CONTROLE MUNDIAL

Lucy sai do prédio da empresa farmacêutica Shine-Health, por impulso olha para trás e admira-se, lembra-se de todo o seu empenho e como deu de si mesma para chegar onde chegou, desde a tímida estagiária de farmacêutica-bioquímica à supervisora da divisão de produção de vacinas da multinacional no Brasil. Ela abdicou de muitas coisas, saída com amigos, namorados, e agora como 32 anos . . . quem sabe o Andrey que tem uma queda por ela . . . ah, mas valeu a pena, sua família sente orgulho dela embora sinta sua falta devido a sua agenda apertada.

Lucy sente a brisa no rosto e sente-se merecedora de tudo o que conseguiu. Entra em seu carro e vai deixando para trás o lindo lugar onde fica a Shine-Health e vai chegando ao centro da cidade, hoje ela conseguiu sair mais cedo e acabou pegando o rush. Enquanto aguarda no sinal, olha para o lado, na calçada, transeuntes, pessoas que aguardam o coletivo, a maioria de máscaras – “uma triste realidade” – pensou ela, agora em 2022 as pessoas já acostumaram-se com as pandemias de gripe, começando com as gripes aviária e suína, agora era esperado a cada dois ou três anos uma nova pandemia, e, similar aos furacões, elas agora recebiam nomes, o nome da cidade onde primeiro teve o relato dos primeiros casos, agora estávamos vivendo a pandemia Hong Kong, e a Shine-Health estava a todo o vapor na produção das vacinas, e com novas tecnologias e o avanço da engenharia genética se tornou muito mais rápido a criação e produção das vacinas, ela se orgulhava pela colaboração de sua empresa na diminuição da desgraça humana causada pelas pandemias de gripe, Lucy, enfim se sentia feliz e realizada.

Novo dia, Lucy chega à Shine:

- Bom dia Dra. Lucy

- Bom dia Célia, alguma novidade para hoje?

- Sim, o Silvio pediu que você fosse ao escritório dele assim que chegasse.

- Isso é bom ou ruim Célia?

- Tomara que seja bom, bem pelo menos ele estava sorridente.

- Tá bom. Obrigada Célia.

Lucy e Célia - sua assistente - trabalhavam em grande sintonia, ela só não gostava da mania de Célia de arrumar namorados para ela, ela até acabou indo a alguns encontros indesejados – “Esse é o cara!”, “Ele é um gato”, etc, talvez até fossem, mas neste momento de sua vida Lucy não tinha tempo nem recursos emocionais para manter um relacionamento, para isso ela ainda não estava preparada.

O escritório de Silvio Antares, o gerente de sua divisão era enorme, e ela se assegurava de que pelo menos na Shine o tamanho do escritório era indicativo do seu cargo na empresa.

- Bom dia Silvio.

- Bom dia Lucy, por favor, sente-se, aceita um café?

- Sim, obrigada, vim direto para sua sala, para saber o que tem para mim, espero que não tenha nada a ver com os atrasos da produção.

- Não, calma Lucy, na verdade tenho uma missão para você, a Shine fará um seminário com todos os responsáveis das divisões de vacinas em sua sede em Newark, e você está automaticamente convidada.

- Mas, logo agora? Com toda a produção para a gripe HK em andamento e ainda em atraso...

- É apenas um final de semana, entre você ir à Nova Jersey e visitar seus pais no interior qual é a diferença?

- Bem, para um homem pode não significar muito, mas para uma mulher...

- Vamos lá Lucy, quantos filhos você tem mesmo?

Lucy não gostou da alfinetada, antes de Silvio namorar e casar com Andréia, ele a pediu em namoro, mas suas personalidades eram incompatíveis.

- Ok, Silvio, posso pelo menos saber o dia?

- Oh, me desculpe, está aqui em seu convite, próximo final de semana, as passagens já estão aí.

Sentada em sua sala Lucy examina o convite e o conteúdo do seminário, e fica se perguntando da necessidade do mesmo neste momento, mas tudo bem, eles que mandam afinal . . .

Se ela se admirava do prédio da Shine onde trabalhava em na filial do Brasil em São Paulo, a matriz em Newark, Nova Jersey, EUA, era magnífica, faziam seis anos desde a última vez que viera aqui e parece que triplicara de tamanho. O centro de convenções então, era magistral e impecável, a Shine sabia impressionar.

- Oi Lucy, sabia que a encontraria!

- Olá Fred, que prazer revê-lo!

- O prazer é todo meu, é bom encontrar velhos amigos!

- E você ainda está em Milão?

- Estava, acabei de ser transferido para mais perto de você, Buenos Aires, agora como gerente da divisão de vacinas.

- Sério? Meus parabéns!

- Obrigado. Agora vou ter que aprender a dançar tango.

- Para você não será difícil.

- Ainda se lembra? Sou um bom dançarino, não sou?

- Claro. Ei acho que é melhor nos acomodarmos já estão para começar.

Após a sessão da manhã chega a hora do almoço, e Lucy está com muita fome, ela sabe que está com uns quilinhos a mais, algo que a Célia insiste em lembrá-la, mas acha que terá tempo para um regime mais tarde.

- Ei, Lucy!

- Filip! Que surpresa agradável, tudo bem?

- Não foi fácil encontrá-la nesta multidão, preciso muito falar com você, podemos almoçar juntos?

- Ah, claro...o Fred...também íamos almoçar juntos...

- Fred, o Pé-De-Valsa?

- Ele mesmo – Ei Fred!

- Lucy – Oi...desculpe...

- Morris, Filip Morris.

- Isso, Morris, tudo bem colega?

- Fred, o Filip vai almoçar com a gente.

- Lucy eu encontrei um pessoal de Kentucky, vamos almoçar todos juntos?

- Então fica para outro dia, eu e Filip almoçaremos juntos, tudo bem?

- Claro, então até mais tarde.

- Ainda bem que o chato foi dispensado...

- Filip...

O almoço estava perfeito como era de se esperar.

- Então querida Lucy, o convite que você recebeu não estava completo.

- Como assim?

- Nós queremos você aqui na matriz, não podíamos mencionar isso ao Silvio, senão ele não deixaria você vir, tenho certeza que ele arrumaria alguma desculpa, então após a sessão da tarde quero conversar com você em minha sala, falar sobre as nossas estratégias e seu papel nelas.

Na sessão vespertina Lucy não conseguiu concentrar-se em nada, sua cabeça estava um turbilhão, vir para Newark . . . era um misto de euforia e medo.

Filip mostrou a área em que ele trabalhava com pesquisas e a área que Lucy ficaria responsável.

- Então quando Mona nos deixou, lembrei de você, de toda a sua garra e empenho, você foi muito longe Lucy, e eu em particular a admiro muito como pessoa e como conduz sua vida e carreira.

- Obrigada Filip, mas o que aconteceu com Mona? Não fiquei sabendo.

- Infelizmente Mona suicidou-se, problemas no casamento, sabe . . .

- Pôxa, que tragédia!

Lucy também admirava Filip, ele era um cientista brilhante e uma pessoa adorável, era meigo, gentil e . . . solteiro . . . quem sabe . . . Mas era isso, o convite era irrecusável e ela não tinha nada a perder.

Após todos os transtornos, festas de despedida, muito choro, conseguir apartamento, etc, enfim lá estava ela na recepção da matriz, com sua nova identificação em mãos, olhou para seu nome: Lucia Marina Lopes, carinhosamente chamada Lucy.

- Dra. Lucia?

- Sim, sou eu.

- Sou Bárbara, assistente do Dr. Morris, ele pediu que eu a conduzisse à sala de reuniões para sua apresentação à equipe.

- Obrigada Bárbara.

O primeiro dia foi uma maratona e tanto, chegou em seu apartamento exausta, deitou-se no sofá para relaxar e acabou dormindo.

O tempo passou tão rápido e Lucy já estava há um ano na matriz da Shine em Newark.

- Filip, na reunião ontem o Dr. Olsen mencionou o Programa WC, o que é isso? É uma brincadeira, ou existe tal programa mesmo?

- O Olsen é um velho tolo, não ligue muito para o que ele diz querida Lucy, ele já está na hora de aposentar-se.

- Então era apenas uma piada, não?

- É, uma piada . . . o Olsen fala isso de nosso projetos que não deram certo, que antes de chegar à ele deveriam ter ido à privada.

Programa WC, aquilo não saia da cabeça de Lucy, e as explicações de Filip foram meio evasivas, ela procurou em todos os arquivos sigilosos a que tinha acesso e não encontrou nada, então quem sabe fosse apenas uma piada mesmo . . . e, quais seriam estes projetos que deveriam ter ido ao W.C, será que o Filip tinha algum?

- Dr. Morris.

- Sim Bárbara.

- O Dr. Olsen pediu para o senhor ir ao escritório dele com urgência.

- Lucy querida, pode aguardar? Não deve ser nada importante, porque para o Olsen tudo é urgente, já volto e continuamos a conversa – Bárbara traga um café para a Lucy do jeito que ela gosta.

- Claro.

Enquanto saboreava seu café, Filip demorava mais que imaginara, de repente ela sentiu um impulso, foi ao computador de Filipe e fez uma pesquisa: WC, encontrou uma pasta e nela um mapa com o nome World-Control, aquilo deu um frio em sua espinha, no mapa havia várias cidades marcadas e por coincidência ou não, com os mesmo nomes das pandemias de gripe, ela conseguiu apenas visualizar rapidamente algumas: New Orleans, Honolulu, Londres, Amsterdã, Hong Kong . . . mas havia muitas outras cidades marcadas, inclusive São Paulo, no Brasil. Ouviu passos se aproximando, fechou rapidamente todos os arquivos e a pasta e sentou-se rapidamente.

- Desculpe querida Lucy fazê-la esperar tanto, aquele Olsen, é difícil convencê-lo às vezes . . . quer mais café? - Esse computador deve estar com problema, não está entrando no modo de espera, é a segunda vez que acontece, vou pedir ao Stuart para dar uma olhada.

Lucy respirou aliviada.

Ela sabia que de Filip não iria conseguir mais informações, assim como pretexto de estar interessada na história da empresa passou a fazer visitas ao setor de arquivos da empresa, fez amizade com Emily a estagiária que trabalhava lá, apaixonada por doces como ela sempre levava dois deliciosos croissant que saboreavam juntas.

- Porque tanto interesse Dra. Lucia na história da empresa?

- Bem Emily, eu não pretendo ficar apenas onde eu estou, e, se eu quero crescer mais também quero ter algo mais, saber o que esta empresa realmente fez para chegar onde chegou.

- E as informações digitais não são suficientes? Não que eu não queira ajudá-la, sabe . . .

- Para mim não, não me contento com resumos, gosto de ir a fundo.

- Muito bem, doutora, então o que vai ser para hoje?

- Emily, eu gostaria de ver se você consegue encontrar alguma coisa como WC, Programa WC ou World-Control.

- O que é isso? Soa meio sinistro? Mundo-Controle, Controle do Mundo?

- Bem na verdade, é por isso que preciso que verifique se encontra alguma coisa, sabe o pessoal é bem superficial ao nos darem informações, sei que é um projeto de expansão da Shine.

- Mais expansão . . . tudo bem, vamos lá, vou ver se encontro alguma coisa.

Passado vinte minutos . . .

- Dra. Lucia, não estou encontrando nada, vamos fazer assim depois do meu expediente hoje eu fico um pouco mais e vejo para a senhora. O Lawrence me encheu de serviço hoje.

- Tudo bem Emily, não quero atrapalhá-la, amanhã dou uma passadinha aqui para ver o que você conseguiu.

- Então tá.

No dia seguinte:

- Olá Emily, hora do croissant . . .

- Bom dia, senhora . . .

- Bom dia, me desculpe, cadê a Emily?

- Ela foi transferida.

- Para que setor?

- Para a filial em Boston, é mais próximo dos familiares dela.

- Como assim, tão rápido?

- Pois é, nem ela entendeu.

- Ah, me desculpe, sou a Dra. Lucia Lopes, como é seu nome?

- Lane.

- Lane, você gosta de croissant?

- Adoro e estou com uma fome!

- Então este é seu.

Eram 15 h em seu escritório quando o office-boy lhe trouxe as correspondências e malotes, um deles automaticamente lhe chamou a atenção, vindo da Emily, dentro havia um bilhete:

“Querida Dra. Lucia, fazendo a pesquisa que me pediu encontrei alguns arquivos, mas são ultra-secretos e estão autorizados a serem entregues apenas aos Drs. Charles Olsen e Filip Morris. Por acaso o Dr. Morris apareceu aqui e lhe perguntei sobre o tal programa e ele perguntou quem queria saber, eu não falei nada, disse que foi por acaso, que eu organizando os arquivos encontrei uma pasta com a identificação Programa WC, só sei que agora bem cedo recebi minha transferência, acho que esse tal Programa WC não é para nós, e ninguém quer que saiba. Boa sorte. Emily.”

Isso definitivamente a assustou, bem agora ela teria de tentar conseguir estes arquivos com a nova estagiária.

Lucy estava com uma verdadeira crise de consciência: deveria conseguir estes documentos e arriscar sua tão prezada carreira ou simplesmente esquecer tudo senão mais pessoas poderiam ser prejudicadas. Se o Programa WC era o que parecia estava diante de uma gananciosa e vergonhosa conspiração de sua empresa para lucrar com as pandemias de gripe, e, aquela vozinha a incomodava e a fazia continuar.

- Bom dia Lane.

- Bom dia Dra. Lucia.

- A Emily, estava me ajudando em um projeto . . .

- É, ela mencionou a senhora e seu projeto para mim.

- Então, tem um programa da empresa que eu preciso me inteirar, eu tenho aqui uma autorização assinada pelo Dr. Filip Morris para eu levar os arquivos.

- Vou verificar, se estiver fácil já localizo e trago para a senhora, só um momento.

Alguns minutos depois.

- Este foi fácil, parece que alguém mais andou procurando ele, aqui está a pasta, pode assinar para mim a retirada?

- Mesmo com a permissão do Dr. Morris preciso assinar?

- Sim, é necessário, a autorização fica arquivada, mas quem retira precisa assinar.

- Tudo bem.

Lucy saiu o mais rápido que pode, passou o dia em seu escritório verificando os arquivos e infelizmente constatou que sua intuição estava correta o World-Control era um programa para disseminação de cepas modificadas e experimentais de diversos vírus da gripe e que a Shine-Health já tinha desenvolvido a vacina, enquanto aguardava a propagação e o pânico mundial ela anunciava a salvação pelas suas vacinas e com isso lucrava astronomicamente com a desgraça mundial que ela causava. Lucy sentiu náuseas e ficou estarrecida, era para esta empresa que ela dedicou boa parte de sua vida, na qual ela orgulha-se de trabalhar?

Estava completamente decepcionada, como a esposa que descobre a traição de longa data do marido. Pensou muito no que faria, e, enfim prevaleceu a frase que lembrara de seu pai: “Filha, caráter e ética é tudo, isso não se vende, nem se negocia, porque isso é você.”

No dia seguinte bem cedo lá estava Lucy no escritório de Filip, a pasta sobre a mesa, aguardando sua chegada.

- Ora, ora, pelo jeito temos uma urgência . . . Bom dia, querida Lucy!

- Olá Filip, gostaria que fosse um bom dia, mas não está sendo, pelo menos para mim.

Filip acomodou-se em sua cadeira olhou a pasta sobre a sua mesa e meneou a cabeça.

- Ora, vejam, descobrimos a bisbilhoteira, achei que era apenas um triste incidente de uma estagiária.

- Fui eu quem pediu para a Emily ocalizar estes arquivos.

- E como conseguiu esta pasta?

- Com uma autorização sua.

- Falsificou minha assinatura?

- Me desculpe, eu precisava saber.

- Sabe em que terreno está se metendo querida Lucy? Está colocando em risco tudo o que já conseguiu aqui na Shine, sua carreira . . .

- Eu confiava na Shine Filip, dei meu sangue por esta empresa, negligenciei família, releguei namorados, tudo para o quê? Para fazer este jogo sujo e vergonhoso da Shine? E você nisso Filip?

- Calma querida Lucy, você está tirando conclusões precipitadas, não está a par de todos os fatos. Estamos pesquisando e evitando que se desenvolva uma cepa do vírus da gripe para a qual não tenha nenhum tratamento, nenhuma vacina, causando uma catástrofe global.

- Sei, e enquanto a Shine pesquisa e infecta pessoas aqui e acolá, vende vacinas para o mundo inteiro que entra em pânico, lucrando assustadoramente.

- Isso é apenas uma conseqüência, mas pelo jeito não tenho escolha e como você acabou conhecendo em parte o Programa WC está convidada a fazer parte da equipe coordenadora do mesmo, seja bem-vinda querida Lucy, vou comunicar o Olsen.

- Não Filip. Já tomei minha decisão, não quero participar desta conspiração global, e aqui está minha carta de demissão.

- Lucy, Lucy, se eu fosse você não faria isso . . .

- Por quê? Vocês irão me eliminar? Queima de arquivo? Foi isso o que aconteceu com Mona?

- Que é isso Lucy? Pense em sua carreira, só isso, vai colocar tudo a perder.

- Não tenho mais orgulho de minha carreira na Shine. Adeus Filip.

E saiu fechando a porta atrás de si.

Eram 15 h, Bárbara entra afobada na sala de Filip.

- Dr. Morris, ligue imediatamente a televisão , canal 12.

“Em alguns instantes teremos conosco a Dra. Lucia Marina Lopes, ex-coordenadora-geral da divisão de vacinas do laboratório farmacêutico Shine-Health, com, segundo ela revelações bombásticas sobre o Laboratório Shine, não percam. Fiquem comigo, vamos aos nossos comerciais.”

Filip pegou o telefone imediatamente.

- Harrison? É urgente, preciso que providencie uma emergência 101, TV Reality, no celular lhe dou mais informações.

Lucy aguardava ansiosamente a hora de entrar ao ar, com a cópia dos arquivos do Programa WC em mãos, acreditava estar fazendo a coisa certa, divulgando a verdade ao mundo e ao mesmo tempo se protegendo, por aparecer publicamente ficaria mais difícil se tornar um alvo fácil para a Shine eliminar.

- Dra. Lucia.

- Sim, é agora que eu entro?

- Ainda não, sua presença foi solicitada pelo Sr. Jefferson, o diretor de nossa programação.

- Mas eu já conversei com o Sr. Fred Roman, e ele disse que estava tudo certo.

- Sei, mas o Sr. Jefferson gostaria de falar com a senhora antes de ir ao ar.

- Sim, claro, tudo bem, vamos lá.

Depois de percorrer vários corredores nos estúdios chegaram ao escritório do Sr. Jefferson, havia mais dois homens com ele.

- Boa tarde Dra. Lucia.

- Boa tarde.

- Bem Dra. Lucia ficamos agradecidos em nos procurar para levar sua matéria ao ar, mas infelizmente não será possível fazê-lo.

- Como assim? Por quê? Então vou procurar outra emissora.

- Sinceramente me desculpe, estes dois senhores são do Hospital Psiquiátrico Sunshine e me informaram que a senhora é uma paciente que fugiu do hospital.

- O quê? É mentira!

- Enfermeiros entrem! Podem sedá-la.

Enquanto Lucy se debatia e tentava fugir foi agarrada fortemente por dois homens vestidos de branco e após não viu mais nada.

Acordou em um quarto de hospital, sua cabeça parecia que ia explodir, e a sala parecia dar voltas, nisso entrou uma enfermeira.

- Hum . . . nossa paciente acordou . . . bom dia Lucia.

- Ahm . . . onde estou?

- Hospital Sunshine.

- Hospital? O que aconteceu comigo?

- Calma Lucia, você está aqui para ser tratada, ficará um bom tempo conosco, considere como seu novo lar temporário.

- Não entendo.

- Quer tomar seu café da manhã com os outros pacientes? Fazem três dias que você está dormindo.

- Pode ser.

- Espere vou ajudá-la. Eu sou a enfermeira Dayse.

Lentamente Lucy conseguiu andar até a ala de lazer do Hospital onde ficavam outros pacientes.

- Lucia, vou pedir para trazerem seu café aqui.

Lucy ficou um bom tempo olhando tudo. Os outros pacientes a examinavam, se sentia sedada ainda, mas uma notícia na televisão a chamou a atenção:

“Parece que já temos o nome da nova pandemia de gripe, o foco está sendo a cidade de São Paulo, no Brasil, 16 mortes já foram confirmadas e há 73 casos confirmados de pessoas infectadas. O Vaticano já se pronunciou que não quer o nome de uma pandemia associada com um nome de um santo. Mas podem se prepararem, vocês ouvirão muito falar sobre a gripe São Paulo nos próximos meses. O laboratório farmacêutico Shine-Health já informou que a filial no Brasil já está de posse da cepa desta nova gripe e que a vacina não deverá demorar a ser comercializada. A temperatura em St. Helen. Oregon, hoje é agradável e teremos um dia ensolarado. Uma bom dia a todos, até amanhã!”

Lucy estava começando a lembrar-se do que aconteceu, de repente um cartaz na sala a tomou de sobressalto:

“Laboratórios Shine-Health mantendo esta instituição para você possa ter uma saúde brilhante.”

Cyberquel
Enviado por Cyberquel em 03/11/2010
Código do texto: T2594287
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