parecia muito com um suíno, ate poderia ser confundido com um a não ser pelo par de chifres e pelos 5 olhos, e uma cauda com um ferão na ponta.

- Deus do céu!

- Max por que demorou tanto! – disse uma moça de orelhas pontiagudas, olhos negros rostos arredondado, e cabelos que nasciam negros mas a uns cinco dedos da raiz ficavam ruivos intensos que desciam ate seus seios.

-hora tien não é fácil correr no meio desse milharal todo.

O animal agora rosnava e mostrava suas pressas amareladas, sua baba branca escoria entre elas e pingava ate o chão.

- hora vamos- disse max fitando o animal- não queremos machucar você.

O animal agora rosnava ainda mais e começou a estraçalhar um pé de milho para mostrar do que era capaz.

- o que vamos fazer? Mata-lo não parece certo. - disse max.

-então vamos ter que fazer-lo entender isso.

Nisso ele começa a correr em direção de max, que rapidamente se esquiva dele, mas ele vira bruscamente, e imediatamente volta-se contra ela de novo; mas desta vez max não consegue ser tão rápida quando o animal acaba se desequilibrando e cai. O animal salta no ar mirando a face de max, mas max saca as armas e olha fixamente para os olhos laranjas do animal, no olhar dela havia um pedido de desculpas pelo que iria fazer. Max com os dedos no gatinho, percebe algo errado, o animal fica cara a cara com suas armas e com seus olhos negros, ele esta ali flutuando, suspenso no ar.

- Max, não sei por quando tempo irei agüentar esse bicho feio, mas é melhor você sair dali e tentar convencer ele logo.

Max rastejando para trás sai e guarda uma de suas armas, mas a outra aperta contra a fuça do animal e fala:

-olha aqui, se você não parar com isso agora irei estourar sua cabeça e acredite isso eu não quero. Esta me compreendendo?

O animal desta vez com os olhos arregalados, balança a cabeça para cima e para baixo.

-ótimo, tien solte-o, e você lembre se - falou max balançando a arma na frente dele. – miolos pelo chão.

O animal gentilmente toca o solo, ele parece acuado.

Max novamente o fita e desta vez percebe como suas orelhas são enormes. Elas quase tocam o solo, e max tem a impressão que se esse bicho realmente quisesse poderia voar com elas. E seus dois chifres são extremamente afiados, como facas.

Ela o olha e fala:

-com o que misturaram seu DNA?

Tien percebe que sua amiga, de uma certa forma se identifica com aquele animal, afinal os dois são modificados geneticamente, construídos em laboratórios, uma coleção de genes de varias espécies...tien afasta seus pensamentos e pegando no braço da amiga fala:

- vamos o homem da vila esta esperando.

Ambas saem do milharal, seguidas pelo animal, quem o veria agora nunca diria que era capaz de tanta fúria, parecia mais um cão seguindo o seu dono.

- Espera ai.- falou tien, quando já era possível ver a vila ao longe- o que será dele?

-como assim?

Tien olha para o animal ela pode sentir que ele quase sorri para ela, quase pede desculpas pelo seu ataque de raiva.

-a vila, quando o devolvermos o que será dele? O que o seu dono fará?

- não sei.

-sabe sim max, ele o matará, afinal quem ira querer uma experiência, desobediente, vagando por ai, e não esqueça que ele atacou cinco pessoas.

-e o que sugere?

Tien olhou para max e falou:

- não sei se é uma boa idéia eu gosto dele, mas ...

Ambas olham para o animal que agora estava cheirando um tronco de arvore, ele cheira e rodeava a arvore, como se fosse a coisa mais preciosa da sua vida.

-esta bem-diz max, tirando um comunicador da bota- igor, transporte tien e o animal, que esta conosco.

Logo ambos desapareceram, e max sozinha seguiu, ate chegar na vila onde encontrou um homem de 70 anos gordo sem dentes e que cheirava mal, ele falou:

- então onde esta aquela maldita besta?

-tivemos que mata-la.

-E onde esta a outra moça?

-o animal a mordeu e ela voltou para a nave.

-áhh, então eu tenho que pagar o hospital das cinco pessoas que esse animal estúpido mordeu e ainda você! E NEM IREI PODER TER O PRAZER DE MATAR ESSE PORCO FILHO DE UMA PUTA.

-é exatamente isso senhor, a vida não é justa.

O velho olhou para max, e gritou cuspindo:

- È CLARO QUE NÂO È, POR QUE SE FOSSE EU NÂO ESTARIA NESSE BURACO!

Isso fez max lembrar da baba do animal, que pelo menos, não respingou em seu rosto.

O velho enfiou a mão no bolso de sua calça surrada e tirou uma pedra azul quando a entregou para max falou:

-Aqui esta. E não me diga que não é o suficiente.

Max a olhou e sabia que não era o suficiente, mas o animal estava vivo então ela achou melhor dar o caso por encerrado. Tirou o comunicar novamente de sua bota e falou:

-me suba.

Ela surgiu em uma sala de transporte com capacidade para 2 pessoas de cada vez.

E quando chegou no comando viu tien sentada na poltrona com os cabelos presos em uma trança, o animal a seus pés e igor sentado no lugar do piloto, olhando para a tela onde mostrava as estrelas, e o espaço, era um homem com cerca de 40 anos, com a pele excessivamente esticada em seu semblante, como se tivesse feito plásticas demais. Tinha cabelos negros e olhos azuis e a boca era apenas um risco.

- o que foi?-perguntou tien vendo que max olhava para ela.

-que dupla somos em? eu um resultado de laboratório e você uma alienígena perdida, e agora um porco chifrudo.

Tien sorriu.

-ei e não esqueçam de mim.- disse Igor.

-é, e você. - disse max- que nem tem DNA.

-hora somos uma família. -disse tien- a família que escolhemos ser.

Max sorriu e em seguida cutucou o animal com o pé, ele abriu três dos cinco olhos. Max falou:

-se comporte, senão eu paro em um planeta qualquer e o abandono.

O animal fechou os olhos e voltou a dormir tranquilamente, quase como falasse “ sim...sim, agora me deixe tirar minha soneca”

- e agora para onde?-perguntou igor.

-bem temos uma encomenda para pegar e entregar, paga se bem.- disse tien.

-uma encomenda. -diz decepcionada max.

-hora não é tão ruim, e afinal não estamos fazendo nada mesmo, e alem do mais acho que devemos cruzar o espaço de Julms.

-mas lá só tem piratas e tranqueiras desse tipo.

-é por isso que querem a gente.

-então igor.

-sim curso marcado para pegar a encomenda, em Tins.

Continua...

valmi
Enviado por valmi em 18/05/2009
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