A INVASÃO DO PODER

Palácio do Planalto, Brasília, 13 de agosto de 2010, Brasil,

Os corredores do planalto estão vazios. O presidente Lula está acompanhado de meia dúzia de assessores, e outra meia dúzia de seguranças, que não puderam acompanhar a ex-ministra Dilma em suas viagens eleitorais. A campanha segue firme, embora Serra até assuste, mas o presidente tem ciência que no momento exato sua aparição será fundamental. Eles caminham extenuados, foi um dia de críticas, e a recém realizada segunda visita do líder do Irã, Mahmoud Amadinejah, causou repercussão mundial. Lula esta ainda no calor do momento, e é u único atento entre os outros extenuados pelo dia cansativo.

Com a luz tênue, o presidente logo percebe que não estão sozinhos, porém sente a presença de algo que não pode ser visto, ele silencia pensando que a idade já lhe causa peças. No entanto ele é o único clarividente, pois os saguões do palácio estão a cada minuto mais cheios. Os seguranças não percebem, mas seres tão incolores e insípidos como o ara perambulam pelos corredores do poder. Viajam como a brisa, com suavidade e silêncio.

Há algum tempo está tudo planejado. Muita gente má morrera nos últimos séculos, e o céu lhes fora renegado. Uns passaram anos no exílio do limbo, outros como menor poder de maldade vagavam pela terra assombrando casas, e famílias temerosas. Mas tamanho mal em suas almas não aceitava este tipo de compensação. Mas a vontade de construir algo tremendamente maléfico só tornou-se realidade quando um dos prisioneiros do Limbo fugiu para a terra e começou como os santos, a pregar sua palavra. Porém ao invés de salvar queria ele exterminar com tudo e com todos, e assim percorreu cada cidade, cada lugarejo, recrutando os seres que permaneciam nas sombras. Eram muitos.

E quando uma grande legião o seguia e um exército de almas maldosas conseguiu criar ele partiu para seu maior plano. Algo que jamais conseguiria em vida, e que a morte lhe proporcionaria. Uma tropa então rumou para o distrito federal. Ao invés de assombrar casas de pobres moribundos invadiriam nada menos que o palácio do planalto.

Os espíritos perambulavam pelos corredores se apossando de cada corpo que habitava o planalto naquele fim de tarde. Nem mesmo o líder supremo do país que começava a se tornar uma das principais nações do mundo foi poupado. Os olhos de Lula cerraram-se. Seu olhar complacente e alegre se encurvou e suas sobrancelhas peludas formaram um “V”. Ele inesperadamente parou. Seus seguranças olhavam para ele. Tinham os mesmos olhos vidrados. O presidente deu meia volta, e foi até sua sala. De lá ordenou o ministro da justiça a cercar o congresso, o que foi feito em menos de 15 minutos, pois uma legião de soldados com olhos enfumaçados estava pronta para agir.

Em seguida ligou para seu recente visitante. – Estamos prontos! Do Irã um avião partiu carregando uma bomba nuclear. Do Brasil, os caças recém adquiridos da França partiram para atacar os Estados Unidos, que estavam com seu sistema de segurança fragilizados por ataques hackers. Antes da meia-noite do dia 13, a terceira guerra mundial Foi iniciada. Lula ria diabolicamente. Sabia que a era dos tacapes estava prestes a retornar no planeta.

Douglas Eralldo
Enviado por Douglas Eralldo em 28/12/2009
Código do texto: T1999361
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