O TUNEL DO TEMPO cap 6

Paulo Sergio Larios

9 de novembro de 1938, Alemanha

Os fatos sucediam-se tão rápido que Martina não conseguia pensar. Num instante Martina estava na Sala do Túnel brigando com seu marido e num impulso jogou a aliança nele, que bateu no seu crachá de auxiliar no Túnel e quicou para mais além de onde ela estava. Arrependida ela correu para pegar a aliança que sumiu no meio da fumaça e do barulho e dos equipamentos que explodiam ao seu redor. Martina jurava ter visto a aliança sumir, mas não quis acreditar no que via, mas no mesmo instante luzes enormes começaram a piscar ao seu redor e parecia-lhe que ela estava caindo para a frente, ou sendo puxada, por uma força desconhecida. Num relance Martina via vultos e ouvia vozes enquanto ia sumindo no labirinto do tempo. De repente Martina mergulhou na água e começou a sentir-se sufocando em meio ao ambiente. Ela estava morrendo e sabia disso, mas de repente, de novo, fora transportada para as luzes que piscavam ao seu redor. O estranhamento da situação era bastante grande. Martina de repente caiu de uma altura de uns dois metros, em cima de algumas pessoas, ainda assim ela ficou dolorida e sem entender muito o que estava acontecendo, viu as pessoas correndo ao seu redor, acuadas e uma outra multidão que ela reconheceu como sendo alemães, com roupas ...antigas, os atacando. Martina fora puxada por algumas pessoas que a ajudaram a se levantar e mesmo sem entender começou a correr com os que fugiam do drama que estavam vivendo. Martina não conseguia pensar, mas correu. Uma menina a puxava, levando-a pelas ruas que estavam cheias de vidros no chão. O fogo subia pelas casas e os prédios gritavam em labaredas. As pessoas corriam para todos os lados, confusas. Tiros ecoavam em meio aos gritos de pavor e ódio. Martina reconheceu que eram alemães correndo atrás de judeus, para os matarem. Uma bala passou zunindo ao lado do rosto da moça.

CERTOS CONJUNTOS DE BOTÕES

A imagem de Martina apareceu na tela do Túnel. Ela estava numa casa, no escuro, onde várias outras pessoas também estavam quietas, com medo dos gritos e do barulho que estava lá fora.

Haviam muitas novidades no túnel e eles estavam ainda aprendendo sobre as viagens no tempo. Num conjunto de idéias eles conseguiram, apertando certos botões nas máquinas que ligavam o Túnel, entender em que época Martina estava e o que o Túnel lhes mostrava.

- General, estamos vendo Martina na noite do dia 9 de novembro de 1939, na Alemanha.

- E o que isso quer dizer?

Anne se propôs a examinar rapidamente o Google, para tentar descobrir se havia algo diferente nesse dia, apesar de que eles estavam vendo que algo ocorria, mas não precisaram o quê.

- General, no dia 8 de novembro de 1938, ocorreu na Alemanha e na Áustria, a Noite dos Cristais. Sob o regime nazista ocorreram pogrons, que eram ataques violentos a pessoas e aos seus ambientes, suas casas, negócios e centros religiosos. Esse pogrom de 1938 destruiu casas, cemitérios, escolas judias, sinagogas e lojas, que foram saqueados e destruidos. O pogrom é historicamente o termo que define atos de violência contra os judeus, protestantes e outras minorias como os ciganos da Europa. A Noite dos Cristais ocorreu como resposta ao assassinato de Ernst Vom Rath, secretário da embaixada alemã em Paris, por Herschel Grynszpan, um estudante de 17 anos que queria vingar a expulsão de sua família da Alemanha, junto aos cerca de 15.000 outros judeus poloneses. Hitler mandou Goebbels atacar os judeus, o que ele organiza o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) e os S.A. que era a tropa de elite nazista, diferente dos S.S. que eram a tropa de choque nazista. – Todos olhavam compenetrados para Anne, enquanto ela lia na Internet os dados históricos.

- Na Noite dos Cristais – continuou ela – morreram 91 judeus e cerca de 25.000 a 30.000 foram presos e levados para os campos de concentração. 7500 lojas judaicas e 267 sinagogas foram reduzidas a escombros. As ordens determinavam que os SA deviam estar vestidos à paisana, a fim que o movimento parecesse ser um movimento espontâneo de uma população furiosa contra os judeus. Os incêndios também chocaram uma parte da população, mais do que o fato de os judeus fossem atacados fisicamente. Para envergonhar a alta autoridade nazista cobrou uma multa aos judeus de um bilhão de marcos pelas desordens e prejuízos dos quais eles foram as vítimas. O nome Kristallnacht deriva dos cacos de vidro (vitrinas das lojas, vitrais das sinagogas, entre outros) resultantes deste episódio de violência. Na madrugada de 9 para 10 de novembro de 1938 e durante todo o dia seguinte, lojas e sinagogas foram queimadas, e 30 000 pessoas foram detidas e posteriormente deportadas. A artimanha nazista era praticar esse ato premeditado contra os judeus como se fosse um ato espontâneo da população revoltada contra os judeus. Muitos soldados se vestiram com roupas civis e misturados à população atacaram os judeus. O ataque em toda a Alemanha, contra os judeus, ocorreu com total indiferença da policia e dos bombeiros, que não apagou os milhares de focos de fogo e destruição em todo o país.

- Quer dizer, perguntou Jerry, o nome Noite dos Cristais é devido ao vidro quebrado que restou no chão devido ao ataque em massa, o pogrom?

- É isso mesmo, disse Anne.

Todos olharam quietos, com olhar temeroso para a tela do Túnel.

QUEM É SANDY?

O barulho e os gritos desesperados, assim como o cheiro de fumaça deixavam todos acuados no escuro. Martina sentia a mão da menina que segurava a sua. Sua roupa pingava ainda a água do mar. De repente uma confusão foi seguida de um silêncio bem em frente onde eles estavam. Alguém com uma arma mexeu na maçaneta da porta com muito cuidado e abriu a porta com toda a fúria.

Martina estava vendo, mas não estava acreditando. Sandy estava de pé com uma arma fumegante na mão. Martina sempre imaginou que seu marido fosse um simples ajudante de cientista, e a arma? Sandy a viu e a cumprimentou rapidamente, mas começou a falar em alemão, como era possível, ela não sabia que ele falava outra língua. Ela viu que as pessoas tiveram uma reação ao que ele disse e a menina ao seu lado começou a falar algo respondendo-o, enquanto levantava Martina. Abrindo a porta saíram correndo com cuidado pela rua, sendo a menina quem os guiava, ainda de mãos dadas com Martina, tendo Sandy como segurança. Martina não sabia o que pensar.

- General, já temos os dados sobre Sandy. Depois que ele apareceu no quarto na Alemanha, pesquisamos e descobrimos que ele não é quem imaginamos. Rastreando seus dados, retroagindo até sua infância, todos os rastros sobre quem ele é somem com dez anos de idade. Ou seja, até dez anos não sabemos nada sobre ele. Desconfiamos que toda a sua história é falsa e ele é um espião entre nós. – disse Doug, fechando com cuidado a pasta em suas mãos.

- Quem é Sandy afinal? – disse o General Kirk.

O SINAL FOI DETECTADO

Uma linda mulher do Partido Nazista tinha total acesso à cúpula dominante. Sem dar atenção ao segurança ela entrou sem pedir permissão, o soldado a cumprimentou com um aceno de cabeça. Sem bater á porta ela entrou numa das salas. O major da SS a olhou sem surpresa, do meio de muitos papéis, que estavam em sua mesa.

- Henry. – disse ela ao Major – O sinal foi detectado, e você não acredita se eu lhe disser aonde. – Ela estava tão ansiosa que perguntou e respondeu ao mesmo tempo. – O sinal apareceu a menos de duas horas daqui.

O major Henry demorou bastante a responder, enquanto se levantava e andava lentamente até a moça. Ele era alto, com quase dois metros de altura e magro, muito magro.

- O problema é que Hitler decretou o ataque a todos os judeus justamente hoje. Será bastante complicado achar essas pessoas e capturá-las vivas, para que possam nos dizer onde é que a máquina do Tempo está. Precisamos agir muito rápido e sem despertar atenção. Tem como se ter uma idéia de quem estamos procurando, se é um homem, ou uma mulher, ou criança?

- Conseguimos detectar o sexo, mas sabemos que são três sinais. – Dizia a mulher enquanto se sentava numa poltrona macia de couro, com encosto alto.

- Três sinais? Mas que promissor. Três pessoas?

- Não, Henry, por incrível que pareça são duas pessoas, um homem e uma mulher e um objeto pequeno que não temos idéia do que possa ser, só sabemos que o objeto, talvez por ser o menor, é o que traz maior potência. Sabemos também que o objeto está com a mulher, que o carrega o tempo todo.

- Que interessante. Os nossos líderes nos mandaram para esse planeta e para essa época, pois sabiam de alguma forma que o sinal iria aparecer aqui. Eu não vejo a hora de sair desse tempo e desse lugar, esses alemães nazistas são gente ruim, que destrói o seu próprio povo. Outras raças nos chamam de bárbaros, mas os humanos são muito mais do que nós. A Máquina do Tempo é um portal que precisamos resgatar. Não sabemos quem a tirou do lugar e nem onde está. Quando a acharmos invadiremos esse planeta e destruiremos toda essa raça de humanos, sem piedade. Caçaremos todos os humanos, como se caçam animais, e vamos nos divertir matando um por um. Precisamos eliminar essa raça bárbara do universo, se queremos expandir a nossa influência. Visitamos esse povo a milhares de anos e descobrimos que só pioram e nunca melhoram. Já está resolvido que assim que for encontrada a Máquina do Tempo vamos eliminar a raça humana.

Lurdes bebia numa bonita taça um licor açucarado, de cabeça baixa. Ela temia Henry; é claro que o nome verdadeiro dele não era esse, mas nessa língua era impronunciável. Seus olhos evitavam fitar os do Major, ela sabia do que ele era capaz, ela já o presenciara com raiva.

Henry tinha o seu exército particular, formado de poucos homens e mulheres que eram a elite da elite da SS. Brutais e assassinos, dez homens e duas mulheres foram escalados para encontrar os três sinais e trazerem vivos se possível, o homem e a mulher que viera de algum lugar do tempo. Depois de dadas as ordens eles não poderiam voltar sem cumprir a missão, ou seriam mortos.

RESPINGOS DE CHUVA CAI SOB A ALEMANHA

Algumas gotas de chuva começaram a cair e isso causou uma breve esperança de chover e o fogo apagar, como também, talvez a chuva esfriasse os ânimos exaltados. Os alemães estavam atacando os judeus com uma ira incontrolável. Haviam soldados no meio do povo, mas não eram só os soldados, os alemães também os atacavam. O Partido Nazista fizera uma lavagem cerebral em suas cabeças de modo que eles acreditavam que estavam fazendo algo bom. O Nazismo não era só um partido político, mas era uma religião ciumenta que não admitia outras raças competindo. Hitler e todos os seus superiores estavam envolvidos com magia negra e cultos estranhos a deuses de outros planetas. Hitler era só fruto do seu tempo. Ele apareceu e exacerbou a limpeza étnica, mas se o povo não tivesse a mesma disposição isso jamais acontecesse. Hitler mantinha um esoterismo que acreditava que poderia existir uma raça pura, advinda de Atlantida, de onde se achavam descendente, assim como dos deuses nórdicos. Em como toda religião, o nazismo tinha uma oração que era entoada nas creches:

“Führer, meu Führer, que me foste enviado por Deus, protege-me e mantém-me vivo por muito tempo. Salvastes a Alemanha da mais profunda miséria, a ti te devo o meu pão de cada dia. Führer, meu Führer, minha fé, minha luz. Führer meu Führer, não me abandones.”

O nazismo tinha símbolos de poder arcano como a Lança Sagrada e o Cálice Sagrado. Haviam indícios de que Magos Negros iniciaram Hitler, quando jovem nos segredos do conhecimento esotérico, usando-o como médium para atividades malignas. Hitler se achava um iluminado, um escolhido, a Luz do Mundo. Só que para construir uma nova raça pura, o arianismo, era necessário destruir todas as outras raças impuras, começando pelos judeus, ciganos, cristãos protestantes, professores e cientistas. A Segunda Guerra Mundial era a era do messias negro, que havia feito um pacto com as Trevas. Os inimigos eram os cristãos e os judeus, o povo de Deus. O Arianismo era a verdadeira fé aos olhos de Himmler, e quando ainda lhe faltava uma Meca, ordenou a construção de uma, no Castelo de Wewelsburg na Westfalia. Um velho castelo que havia sido utilizado por algum tempo para interrogar “as bruxas” durante a Inquisição. Localizado próximo de um número de lugares santos e santuários pagãos na Alemanha. O “Reich de Mil Anos” teria o Castelo de Wewelsburg como seu Vaticano. Segundo Peter Levenda, Himmler transformou Wewelsburg em uma versão ocultista de Camelot. Foi concebido de acordo com a ideia do Rei Arthur, os doze Cavaleiros da Távola Redonda e o Castelo do Graal. Os doze cavaleiros, seus doze membros a maior parte da classe dos SS, se sentavam ali em contemplação e meditação silenciosa. A torre norte abrigava uma sala de pedra chamada a “Obergruppenführersaal” a “Sala dos Generais”. No piso da estadia Himmler dispôs uma versão estilizada da suástica em forma de roda solar adornada com SS em letras rúnicas de vitória. Sob o solo, segundo o guardião do castelo, estava o reino dos mortos. Ao redor das muralhas, estes pedestais poderiam muito bem ter contido as urnas com as cinzas dos generais que haviam morrido em combate. O ocultista Wiligut, que invocava as runas, é o sumo sacerdote das SS, influenciando muitos rituais no castelo de Hitler, que tinha a formação triangular. Todo o exosterismo praticado por Hitler e seus comandados trouxe à existência a idéia da “solução final”, a destruição absoluta do povo judeu. O nazismo desejava criar uma linhagem de super-homens ários. O Lebensborn, ou, o Programa de Uma Raça Pura, era a aventura de uma noite com homens escolhidos das SS, que dormiriam uma noite com jovens belas, fora do casamento e que no intuito de engravidar seus filhos seriam do Estado. Super-homens e super-mulheres estavam nascendo. Hitler quisera instituir o Reich de Mil Anos, só durou doze. A obsessão em destruir os judeus ajudou a enfraquecer o Terceiro Reich. Trens que deveriam levar os soldados ao front eram desviados para levar judeus aos campos de concentração, os chamados campos da morte, para morrerem de fome, ou sob experimentos, onde finalmente seriam cremados. Ganhar a guerra não era mais importante do que eliminar o inimigo judeu. Hitler se suicidou no sábado 30 de abril, de 1945, chamado “Beltane”, ou em alguns casos “Walpurgisnacht”, a noite das bruxas, na Alemanha.

Continua... é lógico!

P. S.

Todos os dados sob o Nazismo e sua ligação com o ocultismo é puramente verdade. O Nazismo era uma religião pautada em Magia Negra. O Castelo de Hitler e suas doze cadeiras, assim como suas dozes portas mágicas existem até hoje.

pslarios
Enviado por pslarios em 25/02/2014
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