PERDIDOS NO ESPAÇO - PARTE 10

PERDIDOS NO ESPAÇO – VERSÃO DE FÃ - parte 10

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- Perigo! Perigo! – gritava o robô desesperadamente.

- Vou explodir em 1 minuto e quarenta e cinco segundos.

O Professor Robinson tentava pensar numa solução urgente, pois não poderiam perder o robô de maneira alguma.

- Walter, o que podemos fazer nessa situação? Não podemos perder você. – O professor estava se referindo à mente do robô, pois ela já estava no robô que apareceu num dos saltos do espaço, na nave atirando em todos.

- Senhorita Lilian... – disse o robô enigmático para Lilian.

- É, acho que não vai haver outra solução. – disse ela, mais enigmática ainda.

- Vocês expliquem-se rápido o tempo está passando. – disse exasperado o professor.

- Não há tempo de explicar nada. Walter transfira os seus bancos de dados para a minha mente, agora! – disse Lilian.

- Perigo! Perigo! Afastem-se de mim, pois vou explodir, entrem na Júpiter II, urgente! _ disse alto o robô enquanto ia já saindo da nave, muito rapidamente para longe das duas naves: a Júpiter III, que estava avariada no chão, com um dos lados do disco voador encostando na terra do planeta, e a Júpiter II, que aguardava próxima.

Enquanto todos corriam para a Júpiter II, saindo da Júpiter III, o robô ia em sentido contrário, afastando-se o mais possível, rumo ao deserto. Assim que entrou na nave, a capitã Lilian caiu desacordada. Pelo que o professor entendeu, estava havendo uma transferência de dados da mente mecânica do robô, para a mente de Lilian. Lilian desmaiou na exata hora em que o robô explodiu com a força de uma bomba atômica, fazendo subir um cogumelo radioativo. Por sorte a radioatividade não atingiu a nave, que teve sua porta fechada antes do vento deslocado com grande intensidade da explosão. Os enormes vidros dianteiros da Júpiter II escureceram imediatamente, conforme ia clareando a área externa, devido a enorme explosão, amortecendo assim a luminosidade liberada de forma tão rápida e gradual, entretanto ainda assim, todos os que estavam na ponte ficaram momentaneamente cegos, com a luminosidade.

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Will Junior viu um clarão logo após as montanhas e correu pra lá. Ele estava agora com sessenta e dois anos e ainda estava forte, apesar da enorme falta de ar e dor no peito que sentia cada vez mais, e dos desmaios que estava tendo.

A explosão atômica do robô, chamou atenção da nave que estava no espaço.

Na Júpiter II, todos estavam cegos, caídos no chão da ponte com dor nos olhos; Lilian, que poderia pilotar a nave, estava desmaiada, o professor Robinson estava cego, Don West estava ainda sob efeitos de sedativos, portanto inativo. Ninguém mais sabia pilotar a nave e algo acontecia lá fora.

- Papai? – gritou Will.

- O que está acontecendo Will? Eu não estou enxergando nada. – disse o Professor, tentando se levantar, sem enxergar.

- Um enorme raio, da largura de um prédio, está vindo da estratosfera e está rasgando o chão com muita força e barulho. E está vindo em nossa direção. – disse assustado Will.

- Ó dia, ó azar, nós vamos morrer. – disse o Dr. Smith mais para si mesmo do que para os outros.

- Papai! – gritou Penny olhando para o raio que vinha explodindo pedras e abrindo um enorme buraco no chão, conforme ia passando.

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Um tranco enorme e disforme movimentou a nave, jogando seus tripulantes de um lado para o outro, abruptamente, menos a Will, que estava sentado na cadeira do capitão da nave, a cadeira do Major West. A nave inclinou para a frente, quase virando de costas, ficando de ponta cabeça, o que fez levantar muita poeira seca. Will inverteu os comandos agora e a nave saiu voando desenbestada para longe do raio que tentava atingi-los, mas não conseguiu desviar o suficiente de um morro próximo, ficando a nave agora presa até a sua metade.

- Jovem Will, deixe-me tentar. – falou Lilian de pé à sua frente, com a voz do robô Walter.

- Walter, é você? – perguntou Will estupefato.

Antes que o raio que brilhava ameaçador e barulhento, os alcançasse, o que seria breve, se não saíssem dali, Walter conseguiu mover a nave para trás, com muita destreza e voou, rumo ao espaço, logo sendo avistadas as estrelas.

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Na terra, em Lar, Will Junior sentiu, mais do que viu, que nunca mais veria a sua esposa Lilian e num gesto simbólico, levantou a sua mão, em despedida, vendo a nave Júpiter II voar com tamanha rapidez, rumo ao espaço, às estrelas.

De longe ele viu a nave Júpiter III avariada, meio que jogada de lado, com a porta aberta e saindo fumaça de algum canto, no meio do deserto. Ao longe se via um buraco, a cratera onde o robô explodira.

Will entrou na nave e dirigiu-se para os controles do comando. Ele já entrara uma vez na Júpiter II e os controles eram iguais. De alguma maneira a sua mente era mais ágil que a mente humana e Will olhando durante alguns segundos para os comandos, que viu o professor Robinson e Lilian mexendo; testou apertando um dos seus botões e a nave voou a mais ou menos dois metros do chão ficando ai, estabilizada. Demorou mais alguns minutos, enquanto ele observava os comandos, onde apertou um novo botão, que fechou a porta da nave. Conseguindo direcionar-se muito bem, setado agora na cadeira de comando, ele levou, lentamente, a nave até o seu acampamento, pois ele precisava pegar algumas coisas.

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Assim que a Júpiter II ganhou a estratosfera, ainda sentindo efeitos gravitacionais do planeta, uma nave preta, igual, ou a mesma, vista na Terra, começou a atirar.

O professor Robinson e todos os outros começaram a melhorar dos olhos e ele constatou:

- Walter, parece que a nave é mais rápida que a nossa.

- Eu tenho um plano Dr. Apertem os cintos.

Walter seguiu ainda menos de um minuto em linha reta e de repente guinou a nave em direção ao planeta com muita rapidez.

Dessa vez foi Maureen quem falou:

- Nós vamos bater!

Walter alcançava a velocidade da luz, fazendo com que a nave virasse um raio luminescente que rasgava o céu como uma faca, dirigindo-se de encontro a um dos mares do planeta.

O choque com a água estremeceu toda a nave e seus tripulantes, mas ela seguiu em frente, rumo ao fundo do mar. Os sensores da nave diziam que a nave alienígena no espaço disparou um raio que estava a coisa de segundos atrás deles, querendo destruí-los.

Durante alguns minutos a nave afundou-se no meio daquele oceano, desviando-se de algumas espécies marinhas, até que entrou num buraco de vulcão nas profundezas escuras daquele lugar inóspito. Foram mais alguns minutos de extremo calor e apreensão, até que a nave saira do meio da lava, agora voando em enormes cavernas ocas, o que durou vários preciosos minutos, até que fazendo um ângulo meio impossível, a Júpiter II, saira do outro lado do planeta, rasgando a Terra, sulcando-a, onde animais pré-históricos do planeta viviam numa exuberante floresta tropical.

A Júpiter explodiu para cima, até que conseguiu ganhar a estratosfera e agora o espaço sideral.

Os sensores da nave diziam que a nave alienígena entendera que eles atravessaram o planeta e que agora estavam do outro lado e dirigia-se muito rapidamente até onde estavam, e como era mais rápida e maior, em instantes os alcançariam.

O robô, que estava no corpo jovem da capitã Lilian, só teve tempo de avisar:

- Segurem-se, vou dar o salto. – E apertando alguns botões, a nave riscou o céu, sumindo numa explosão branca no meio do nada, rumo ao completo desconhecido.

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Na nave alienígena, um dos soldados virando para o capitão, sentado numa cadeira no meio da ponte, disse:

- Senador Montgomery, nós os perdemos. – O mágico olhou com ódio para o vazio além que se fazia ante o brilho do rastro da Júpiter II, que ia sumindo, para sempre, no espaço.

Sandra, ao seu lado, colocou a sua mão no seu ombro direito, como sinal de que ele fizera o que pudera para pegar a nave inimiga.

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O robô, a cada salto conseguia isolar cada vez melhor os problemas com os saltos e conseguiram atravessar, em direção ao outro lado do universo, sem que sumisse alguém da nave e sem que também alguém, ou alguma coisa aparecesse no meio deles. Mas todo salto ainda era uma enorme incógnita, pois eles ultrapassavam a velocidade da luz, o que poderia afetar o espaço-tempo, fazendo-os ir ao passado ou ao futuro, ou estar ao mesmo tempo, convivendo no passado, ou no futuro.

Como que freando abruptamente a Júpiter II apareceu naquela localidade do espaço.

- Papai! – disse Will, para o pai que estava se desvencilhando do cinto que o prendia na cadeira.

- Não há estrelas aqui. Não há nada. Onde estamos?

Todos olharam para o vazio absoluto lá fora e constataram que não havia uma única luz, onde eles estavam. Onde foram parar as estrelas do céu? Onde estavam?

O Major West apareceu na ponte já refeito, mas ainda grogue e os ajudou a pesquisar nos sensores da ponte, tentando responder onde estavam.

Mas quem respondeu foi o Dr. Smith.

- Senhores, eu sei onde nós estamos, por mais estranho que possa parecer, nós estamos fora do universo. Nós ultrapassamos os limites do universo e estamos no mais completo...limbo.

- Nós estamos fora do universo? – perguntou Judy para o Dr. Smith.

- Sim, minha pequena mocinha, nós estamos além do universo, no mais completo e impactante, nada!

Continua...

Paulo Sergio Larios

pslarios
Enviado por pslarios em 10/06/2013
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