Unihomem 4

- Como se chama?

- Unihomem.

- Seu nome verdadeiro?

- Não lembro.

- Foi você que atravessou o deserto do Saara correndo?

- Sim.

- Como conseguiu isso?

- Eu sou o Unihomem.

- O que quer dizer isso?

- Homem Unidade, imune ao Universo.

- Como assim?

- A existência externa não tem nenhum poder sobre mim.

- Por exemplo?

- Atire em mim.

- Ora, não vou fazer isso.. Sugira outro exemplo.

O Unihomem levanta-se, olha para o lado, começa a correr para a parede e, para o espanto dos agentes, salta de cabeça na mesma, danificando-a. Após isso, levanta-se como se nada tivesse acontecido.

- Caramba!! - Adimira-se o Agente Delmone. Tem uma cabeça dura, hem amigo!

- Mas isso não é nada sobre o que posso fazer - disse o Unihomem.

- Tá, tá, qualquer um pode treinar para fazer isso. Quero saber como vai fazer para pagar o prejuízo que fez na parede.

- Eu não estou nem aí para prejuízo na parede...Quero apenas trabalhar para o Presidente da República como Agente Especial.

O Agente Delmone chamou um de seus homens, cochichou algo no ouvido e dispensou-o.

- Muito bem, Sr Unihomem...- iniciou Del. Se é o tal, o bã-bã-bã que tanto fala, o Presidente pode contratá-lo. Mas..

- Mas o quê?

- Quais são suas referências?

- Eu prefiro deixar meu passado de lado.

- Mas vai ter que me falar, Sr Unihomem. Se não sei nada sobre você, não posso fazer nada. E se de repente for um agente inimigo que queira matar o Presidente, e aí?

- Então nada feito?

- É dessa forma!!

- Então vou embora.

- Ei, peraí, para onde vai? Ainda não o autorizei a sair. Vai ter que ficar detido para ser investigado.

O Unihomem, após levantar-se, se dirige para a janela e salta pela vidraça.

- Nossa! O cara se suicidou!! - disse um dos agentes.

O prédio tinha 32 andares. Ouviu-se um baque violento no chão. Os pedestres viram um corpo caindo, quicar no chão após rachá-lo, cair no chão de novo com menos intensidade e, para surpresa de todos, o homem da queda levanta-se e caminha sem lesões, até desaparecer na multidão...

Teixeira de Fortal
Enviado por Teixeira de Fortal em 20/05/2011
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