mirabela o amargo sabor do destino-continuação

Muito indecisa e um tanto sem graça ela baixa a cabeça. Depois, lançando um olhar triste para ele, ela esboça um doce sorriso e lhe diz:

- Santiago, estas festas são muito chiques. Exigem que as pessoas vão bem elegantes e eu não tenho roupas bonitas.

Santiago ternamente segura-lhe o queixo, levantando-lhe a cabeça:

- Você não precisa destas bobagens. Já é bonita de qualquer jeito.

Afastando-se dele, ela lhe responde: - Isso é o que você pensa, se eu chego lá vestida de qualquer jeito vão me expulsar antes mesmo de eu entrar.

- Eu jamais deixaria isso acontecer.

Neste momento Fabricia chega ofegante : - Oi gente! já chegaram a alguma conclusão?

- Sobre o quê? pergunta Santiago curioso.

- Ué! se vão ou não assumir compromisso.

Mirabela enrubece ao ouvir aquilo e de pronto a repreende:

- Não diga bobagens Fabricia! Santiago e eu somos apenas bons amigos. Não é verdade Santiago?

- Só por que você quer.

Santiago comenta com Fabricia sobre a festa e esta fica eufórica:

- Oh Santiago, por favor me deixa ir também?

- Só se a Mirabela fôr.

Mirabela põe as mãos na cintura balançando a cabeça negativamente:

- Pode esquecer isso Santiago. Não existe a menor possibilidade de eu ir à esta festa. E depois tem a minha mãe e minha avó. Elas jamais iriam permitir isso. Agora por favor, saiam os dois daqui que eu preciso trabalhar.

Fabricia, como era de se esperar corre atrás de Santiago insistindo-lhe para que a convidasse para a festa:

- Santiago por favor! deixe-me ir mesmo que a Mirabela não vá.

Ele porém para sobressaltado devido a grande idéia que lhe passa pela cabeça:

- Fabricia, vamos combinar uma coisa? você convence a Mirabela, inclusive a mãe e a avó para liberá-la e você será convidada também. Que tal?

- Deixa comigo!

Dizendo isso ela sai correndo feliz da vida. Santiago estava perdido de amor por Mirabela. Pensava nela constantemente. Estava sempre querendo-a por perto em todos os momentos de sua vida. E ela também o estava amando, pela primeira vez na vida amava alguém.Para ela era tudo tão novo em sua vida. As pessoa sempre se afastaram dela principalmente os rapazes. Talvez por julgarem-a distante e diferente por seu jeito fechado, somente se descontraia quando conhecia melhor as pessoas. E Santiago foi o único a derrubar àquela barreira. E ela sempre pensava: " Que corajoso! por enfrentar sua mãe e sua avó". E principalmente a ela.

Ao tomarem conhecimento da festa, dona Albertina e dona Lázara tomam um susto:

- Por Deus! Mirabela você não está pensando em ir à esta festa, está?

- Claro que não vovó. Só estou comentando.

A senhora Albertina afasta-se um tanto aborrecida e asperamente a repreende:

- Acho bom você afastar-se desta gente. Está procurando sarna para se coçar.

- Mãe eu não vou à esta festa.

A avó também interfere:

- Minha filha, este rapaz pode ser muito bonzinho no canto dele. Mas, a partir do momento em que fica querendo uma proximidade mais séria, aí tudo muda.

- Eu sei tudo isso vó. Não alimento ilusões com o Santiago e vocês sabem disso.

Ouvindo aquilo a avó a chama para sentar-se em seu colo e acariciando-lhe carinhosamente os cabelos lhe diz orgulhosa:

- Sei muito bem que tenho mil motivos para me orgulhar de você minha querida neta.

CAPITULO III

Enquanto isso bem distante daquela cidade, num esconderijo bem secreto havia uma quadrilha de perigosos bandidos. Quadrilha que seu chefe, o Italiano D. Giogio de Vaggio* a tratava por familia. D.Vaggio havia aprendido muito quando foi capo da máfia. Tornou-se um milionário de maneira ilícita. Ele não se considerava um criminoso, julgava-se espertalhão. Pois sentia-se tranquilo por até hoje só haver roubado milionários. E o mais incrivel é que não usava a força bruta. Costumava-se gabar que se dava bem as custas dos patos. Quando descobria alguém que como ele, enriqueceu com negócios escusos, logo inventava alguma empresa ou banco fantasma numa maneira de se aproveitar e ganhar dinheiro,ou seja, muito dinheiro. Ele costumava ironizar que, se aquele indivíduo tem tanto dinheiro, por quê não dividir com ele? E desta forma D.Vaggio com sua célebre inteligencia criou algumas quadrilhas chamadas carinhosamente por ele de familias em quase todo o Brasil e num pouquinho lá de fora. Grande empresário que era , tinha pessoas que trabalhavam para ele em alguns lugares do mundo. Suas empresas eram acima de qualquer suspeita; grandes supermercados, lojas, farmácias, atacadistas entre outros. Tudo construido ilicitamente, as custas dos patos como ele costumava dizer, visto que, nunca trabalhara para ninguém. Dizia ele. Impostos então, sonegava de mais. Entretanto era o queridinho das pessoas de baixa renda. Até tinha creches, escolas e hospitais e isso era um grande motivo para explicar a sonegação

Para as pessoas que pouco sabiam sobre ele e principalmente para a policia, D.Vaggio era conhecido por vários apelidos como: homem vampiro. Por gostar muito de escuridão chamavam-no de homem morcego, homem noite, homem drácula.

Ele porém andava preocupado e queria um líder para a sua quadrilha local. Não estava satisfeito com o líder atual , aliás considerava todos uns imcompetentes. MUitos de seus integrantes já haviam sido capturados devido a má administração dos muitos líderes que já comandaram suas "familias". Isso deixava o grande chefão nada satisfeito, até que um dia...

-Carlão, Carlão!

- Pois não senhor..

O homem encontrava-se sentado de costas numa cadeira com os pés por sobre a mesa. Um charuto na boca fazia-o olhar para cima de forma satisfatória ao soltar baforadas de fumaça. Vestia um sobretudo, calçava largas botas e usava também um capuz que mantinha-lhe sempre cobrindo o rosto, como se estivesse sempre se escondendo com receio de algo. A sala em que estava era muito escura em nada contrastando com o lindo sol que brilhava lá fora, por ser apenas meio dia.

- Carlão, reúna todos os homens e traga-os aqui, vou organizar uma reunião.

- Pois não senhor!

E mais tarde lá estavam todos reunidos. O homem sempre com seu charuto na boca começa então o seu discurso:

- Vou direto ao assunto. Vocês são todos uns imcompetentes. Estão fazendo tudo errado. Você Carlão, ainda consegue ser o pior de todos os líderes que já passaram por nossa quadrilha. Na sua liderança oito prisões já aconteceram. Eu não aceito erros. Por isso vou logo dizendo que pretendo mudar de estratégia. Você sabe o que acontece quando um de meus homens é capturado sabe?

- Não senhor!

O homem levanta-se e tirando bruscamente o charuto da boca o encara bem de perto. Quase que encostando o seu rosto no de Carlão.

- Acontece que estão no meu rastro, que em pouco tempo irão me capturar. Eu não quero ser preso e nem deportado por sua causa, aliás por causa de vocês. Se isso acontecer eu acabo com vocês antes. Estamos entendidos?

- Entendí senhor.

- Por isso tomei uma decisão.

- E qual é senhor?

- Quero que sequestrem uma pessoa.

Quem?

O homem começa longos passos pela sala. Depois volta-se para Carlão:

- A vendedora de flores. A tal Mirabela.

*D. Giorgio de Vaggio. não conheço ninguém com este nome, este é um nome fictício. Assim como também não conheço ninguém como o referido personagem. Qualquer semelhança é pura coincidência.*