Gwen e Ranis: o motim

A capitão gwen era uma mulher de cabelos curtos loiros, sempre harmoniosamente desalinhados, lábios sempre vermelhos, ela sempre andava maquiada, “bem cuidada” como dizia seu pai. Requisito básico para a corporação. Era a capitão de uma nave classe patrulha isso mesmo uma só. Seu nome era ussc sperare. Trabalhava a 1 ano para a corporação. Sua tripulação era formada por muitos que ela desdenhava, e com razão.

Estava patrulhando o limite do espaço da corporação, antigo conselho da federação.

No comando 3 pessoas ocupavam os postos. O piloto e também seu 1 tenente o senhor Burf, um homem sempre barbudo, cabelos pretos, e dois olhos verdes que sempre cobiçavam o posto de capitão. Tinha dedos grossos com nós mais grossos ainda, sempre estavam prontos para registrar e relatar qualquer erro que a capitã poderia cometer.

Nos sensores estava Iwim, um Doriano alienígena de pele azul e cabelos brancos e grandes olhos amarelos que conhecera a federação e dela sempre sentia falta mesmo não falando no assunto, alem de vasculhar o espaço por naves inimigas e distúrbios que poderiam ser classificados como uma invasão ele era também medico. Bem eles o chamavam assim, mas a única formação que tivera foi um curso de 6 semanas sobre enfermagem, mas era o que mais se aproximava de um medico naquela nave.

E por ultimo o vietnamita Hong que ocupava o posto de engenheiro e chefe de comunicações. Não se tem muito o que dizer sobre ele, bastante calado, serio e como todo bom oficial da corporação o seu único objetivo era conseguir poder (tornar-se capitão) e ficar rico.

Primeira parte

Senhor Iwim relata:

-encontramos uma nave... Uma não, são 4 naves paradas, parecem estarem a deriva.

-piratas?- pergunta a capitã.

-não, são içaris e uma nave é da corporação.

- ponha toda tripulação em alerta máximo. As naves estão inertes?

-sim capitão. -respondeu Iwim.

- senhor Burf aproxime-se.

-sim, afinal podem ter algumas coisas úteis para a corporação.

-cuidado- disse Gwen- não coloque a cobiça acima da segurança.

-mas foi você que deu a ordem!-voltou-se irado para a capitã.

-sim fui eu. Mas preste atenção, qualquer mudança me comunique.

Depois de alguns segundos uma nave explode e uma luz ofuscante invade todo o comando. A nave sacode violentamente e a capitã fala:

- PARA TRÀS! TUDO A RÈ...

Quando acabou de falar, uma segunda explosão, seguida de mais uma. A nave foi balançada como se fosse um brinquedo na mão de uma criança, e os 17 tripulantes jogados como se fossem bonecos.

O comando estava no escuro. As luzes de emergência á muito haviam queimado e nunca foram arrumadas.

A capitã sentiu uma dor no braço, com certeza ela o havia batido contra o chão onde se encontrava.

-LUZ! PRESISSO DE LUZ!!!

A luz restabeleceu-se parcialmente. Os 3 oficiais pareciam atordoados.

-Hong o que foi isso?- perguntou a capitã.

-parece que as naves içares explodiram.

-e a da corporação?

-não, foi arremessada para longe, mas ainda esta lá.

-e nós? Danos?

-não á danos- respondeu Hong- só tripulantes jogados, a engenharia esta bem.

-ótimo, aproxime-se da nave. Tem vida lá? E Hong avise agora a corporação.

-sim parece que tem leituras de uma vida, é fraca, talvez seja um animal. -falou Burf.

-á risco de ela explodir?

-eu nem sabia que as outras iriam explodir!- disse Iwin.

-tudo bem. Eu irei me transportar até a nave.

-não!- disse hong- a corporação deu ordem para destruir a nave.

-mas a nave é deles! Você disse isso a eles.

-sim, mas deram ordens para destruir e continuar a patrulhar.

-mas, e Hong se tiver algo de útil lá dentro, algo de valor.

-o que poderia ter?- disse Burf

-não sei, mas atirar sem saber parece burrice, podemos pegar o que tem lá e só depois destruir.

-sim, e poderemos ficar para nós. - disse Burf com os olhos brilhando.

-então Iwin vem comigo os demais fiquem apostos.

A capitã olhou de forma brusca para Burf e falou:

- você, 1 tenente, quero que a qualquer sinal que indique uma explosão nos tire de lá. Transporte sem avisar se necessário. Entendeu.

-sim.

-ótimo.

Segunda parte

Transportaram-se no comando, havia tufos de grossos fios pendendo do teto. Nas paredes o negro delatava que fogo ou explosão haviam acontecido ali. Gwen olhou para o painel do piloto e ali caída viu uma pessoa.

-Iwin- chamou ela aproximando-se da pessoa inconsciente.

Era uma mulher de orelhas pontudas, cabelos longos ruivos. Pele extremamente clara. Dedos finos e longos, com unhas curtas. Nunca havia visto pessoa mais linda.

-parece uma fada dos contos- disse Gwen.

A mulher abriu os olhos de um azul profundo. Era como se toda a vida viesse daqueles olhos.

Ela fitou a capitã e em uma questão de segundos os olhos azuis ficaram negros e os cabelos ruivos ficaram negros. Como se agora aqueles olhos mostrassem somente o universo e as estrelas, escondendo a vida dentro deles. Em seguida com um suspiro ela os fechou e ficou inconsciente.

-mas o que foi isso?- perguntou Iwin.

- não sei, mas foi a coisa mais linda que já vi.- disse Gwen ainda a olhando, em seguida falou- temos que tira-la daqui.

-mas e a riqueza?

-depois cuidamos disso.

-sperare, prepare o raio trator eu quero essa nave.

Burf falou:

-A NAVE TODA?

- sim burf, a nave toda, ache um planeta para poder entrar em órbita.

-sabe que o raio trator não esta muito bem.

-então é bom achar um planeta perto.

-sim capitã.

-e transporte 3.

Na sala de transporte cuja capacidade máxima era 3, Gwen olhou para Iwin e falou:

-você sabe algo sobre a fisiologia dela?

-bem... Não mas acho que é melhor levá-la para a cama.

Iwin a pegou nos braços e saiu da sala de transporte atravessou o corredor e entrou na porta á frente, onde havia uma única cama de enfermaria. Ele cuidadosamente a pós nela, e logo os indicadores começaram a mover-se e a bipar.

-e então?

-não sei, não sei...-disse Iwin.

A voz de Burf invadiu a sala:

-estamos em órbita capitã.

Gwen ligou para o comando e disse.

-forme um grupo desça lá, quero uma avaliação do real valor da nave.

-sim capitã.

-vocês têm duas horas para me entregarem à lista com o valor.

-sim.

Nisso a mulher abre seus olhos negros. Capitã aproxima-se dela e fala:

-você esta segura, sou a capitã Gwen.

-capitã- disse ela a voz era tão doce que a capitã poderia jurar ter sentido o gosto.

-sim, capitã Gwen.- disse a capitã .

-sou Ranis Tien. Que nave é essa?

-Ussc sperare.

-ussc- disse Tien olhando assustada- ussc? Da corporação?

-sim.

Ela sentou-se na cama, sentiu uma ligeira tontura. Depois se levantou. Falando em tom constante e serio:

-onde esta minha nave? Tenho que ir embora.

-não- disse Gwen -você não pode.

-posso sim.

Ranis deu três passos e sentiu suas pernas desmoronarem, era como se não agüentassem o seu peso. Ela foi amparada pela capitã Gwen.

-esta tudo bem –disse a capitã- ninguém a machucará.

Iwin vendo a cena falou:

-ela esta muito fraca. Deve descansar pelo menos mais 6 horas. Eu acho.

A capitã a ajudou a deitar na cama, ela perguntou:

-do que tem medo?

-medo não. Não posso morrer, não ainda.

-morrer? Você não será morta. Não precisa temer esta segura aqui.

Ranis deitou e sem querer adormeceu.

A capitã voltou-se para Iwin e disse:

-quero que fique aqui e cuide dela. Eu irei para o comando.

-mas, capitã o que posso fazer?

-quando acordar me avise. E Iwin nem uma palavra do que vimos naquela nave.

-eu nem sei o que vi.... capitã.

Gwen foi para o comando onde Burf ocupava sua cadeira, assim que a viu levantou-se.

-capitã- disse ele em tom solene- a nave esta com pequenos danos, mas sei para quem podemos vende- lá. Eu já fiz negócios com eles e pagam o que vale.

-nada será vendido senhor Burf.

Aquelas palavras para Burf tiveram o mesmo impacto de um soco. Ele sentiu seu sangue esquentar, e uma coisa dentro de seu peito foi crescendo, uma coisa com tamanha força que quando ele quis falar acabou gritando:

- COMO ASSIM? O QUE PRETENDE ENTÃO???

-eu a irei devolver para a sua proprietária.

-ESTA LOUCA???NÂO PODE!!

Gwen sentiu a raiva naquelas palavras, eram mortalmente gélidas e dirigidas a ela. Ela então com um tom de superioridade falou:

-È O QUE FAREI. E senhor Burf isso é uma ordem.

-pois bem, então irei informar à corporação que você não cumpriu a ordem deles! Não destruiu a nave!

-faça isso e acrescente que o senhor concordou. Já que chegar até aqui é impossível sem o consentimento do 1 oficial.

Burf estava boquiaberto olhando para Gwen ela podia ver seu cérebro esforçando-se para achar uma saída, como um rato em um labirinto. E como de costume ele conseguiu.

-pois direi que fui enganado. SIM! Que você- disse ele apontando o dedo para a capitã- você me enganou!!

-e irão crer na sua palavra ou na minha?

A tensão que estava no ar cresceu ainda mais. E lá permaneceu até Burf sair, pois foi chamado á engenharia. Gwen sabia que por enquanto isso deixaria Burf quieto, mas não por muito tempo.

Terceira parte

Gwen foi para a nave de Ranis, ela mesma queria ver. Era uma nave comum. Nada de mais. Ela foi então para o único quarto que estava mobiliado. A cama bem arrumada com uma colcha de veludo vermelho escuro. Tinha um cheiro estranho no ar, um cheiro açucarado. Ela então olhou no armário. Pegou uma mala que achara e colocou as roupas lá dentro. Procurou por maquiagem, mas não encontrou nada alem de um delineador de olhos gasto.

“Muito estranho”, pensara Gwen, pois sabia que as mulheres que trabalhavam para a corporação tinham que possuir uma aparência muito, mas muito bem arrumada, ou ser inteligentíssimas. Em outras palavras ou você era bonita ou inteligente. Caso contrario estaria destinada a ganhar empregos que ninguém queria em lugares que ninguém queria. Já Gwen era as duas coisas. E ela sabia disso.

Na parede cinza viu uma espada fixa. Era toda preta com entalhes azuis, reluzentes. Ela a pegou juntamente com a mala. Procurou fotografias, mas não encontrou nada. Nisso o comunicador toca:

- capitã, - era a voz de Iwin- temos um problema.

-é com a Ranis?

Silêncio no comunicador. Gwen sentiu um frio em sua barriga que passou por todo o seu corpo ela não poderia ter piorado. Rapidamente falou:

-estou indo a bordo. Suba-me.

Quando se materializou na sala de transporte assustou-se com o que viu, mas não fora de todo inesperado.

Burf e Hong a aguardavam com armas em punho.

Bruf tinha um sorriso cínico nos lábios finos quase totalmente escondidos por sua farta barba. Gwen retribuiu o sorriso e falou:

-bem demorou bastante, para você fazer um motim, não é 1 tenente.

-logo, logo serei capitão. –respondeu ele com o sorriso congelado.

-e você Hong? Cuidado, quem trai uma vez trai sempre.

-Hong- disse Burf- será o meu 1 oficial.

- e o que ira fazer agora? Burf, afinal deve ter um plano.

Gwen desceu na plataforma de transporte parou a mala e a espada no chão. Ela aproximou se tanto dele que poderia muito bem beijar sua boca. Ela olhando em seus olhos falou:

-então, tenente Burf, vai me matar? Você sabe que meu pai é um homem influente.

Gwen viu o sorriso de Burf desfazendo-se aos poucos, isso lhe deu um enorme prazer. Sentiu que sua respiração ficou mais rápida. Ela então deu a volta, Burf abaixou a sua arma, mas Hong continuava a mirrar. Gwen sussurrou na orelha de Burf:

-não pode me matar...te-nen-te. E mesmo se pudesse, não conseguiria, como no setor 7.

Burf virou-se e deu um tapa violento no rosto de Gwen. Sua cabeça foi violentamente para o lado, e quando voltou estava com um sorriso e sangue em seus lábios, um filete escorria por sua boca, como se seu batom estivesse derretendo.

-Hong!- disse enérgico Burf- a prenda! Depois eu cuido dela.

Quando Hong estava á levando Burf ainda falou:

-Gwen, irá ser um acidente, você morrera em serviço. E seu pai ficará orgulhoso.

Hong a levou para a cela e lá ela encontrou a companhia de Iwin e de Ranis, estavam sentados em um canto. Iwin ao vê-la falou:

-MOTIM! Burf aquele Merdinha de sapo vez um motim!

Gwen foi ate Ranis e falou:

-não temos muito tempo. Como você esta Ranis?

-melhor.

-ótimo. O problema é que Burf irá nos matar na primeira oportunidade, ele só não o fez por causa de minha família.

-aquele merdinha! O que vamos fazer?

-não sei ainda. - disse Gwem- mas poderíamos começar sabendo como você, Ranis em uma única nave venceu 3 naves içaris.

Ranis olhou para os olhos de Gwen e nada disse.

A cela era uma única sala sem móvel algum. Sem abertura. Somente antigas grades de ferro os separavam do corredor. Não havia guarda não havia nada.

-Ranis..-disse Gwen- quem é você? Não é da antiga raça?

-sou...

Gwen estampou-se, havia restado muitos poucos da antiga raça. E ela nunca vira nem um pessoalmente.

-tudo bem- continuou a falar Gwen- falemos disso depois, agora temos que sair daqui.

Iwin vê o sangue na boca de Gwen:

-Gwen esta machucada, quem foi? Só pode ter sido aquele merdinha de gato do Burf.

-Iwin, pense como sair daqui. Assim que Burf achar um meio nos mata. A todos nós e fica como capitão da minha nave! Mas isso nunca!! Nunca mesmo!

Gwen sentou-se ao lado de Ranis. Ela podia sentir o mesmo cheiro açucarado do alojamento.

Burf surge novamente com Hong. Gwen ao vê-lo sente que se não fazer nada será o seu fim. Ela sabe do que ele é capaz. Gwen sente o medo crescer dentro dela. Mas mesmo assim é a primeira a falar:

-já se arrependeu?

-só dos anos que tive que agüentar você.

-Burf , ira acabar morto. Se nos libertar, poderei achar que você bebeu demais e não sabia o que estava fazendo.

-não Gwen, sei muito bem o que estou fazendo. Sei que vilões não contam os seus planos antes, mas o meu é tão bom que você deve saber. Quero ver sua cara.

-Burf....aposto que quer me contar para lhe apontar as valhas.

-não, é só para vocês saberem como irão morrer. Primeiro eu uso armas lasers para atordoar ficam desacordados, depois eu os ponho na engenharia e abro a comporta de carga e pronto. São sugados para o espaço. E digo que foi mau funcionamento das portas. Sabe essas coisas acontecem em naves velhas.

Iwin ficou desesperado e falou:

-Bruf não quero morrer, por favor, por favor! Não me mate, eu não tenho nada a ver com isso tudo. Posso lhe servir!

Bruf girou os olhos e depois falou:

-esta bem. Mas se fizer algo de errado terei prazer em matá-lo.

-tudo bem. Obrigado Burf, obrigado. Não se arrependerá.

Bruf faz sinal para Hong abrir a cela. Esse obedece e deixa Iwin sair.

Burf olhando para Gwen fala:

-vamos, Iwin. O nosso cliente está chegando, temos negócios a tratar.

-NÂO!-grita Ranis- não pode vender a minha nave com minhas coisas lá dentro! Não pode!

-posso sim e vou!

Eles saíram. Ranis levantou-se. Gwen a olha e fala:

-não foi mencionado que a nave seria vendida, como sabia?

- preciso das minhas coisas, que estão lá.

Ranis anda até as grades, põe uma mão em cada barra e as força. Elas cedem. Ranis as solta, ofegante senta-se. Gwen tenta passar por elas, espremesse o máximo possível, mas ainda não é o suficiente. Ranis então sussurra.

-não consigo, ainda não tenho forças...não consigo...não pode acabar assim..não pode...

-e não vai- fala Gwen- não vai! Iwin pode ser tudo, mas vira casaca ele não é. Ele virá assim que possível. Vamos nos acalmar e esperar.

Quarta parte

O tempo passou lentamente e silenciosamente, até que Iwin surgiu com as chaves.

-Eu sabia, que você viria.

-Burf está em reunião com os compradores, são orianos vieram em uma nave pequena que esta no hangar. – fala Iwim.

Com as portas abertas Iwin pergunta:

- e agora?

-Iwin, preciso saber com quem esta a tripulação?

- Burf a comprou.

-toda ela? Não é possível.

-acho que o dinheiro fala mais alto, afinal.

-mas não na minha nave. Irei recuperá-la.

-Mas como?

Tien fala:

-vamos para a minha nave.

-ela esta danificada. - diz Gwen- vamos nos armar. Para meu alojamento.

Os três saíram correndo pelo corredor cinza, desceram uma escada e o corredor ficou incrivelmente branco, com exceção dos 4 tripulantes de preto que os aguardavam.

-parem ai- uma mulher musculosa de cabelos negros falou.

-eu sou a capitã! Saia da frente.

-não é mais, o capitão agora é Burf.

-isso é motim é contra a lei.

- que lei? Ora capitã a senhora sabe que as leis do antigo conselho da federação caíram com ela.

- o que ele prometeu?

- o que sempre prometem o que todos querem: dinheiro.

Tien deu um passo à frente e falou:

-não existe nada mais?

-o que quer dizer? – confusa pergunta a mulher.

-não existe amizade? Não existe ética?- diz Ranis Tien

Gwen queria puxar Tien para trás, pois ela sabia muito bem que aqueles tripulantes não hesitariam em atirar caso fora ordenado, e Gwen tinha certeza que fora exatamente o que Burf mandara fazer.

“Como fui estúpida” pensou Gwen ela conhecia Burf e assim como ela o conhecia ele a conhecia, sabia que o primeiro lugar que iria era para o seu alojamento. Por isso mandara os tripulantes.

Gwen olhou para Tien. Mas alguma coisa a impediu de tocá-la, não sabia o que era apenas ficou ali parada. Observando.

Tien aproximou-se ainda mais da mulher que apontava a arma, ela falou:

-se não parar a mato ali mesmo.

-tenho certeza que poderia fazer isso, mas não vai. Sabe por quê?

A mulher apenas balançou negativamente a cabeça.

-por que você acredita, eu acredito. Nós sabemos. O que Burf oferece não é o que você realmente precisa. Só por isso. Agora nos deixe passar.

A mulher devagar parecendo em algum tipo de transe, saiu do caminho assim como os outros.

Ranis então passou, Gwen apressou o passo e a alcançou, incrédula perguntou:

-como você fez aquilo?

-não é hora de falar nisso.

Entraram no alojamento da capitã e para o espanto de todos tudo ali dentro havia sido destruído. Tudo. E as armas que ela guardava haviam sumido.

-Bruf aquele merdinha de porco- disse Iwin.

-não temos escolha agora. Ranis acha que sua nave pode entra em dobra?

-sim ela pode, mas não em velocidade máxima.

-então vamos para a sala de transporte.

Eles encontraram alguns tripulantes no caminho que fingiam não ter visto a capitã passar. Gwen achara que umas por medo outras talvez para evitar um confronto, mas alguma coisa lhe dizia que Ranis tinha a sua parcela de participação embora não soubesse como.

Quando entraram na sala Tien viu a sua mala e sua espada no chão.

-estão aqui!

-eu tomei a liberdade de pega-los para você, não sabia que ao voltar para cá um motim estaria a minha espera.

Ranis a olhou e falou:

-obrigada, muito obrigada.

- ainda esta lá- disse Iwin, - não tem ninguém a bordo e esta solta do raio trator esta em órbita.

- Vamos.

Os três surgiram no comando deserto da nave. Cada um sentou-se em um console.

-tudo pronto. – disse Ranis- podemos sair de órbita e entrar em dobra baixa assim que quiser, capitã.

A capitã sorriu, levantou-se e andou pelo estreito corredor, foi até a sala de transporte, com capacidade apenas para uma pessoa. Apertou os botões, logo o rosto de Burf assustado e desorientado surgiu. Gwen falou:

-bem vindo, 1 tenente.

-mas....como?

-simples. Agora você é o meu refém. –apontando a arma para ele ela falou- andando para o comando.

Quando chegaram lá Iwin surpreendeu-se. Ranis nada disse, como se isso fosse esperado. Gwen apontando para a nave que aparecia na tela falou:

-vê, Burf a sperare sempre será minha. Sempre. Por que você não tem capacidade.

Burf sentiu um ódio feroz, ele queria arrancar toda a carne dos ossos daquela mulher. Queria a ver sangrar ate morrer lentamente.

-agora- disse Gwen- você ouvirá o meu plano.

Nisso surge uma nave na tela, uma nave içari. Ela abre fogo conta a sperare.

-Não! – grita Gwen.- temos poder de fogo! Temos?

-um pouco -diz Ranis- mas não será o suficiente para ela.

- os compradores!- disse Bruf- estão a bordo!

Nisso uma pequenina nave deixa a sperare e é atingida, por um tiro da nave içari.

-lá se vai os seus compradores - diz Gwen.

A sperare agora responde fogo. Gwen liga e ajusta as ultimas forças das armas abrindo fogo. Mas a nave içari agüenta.

-não conseguiremos. - diz Iwin.

-não podemos perder a sperare!- diz Burf.

A nave içari agora divide sua atenção para as duas naves. A nave é sacudida Ranis fala:

-nossos escudos não agüentam mais. E acho que os da sperare também não.

Um clarão forte invade a nave. A sperare se fora. Agora a nave içari volta toda a sua atenção para eles. Gwen fala:

-não... Vamos sair daqui, em dobra agora.

-acho que os motores forem danificados-disse Iwin.

-não importa, quero tudo agora. Morreremos de qualquer maneira!

Iwin aciona a dobra e a nave sacode ainda mais, as estrelas, e a nave içari somem da tela, e á frente somente raios compridos de luzes.

-podemos manter por 15 minutos. - disse Iwin.

Gwen fala:

-é o suficiente, os içaris não terão o trabalho de seguir uma nave como essa.

Gwen olha para Burf e vê a mesma tristeza que ela sente.

O silencio toma conta do ambiente carregado de tristeza, impotência e frustração.

Saindo de dobra. Ranis aproxima-se de Burf e Gwen, fala:

- podem vir comigo, se assim desejarem. Talvez esse fosse o destino.

- e para onde vai?-pergunta Gwen.

-Falar com Dresam.

-e quem é Desam.

-Dresam é quem pode indicar o caminho a ser seguido.

Burf fala:

-caminho? Eu sei o meu, trabalho para corporação, e é para lá que voltarei.

-sem nave?- diz Gwen- acham que moremos.

Iwin fala:

-acham que a matamos! - aponta com a cabeça para Ranis- e que os içaris nos mataram.

-Dresam vislumbra o futuro. – disse Tien.- mas tudo pode mudar e á coisas que ninguém pode saber.

-nunca gostei da corporação- disse Gwen- gostava era do conselho da federação.

-e esse Dresam é rico e poderoso?-perguntou Burf.

-Burf você não vai para lá.- disse Gwen- não esqueci do seu motim, e se não fosse por sua incompetência estaríamos todos mortos, inclusive você mesmo, teria sido explodido junto com seus amigos compradores. Iremos o deixar em um planeta desabitado e remoto, lá poderá viver ate morrer. Sozinho. Será o homem mais rico do planeta, isso eu lhe garanto.

-não pode fazer isso! Não é humano!- diz indignado Burf.

valmi
Enviado por valmi em 25/02/2011
Código do texto: T2815120