Depois da Terra - Cap. 1

No aeroporto internacional Jacques Wonders está um rapaz, 25 anos, com uma mala contendo algumas peças de roupas, documentos, dinheiro, uma câmera, caneta e um bloco de papel, um celular, um notebook e um livro. Seu nome Filipe. Destino: A maior e mais louca aventura de toda sua vida... Numa certa tarde nublada de segunda-feira, Filipe está no escritório fazendo relatórios de sua empresa e observa que tudo está ótimo, menos sua própria vida, que está muito parada, a rotina já é uma coisa que é empurrada com a barriga.

Filipe tinha alguns talentos, desenhava, tocava piano e dependendo do dia era um poeta-compositor. Ele queria dar algum sentido a vida, alguém para compartilhar seus sentimentos, mas há muito tempo já não fazia as coisas que lhe davam prazer, porque na correria do dia-a-dia as coisas mais simples e importantes ficam como segunda opção.

Por mais que digam que não, o dinheiro move o mundo e as pessoas, o colocam num pedestal e em vez de ser uma solução torna-se um problema, então Filipe decide que dinheiro não seria mais um motivo para suas dores de cabeça, e sim algo que contribuiria para descobertas sobre o seu eu, e que os sonhos deixados para trás ninguém mais poderia impedir. Porque não fazer uma viagem sem data para voltar, aproveitar o que a vida poderia lhe oferecer, então ele pega o telefone e disca o ramal 3 que liga para seu gerente.

-Olá senhor Pedro, poderia passar aqui na minha sala para conversarmos. Com voz tremula Pedro responde: -Sim senhor! Nesse momento todas as espécies de pensamentos passam por sua cabeça, mas ele vai o mais rápido possível temendo o pior. -Senhor Pedro, sabe que tu és a pessoa que mais confio nesta empresa?! Diz Filipe andando para lá e para cá. -Sei sim, fico muito agradecido e posso lhe garantir que batalho para continuar merecendo e nunca irei decepcioná-lo senhor. -Pois bem seu Pedro, quero lhe dizer que preciso de um tempo para mim, sendo assim, por um tempo deixarei minha empresa em suas mãos para que tome conta enquanto estiver fora, sei que não será um erro. Irei viajar nesse fim de semana, organizei tudo aqui, assinei uns papéis necessários e está tudo meio caminho andado, cabe ao senhor administrá-la para que continue prosperando. Com um sinal de positivo Pedro olha para Filipe e dá um sorriso dizendo: -Pode deixar patrão, assim o farei. Dando um sincero aperto de mão em Filipe.

Chega a noite e Filipe chega em sua casa, afrouxa sua gravata, passa pela cozinha, pega uma maçã e sobe para seu quarto. Após algum tempo deitado em sua cama vai para o banho, demora algum tempo e sai como se tirasse um fardo de suas costas. Desce para a sala, assiste um pouco as notícias na TV e logo é informado pela governanta Herta que o jantar está pronto para ser servido, ele gostava de comida de verdade –caseira- e não certas frescuras que a maioria dos ricos comiam. Após isso ele pega seu notebook vê um trailer de um filme lançamento que o deixa intrigado, disponível apenas nos E.U.A, então, resolve procurar se era possível fazer o download, nem que não fosse em português, já que ele falava outros idiomas.

O nome do filme era “Aurora Boreal” e a classificação +18 anos. Minutos depois ele encontra um site não muito confiável chamado “Tempo Perdido” onde havia o filme numa versão Inglês/Legendado. Era Onze da noite e o download está completo, ele começa a assistir, era muito confuso, muitas partes sem sentido algum, não se sabe até que parte assistiu e em que parte dormiu. Ao amanhecer ele acorda por cima das coisas com uma tremenda sensação de mal estar, não se lembrava de nada da noite anterior. O dia passou rápido demais e a semana então como num piscar de olhos. A mala estava pronta, Filipe segue o caminho do aeroporto olhando pela janela do carro, começa a sentir um aperto no peito como se alguma coisa fosse acontecer, até pensa em desistir, mas lembra-se que era isso que ele queria, que se não fosse naquele momento não seria nunca mais...

Já no embarque Filipe se sentiu um pouco melhor, e a dor que o deixava desconfortável se transformava em euforia, quando ele se ajeitou no assento e as turbinas ligaram ele se viu no universo, em parte sozinho em parte completo, as estrelas davam um brilho espetacular, até Filipe perceber que aquilo realmente era real, e que não havia ninguém além dele naquele avião.

À frente havia um planeta, entre poeira espacial e três luas, duas delas amareladas e uma cinzenta, o planeta era parecido com a terra, mas o que se notava era a grande quantidade de rochas e naves espaciais ao seu redor, Filipe desembarcou em uma balsa espacial entre um mar gigantesco e um penhasco assustador.

Perdido entre aquelas rochas Filipe encontrou o primeiro ser vivo por lá, de longe parecia mais um gordo careca com problemas de locomoção, mas de perto era claramente um alienígena com quatro metros de altura, com duas mão grandes e braços realmente gordos como todo o resto, e a cabeça parecia uma bola com poucos cabelos, o roxo era basicamente a única cor que havia naquele corpo, além dos pés que eram pretos. Filipe disse seu nome, mas que pouco adiantou, o "e.t" não o notou, então ele partiu pelo caminho de onde veio aquela besta.

Duas horas caminhando entre rochas e areia Filipe se via cansado e sem muita energia, então pegou na sua mochila um pouco de água, mas quando abriu a garrafa grande parte do liquido evaporou o deixando muito curioso com aquilo, quando ele finalmente viu uma fumaça logo a frente, e correndo foi atrás de uma possível ajuda extraterrestre.

Novamente todos aqueles seres o desprezavam, era como se o quadrúpede de três cabeças não visse Filipe ali perto de suas pernas, e aquele ser parecido com um cavalo não sentia a presença dele também. Filipe já estava desolado, sem respostas e com muitas dúvidas, quando avistou de longe um outro "humano".

Martin morava em Nûgtan, o nome do planeta estranho, a seis anos, era moreno, um metro e sessenta, o que mais chamava atenção naquele homem erá um colar ou algum tipo de dispositivo, que mais tarde ele explicaria a Filipe que o mesmo o tornava visível e ouvível a qualquer ser vivo daquele planeta, e que o planeta era um refúgio para todas as criaturas perdidas no universo.

Johan Henryque e Alessandra T. Ferreira
Enviado por Johan Henryque em 25/10/2013
Reeditado em 03/11/2013
Código do texto: T4542223
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