A Fronteira - Enigmas de Outrora

A Fronteira

Enigmas de Outrora

Século XV

[L. Scheleger]

Volume – 1

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Dedico este livro á tudo aquilo que foi perdido e conquistado em minha vida...

Dedico este livro aos meus sonhos, reais e surreais...

Dedico este livro principalmente a minha imaginação, impossível de prendê-la...

Um jovem príncipe, obrigado e pressionado por forças desconhecidas têm de enfrentar os mistérios de um continente amaldiçoado, porém antes de chegar ao ponto final, ele terá que ligar seus meticulosos e enigmáticos sonhos com a realidade, desvendando segredos mortos e ocultos, dos quais foram sepultados há centenas de anos...

Agora, jogado adentro de uma duradoura e mortífera aventura, ele terá que reunir todos os seus amigos e então partirem para infindáveis batalhas, porém alguns pondo tudo quase á perder, pois ninguém esperava por repentinas traições vindas de dois confusos triângulos amorosos...

Nicholas é um valente príncipe envolvido nos mistérios dos descobrimentos de uma vida jovial, do qual reside em um universo fantasioso e traiçoeiro, durante uma noite muito perturbada, o mesmo teve sonhos e visões das quais nunca teve antes...

O descortinar do ocultismo de 300 anos atrás acontecera! Pois minuciosamente, os estranhos sonhos de Nicholas trazem laços com os acontecimentos do passado...

Nessa Terra medieval e fantasiosa da qual habitam as reais naturezas ancestrais dos druidas e as mentalidade sobrenaturais dos psíquicos, ela é dividida em dois continentes que são separados por uma amaldiçoada, imensurável e abissal fronteira no centro do oceano.

Toda essa Terra é repleta de animais falantes com personalidades humanas, antropomorfismos, suspenses, mistérios, enigmas, coisas sobrenaturais, mágicas, comediantes e também muitíssimo bizarras.

Agora, dispostos a desvendarem os enigmas do passado e os mistérios do ocultismo que pareciam mortos, Nicholas, Alyce, Zeraford, dois lagartos, um elefante e mais três amigos, Alex, Laerte e Anne, todos dividissem em missões fatais e antecessoras do verdadeiro ponto final, que é saírem de seu continente Benedictio para irem por um basta nos segredos que envolvem o continente amaldiçoado Sprevit, do qual que há 300 anos ocorreu uma épica e fatal mortandade, mas talvez dois triângulos amorosos possam acabar com toda essa missão...

Em diante, novos universos de romances, guerras, batalhas cruciais, carnificinas, profecias, aventuras, mistérios, suspenses e imprevistos serão abertos como um leque na vida do jovem príncipe Nicholas!

PRÓLOGO

“Vigília” – “O Intermédio entre o mundo real e o mundo surreal”.

“Há madrugadas que não são feitas para dormir e sim para esperar o pior, provindos do mundo real ou sonhador...”

Era uma vez um jovem príncipe, porém não exatamente... Na verdade, era sim uma vez em um universo paralelo onde até as rochas tem vida, em um planeta tão bizarro do qual até os dragões não surpreendem ninguém mais... Porém dessa vez a vida aqui é mais cruel e os sintomas são mais severos provindos de uma Terra ilusória, mas impossível de ser iludida... Havendo reviravoltas mais emocionais e traições jamais esperadas, então assim mudando completamente o seu próprio rumo diferentemente de todos os outros universos...

Era uma vez um jovem príncipe, em um mundo tão, mas tão real que a dor é diária, a vida é passageira, a esperança jaz, o amor é traiçoeiro e tempo é o único e verdadeiro aliado, do qual faz os maus presságios se irem e as feridas se cicatrizarem... Porém as marcas permanecem juntas de um final nem sempre ou talvez quase nunca, feliz... Em um mundo tão, mas tão real...

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O grandioso céu noturno ausente das estrelas e da lua comtemplam todo o império Mefizeboth, as neblinas que descem dos céus como estrelas cadentes, acabam por comprimirem todas as vidraças mais altas do palácio imperial...

As remotas cordilheiras erguidas do coração da Terra, mais antigas do que as próprias estrelas, continuam inertes por mais um dia comtemplando o céu ausente de luz...

As brisas que de dia são calmas e calorosas, agora são gélidas e perfurantes, como um único ser elas percorrem por todo o planeta Terra, usufruindo-se com toda a sua onisciência e onipresença...

Em mais uma assustadora e perigosa madrugada, pois se encontra na hora do repouso pertencente a “Noite Oculta”, na torre mais alta e no pico mais elevado do grandioso palácio, o príncipe Nicholas está dentro do seu grande e escuro quarto repleto de várias riquezas materiais, abastecido por belos lustres, abajures, pisos, mármores, camas, cobertores, banhados e adornados por finas joalherias, também há os seus nobres armários de madeiras antiquadas e todas as suas outras riquezas, incluindo o próprio luxo não provindo da alma humilde de Nicholas e sim provindo do palácio do qual ele habita, tudo está perdido em meio a essa escuridão noturna, porém não eterna e sim passageira.

Deitado em sua cama e se cobrindo com o seu cobertor da cabeça até as pontas de seus pés, ele começa e continua a se revirar de um lado para o outro, como quem está agoniado pelos pensamentos de insônias e pelo sufocante calor corporal que esses mesmos geram. Muitos outros pensamentos continuam á rondarem em sua mente, pois uma perturbadora e insistente insônia como essa nunca o havia pegado antes.

Se sentindo surpreso pelo o acontecimento dessa surpreendente insônia, agora retirando um pouco o cobertor de sua cabeça, deixando amostra somente os seus olhos fechados, ele então passa a inalar mais oxigênio como forma de concentração para uma meditação, logo em seguida para tentar entrar direto em seu tão formoso e querido sono.

Barulhos de cascos frios como o gelo colidem no telhado de aço do seu quarto, se fundindo ao vento seco que vagam dos oceanos repousantes repletos de vidas marítimas, porém cheios de vidas somente nas alvoradas até os crepúsculos e não nas madrugadas.

Os barulhos continuam e agora uma forte corrente de vento contínuo começa á soprar incessantemente, porém dessa vez vinda de centenas de quilômetros distantes. São correntes de fortíssimos vendáveis nascidos nos corações de eternos furacões, todos provindos de um oceano remoto, ermo e conhecido por alguns, porém extremamente temido absolutamente por todos e nunca antes explorado. Por causa da longa viagem que esses ventos percorrem, eles chegam apenas como brisas medonhas, levando consigo as maresias de seu imensurável e desértico oceano.

Por ocasião do destino ou por mera impressão, essas correntes de fraquíssimas e misteriosas vagantes brisas, parecem estar chegando o mais próximo possível do príncipe Nicholas, deixando a sua mente confusa, sem permitir que ele consiga distinguir se elas são apenas forças da mãe natureza ou realmente alguma perseguição maligna...

Esses pensamentos de dúvidas atordoam a sua mente aumentando muito mais a sua insônia, tornando-o um vigia de seus próprios pensamentos paranoicos... Ou talvez verdadeiros...

Nesse exato momento no telhado, o temido suspense ainda continua como o arranhar de garras afiadíssimas contra o aço que causam sonoros agudos e frios, quase á perfurar os tímpanos do príncipe. Então rapidamente com muita tremedeira acompanhada de pavores e profundas respirações, agora com as suas mãos, lábios, face, testa e couro cabeludo úmidos por causa de suores frios, que se espalham e consomem todo o seu corpo enquanto molham o seu cobertor, então por causa desse tamanho medo o jovem Nicholas se contrai e pressiona o cobertor sobre o seu corpo, arregalando os seus grandes olhos castanhos escuríssimos, olhando em direções alternadas, mas não visualizando nada além de um breu escuro, havendo em plena ausência de luz somente o branco de seus espantados olhos...

Subitamente igual às noites sem estrelas, um sonoro de pio como o de um raríssimo pássaro atravessa as paredes de seu quarto e entra sua mente...

— Anh? Que? É você? É você? — Diz ele um pouco assustado, procurando por algo ou por alguém do qual parece ser algo benigno e intimo de Nicholas, mas então o que será que é? Alguma lembrança de sua infância? Alucinações dessa sua noite mal dormida? Ou talvez algum fruto da sua imaginação derivada do pavor dessa perturbante insônia? Como um surtado ao ouvir esse sonoro do pio, então em instinto e com um único pulo ele se levanta da cama á procura, sabendo que não há chances de encontrar absolutamente nada e nem saber de onde está vindo esse pio, pois o jovem se encontra trancado em seu quarto, então logo em seguida perplexo ele acaba por cair de joelhos em meio a sua quentíssima e confortável cama.

Agora, os barulhos como garras e cascos retornam incessantemente, como se fossem criaturas medonhas trepidando e andando pelo seu telhado de aço. Barulhos agoniantes acompanhados dos sussurros das brisas viajantes, perfurando o concreto grossíssimo de proteção do seu quarto e novamente voltando a atordoar a sua mente sem sono.

— Carniceiros!? Mas aqui é muito distante de suas moradas, raramente eles aparecem por aqui, muito estranho esses acontecimentos... Por que isso? — Ele murmura calmamente se questionando, mas ele sente em seu coração os dizeres do seu próprio espírito, então voltando novamente para toda a sua paranoia ele acaba por entender e confirmar, crendo, pensando e sabendo que tudo isso literalmente se trata de uma grande perseguição maligna, mas qual o motivo? Nem o próprio Nicholas sabe, ele apenas sente em seu coração e confirma com as suas dolorosas conclusões, sabendo que se tratam desses medonhos monstros conhecidos como “Carniceiros”.

— Espero eu que você ainda saiba se cuidar... — Voltando para debaixo de suas cobertas, agora ele se refere ao primeiro sujeito do qual antes ele tinha se questionado, aquele mesmo que emitiu o pio de um pássaro, algo ou alguém que somente o jovem Nicholas tem o devido conhecimento.

Novamente se revirando, se mexendo e se contorcendo para todos os lados por mais alguns minutos, ele então tenta entrar em seu sono...

Algum tempo após, ele continua deitado e completamente inerte, parecendo que está dormindo, porém ele somente está tentando cair ao sono, ainda sem sucesso...

Algo continua o incomodando infindavelmente, perfurando a sua carne, acertando o seu coração, passando por sua alma e contaminando o seu espírito, porém ele não sabe distinguir o que é isso, se é a opressão de alguma força maligna ou é alguma ajuda benigna lhe dando sinais de alertas.

Seus pensamentos continuam á rodarem insensatamente e confusamente, mas agora por algum milagre parece que o jovem realmente está começando a cair no sono, então em sua mente ele começa a vivenciar raras imagens, talvez sejam lembranças ou apenas o início de algum sonho ou pesadelo, porém ainda com metade do cérebro ligado ao mundo real e a outra metade ligada ao mundo dos sonhos, repentinamente imagens ofuscadas começam á surgirem em sua mente e se embaralham, como em um mero e assustador jogo de cartas...

Continuando por um longo tempo nesse intermédio do mundo real com o mundo dos sonhos, pois o seu corpo e o seu desgaste espiritual querem e necessitam dormir, mas uma força misteriosa além da verdadeira e abissal fronteira não o deixa entrar em transe.

Nicholas sente que uma guerra incontestável deu início dentro do seu próprio corpo, como uma força maligna que fora traga pelos ventos de um gélido e ermo oceano amaldiçoado, entrando em uma verdadeira guerra contra a força benigna sempre residente e avivada do bom continente do qual Nicholas habita.

A sua mente está como um oceano de profundezas atormentadas, porém a sua alma está de águas superficiais completamente calmas e vívidas, então de repente como um imprevisto e incontestável furacão, que decaí dos céus noturnos fundindo-se as águas calmas e superficiais de um grandioso oceano, dessa mesma maneira os barulhos estrondosos como de grandes passos e rebatidas retornam sobre o telhado de seu quarto.

Imediatamente toda aquela sua meia paz se reverte em desesperos, os barulhos são os mesmo de antes, como os de cascos e garras continuamente arranhando, colidindo e debatendo fortemente contra o seu telhado de aço, porém dessa vez a agregação é tão tamanha, que a única certeza é de que está prestes a acontecer uma brutal invasão em seu quarto.

— Carniceiros! Carniceiros! São eles! — Nicholas grita em tons de urros e indagações, se contorcendo ainda mais em sua cama e rezando para que essa fúria seja apenas passageira.

A cada momento que se passa então os barulhos continuam muito mais e mais fortes, porém dessa vez como se fosse o extremo barulho da colisão de maremotos contra gigantes e firmes montanhas. Essas criaturas também soltam fortíssimos bramidos junto de uivos estridentes, uivos provindos dos perdidos lobos noturnos das montanhas com aquelas suas gargantas famintas.

— Mas que carniceiros malditos, o que eles querem de mim!? Pelos Deuses! Porque não saem do meu telhado!?— Resmunga o jovem príncipe Nicholas, virando-se de bruços e pondo o travesseiro sobre a sua cabeça e ouvidos.

Ele se encontra muito assustado pela ocasião, pois o que esses carniceiros que residem tão, mas tão distante querem justamente com ele? O jovem Nicholas sabe que a estrutura do seu quarto é extremamente protegida, então seria impossível uma invasão ai dentro, porém ele também tem o conhecimento de que na parte oculta da escuridão noturna, todas as formas de vidas que se encontram com esses carniceiros, morrem antes mesmo de conseguirem iniciar uma mera e falha fuga, ou seja, o príncipe se encontra por um triz, entre uma noite aconchegante bem dormida em sua confortável cama e entre uma morte violenta comtemplada por todas as estrelas.

“Porque você tinha de piar e dar sinal? Mas que perigo você vagando por ai a fora, ainda mais com esses carniceiros por aí... Eu espero que os Deuses atendam as minhas preces por ti...” — Pensa o jovem, murmurando em sua mente com um tom de quem está muito preocupado, se referindo a aquele mesmo e estranho sujeito do qual somente ele tem conhecimento.

Com a contemplação de uma lua de sangue, como um exército aliado de feridos soldados lançando da parte mais alta dos mármores de seu castelo, fechando totalmente o céu junto de um eclipse milenar, como uma chuva de lanças em uma eterna guerra vespertina, os sons uivantes e cortantes são dessa mesma maneira sem cessarem, atravessando toda a rigidez do aço de seu quarto, rangendo em sua mente e deixando o príncipe Nicholas quase á beira da loucura.

Enquanto esses diversos monstros tentam uma invasão em seu quarto, os seus rugidos uivantes servem de tormentos para o jovem Nicholas e de clamores por mais aliados da madrugada.

— Parem! Parem! Parem! Seus monstros! O que vocês querem de mim? — Em uma voz de tom baixíssimo, trêmula e embargada, ele murmura como sinais de expressões e alívios, se revirando de bruços enquanto ainda pressiona fortemente o travesseiro sobre a sua cabeça e ouvidos.

De repente, vindo de uma distância não muito longínqua, passando pelos bramidos e uivos escarnecedores... Espantando, calando e fechando a boca de todas as criaturas malignas, atravessando as paredes de aço e concreto do seu quarto, calando todos os rugidos dos carniceiros e espantando-os por completo, por fim, chegando como um suave cântico, o mesmo som do pio penetra em sua atormentada mente, sossegando-a de imediato e a enchendo de tranquilidade junto de muita paz.

“Nossa! Os carniceiros se calaram e não estão mais andando em meu telhado, que milagre ocorrerá? Eu sempre soube que você não era normal e sim muito mais do que especial...” — Agora, boquiaberto então Nicholas pensa com positividade, rapidamente sentando-se na cama e abismado pelo ocorrido, do fato de um mero cântico cessar todas as más forças noturnas.

Intensamente, mais das metades agoniantes de dúvidas e opressões que estavam em seu corpo e em sua alma se dispersam para outra dimensão, o deixando leve e tranquilizado, porém a insônia ainda persiste em seu corpo e mente.

A certeza caminha em seus pensamentos, fazendo ele realmente saber que é perseguido pelo maligno, porém o mesmo mal que o persegue tem algum rival, o mesmo que cessou os carniceiros e que agora está trazendo a paz para o jovem tentar entrar em um belo e longo sono.

Voltando novamente em tentar dormir, agora com paz e bem estar em seu corpo, Nicholas vira-se para cima, espalha o cobertor sobre si e volta a fechar novamente os seus olhos.

Subitamente, Imagens ofuscadas e sem brilhos começam a se formarem em sua mente já quase entrando em transe, enquanto a mesma força cruel e perseguidora que o colocou nesse carma vigilante de insônia, ainda tenta retira-lo do mundo dos sonhos, porém a misteriosa e repentina força benigna o relaxa, levando-o aos poucos e diretamente para um universo cheio de sonhos simbólicos e primordiais.

Agora, exatamente assim como segundos antes da morte da qual a vítima reaviva todas as memórias de sua vida, então entrando de uma única só vez no universo paralelo entre o mundo real e o mundo surreal, segundos antes de cair em sono profundo, Nicholas passa a reviver sonhos e imagens embaralhadas, vendo acontecimentos ocultos dos quais em toda a sua vida ele nunca antes havia os presenciados... Mistérios enigmáticos, coisas inigualáveis, profecias desconhecidas e sonhos inimagináveis...

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Surgem imagens como as de uma oficina musical em ruínas e abandonada há séculos, totalmente moldada, criada e amparada pela soberania da arte, repleta de poeiras e teias de aranhas que se entrelaçam do chão até o teto. As suas paredes são concretizadas por rochas grossas e rachadíssimas que deixam escombros aos chãos, essa oficina é repleta de velhos e antigos instrumentos musicais feitos de madeiras nobres, também há pequeníssimas caixinhas magicas de músicas que mais servem como fartas relíquias.

Também há cadernos de desenhos e velhos quadros de muitíssimos talentos, a maior parte desses quadros está caída ao chão e bem rasgados, porém o que acaba por chamar muito a atenção é um grande quadro com um compridíssimo rasgo em seu centro. O quadro está preso á parede e também está repleto de muitíssima poeira em oposição da sua fortíssima pintura, como se estivesse a mais de 200 anos abandonado. Ele está um pouco decaído para o lado direito, e a sua ilustração representa uma imagem ofuscada de uma desolada e nebulosa montanha...

Uma montanha enigmática e muito almejada,

Cuspida pelo magma da Terra e erguida em solo real,

Ou criada pela mera imaginação de um pintor...

Cenários esculturais de pedras aparecem em sua mente, em uma sala com várias paredes divisórias repleta de pequenos fragmentos de rochas espalhados por todas as partes, nesse local se encontra uma estátua caída e quebrada, lotada de rachaduras, porém a mais profunda rachadura nasce em seu peito esquerdo, do qual também se encontra o seu destroçado coração. É a estátua de um jovem rapaz, o seu rosto está sofredor e desamparado, parece que ele era um ser humano e acabou por se concretizar momentos antes de sua fatal morte, ou momentos após...

Essa mesma estatueta está segurando a mão de uma estátua feminina, com finos e belos traços faciais juntos de seus compridos fios capilares também concretizados. Assim como a estatua masculina, essa bela estatueta feminina também está completamente lotada de grandes fissuras, com a mais profunda provinda de seu coração de pedra, por fim os seus olhos se encontram fechados e o seu semblante está tristonho acompanhado de muito espanto, como se estivesse visto algo aterrador antes de sua crucial morte.

Como se fossem um casal, irrevogavelmente as mãos e os dedos de ambos se entrelaçam de forma incontestável e inseparável, mesmo ambos sendo apenas estatuetas, provindo das nascentes de seus mortos e concretizados corações, o sangue avermelhado e seco contrasta em seus corpos de pedras, marcando, manchando e se espalhando por ambas as cinzas e jazem estatuetas...

Restando apenas uma mera caixinha de música que como pura magia, mesmo também feita de pedra, ela lança um eterno e calmo som de mansas ondas, se destacando nos braços da bela moça...

Formando uma eterna e sólida,

Dolorosa morte...

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Em uma bela e infinita planície, completamente moldada por um majestoso e também infinito jardim, repleto do verde e das flores, principalmente repleto de imensas árvores floridas, há três estatuas em formatos de pássaros com tamanhos e portes grandiosos. Os seus detalhes são perfeitos e raríssimos, parece até que elas foram construídas pelos próprios Deuses, e então depois de tanto trabalho perfeccionista e árduo, os próprios Deuses foram obrigados a passarem toda eternidade apenas em repousos profundos.

Uma das aves está em forma de arquear voo, com o seu grande bico erguido em sinal de soberania e a bramir incessantemente, as suas grandes asas de pedras estão abertas em uma extrema envergadura, prestes a resplandecer um magnifico voo.

A ave do meio está parada em pé, em uma posição normal e serena, o seu bico está fechado e retilíneo acompanhando o seu suficiente olhar. Como o de um dourado pavão, o seu grandioso e compridíssimo rabo de penas rochosas vagueia se estendendo por todo o chão.

A última ave parece tristonha e em uma posição de como está a chocar algo, talvez um ovo de pedra. Ela está de cabeça e bico inclinados para baixo, olhos fechados e aparentando uma escultura depressiva, como uma ave sábia e sem esperanças, que previu e tem o conhecimento de um futuro mortífero e devastador.

Repentinamente, um forte vendaval passa por toda a infinita planície, sem local de nascença determinado e muito menos sem local de parada, apenas soprando como um oceano de ondas eternas, imediatamente toda a planície e o seu jardim por completos secam, apodrecendo e morrendo aos poucos...

O verde se torna amarronzado e as cores vívidas acinzentadas, tudo caindo perante o solo também morto, porém por fim mesmo depois desse forte vendaval as aves ainda estão firmes e extremamente concretizadas, indestrutíveis! Quando de repente, desce dos céus uma corrente de vento espiral passando entre elas três, de primeira vista o vendaval não aparenta causar danos, porém depois quando toda a maligna tempestade se cessa, como um lento e triunfal desmoronamento, as suas indestrutíveis rochas provindas das dimensões dos Deuses passam á racharem; primeiro rachando os seus pescoços ao meio e quebrando as suas cabeças nos colidires contra o chão, assim liberando cortantes raios brancos de dentro de seus corpos de pedras, então continuam a caírem muito mais retalhos e fragmentos de pedaços ao chão, e a cada uma dessas quedas os seus fragmentos se espalham restando apenas o pó... As três estatuetas dos Deuses foram destronadas...

Quando uma fortíssima tempestade é prevista,

Os danos são poucos,

Porém quando se está duro e inerte feito uma rocha,

Qualquer vendaval pode derribar...

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No noturno de um céu estrelado, sobre o pico de uma destroçada montanha repleta de árvores secas, frágeis e mortas, assim como o próprio clima seco e nebuloso da região, há um grandioso e acinzentado castelo em ruínas. O seu tamanho é exuberante e toda a sua magnificência é repleta de formosas torres, um belo castelo totalmente construído por imensos blocos de resistentes rochas, porém atualmente está quase tudo em total desmoronamento, em total declínio...

Nascendo no centro do castelo e erguendo-se ultrapassando até as neblinas, se trata da torre mais alta do mundo que antigamente era reta, mas agora está em total declínio e tortuosa. A sua grandiosa altura também ultrapassa as nuvens e até as montanhas dos arredores, a sua fina estrutura e telhados estão muitíssimos úmidos quase á desabarem por completos. Em lentíssimas velocidades escorrem rios de águas das chuvas e das neblinas, penetrando em suas rachaduras e apodrecendo mais ainda toda a sua fragilizada estrutura, que outrora nem mesmo os poderosos dragões de sangue-frio, com o seus furores e bramidos não conseguiam nem sequer causar algum arranhão nessa torre... Nesse nebuloso castelo por inteiro...

Os relâmpagos são contínuos, com os seus raios iluminando magnificamente toda a área da fina torre, lançando estrondosos trovões junto de forças devastadoras que denigrem mais ainda a rochosa e velhíssima estrutura dessa mesma torre.

Adentro da única e quebrada vidraça dessa torre, da qual não cessam as entradas dos chuviscos de chuvas e nem das gélidas neblinas, em uma poça próxima da janela desse desértico e imundo quarto, há uma estátua rachada e caída no formato de um rei morto. A estátua está de olhos fechados com semblante de conformação, os seus braços estão estendidos pelo chão em formato de cruz, os seus trajes são uma imensa capa, grandes botas e luvas, braceletes e um majestoso cinturão. O seu cabelo é expansivo como o de um verdadeiro rei e leão, enquanto a sua majestosa coroa é repleta de joias, porém se trata apenas de uma acinzentada e velha estatueta, nada mais do que isso...

Em todo esse cenário de morte e angustia, o que acaba por ser mais chamativo e intrigante é uma mortífera e peçonhenta serpente de olhares maliciosos, língua para fora e de corpo completamente enrolado ao pescoço do grandioso rei morto, do qual outrora era bravo como um leão e a sua magnificência era tão formosa quanto à de um felino... A serpente das sombras e das nevoas, em uma posição sucumbida e triunfal, como se o réptil de sangue frio acabasse de realizar o seu tão silencioso e traiçoeiro assassinato...

A hierarquia pode ser a de um majestoso Rei,

Dominante sobre um grandioso castelo,

Porém basta apenas uma mera e traiçoeira víbora,

Para acabar com todo o seu reinado e esplendor...

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Em um quilométrico vulcão de altitude incalculável, manso, inativo e completamente lacrado de qualquer resíduo fatal de lava ou enxofre, há um belo altar feito de raríssimas rochas negras e que desde eras passadas emanem divinas cristalizações místicas, porém no topo desse altar há um objeto intrigante e almejado por todo o universo, uma coroa feita de ouro e com belas ondulações fazendo parte de toda a sua arte...

Nessa coroa, em uma seguida ordem há um total de nove pedras preciosas, como o rubi, a esmeralda, a safira e um grandioso diamante em seu centro. As luzes radiantes da alvorada cortam todas as atmosferas e penetram adentro de sua dourada rigidez, contrastando toda a sua riqueza espiritual e material, transformando-a em uma pequena estrela terrena que resplandece uma aurora poderosíssima provinda das galáxias mais distantes, capaz de petrificar todos que ousam á se aproximarem de sua exuberante glória.

No perímetro do vulcão, incluindo toda a área extremamente quilométrica e sem fim definida de todo o seu arredor, há milhares de estatuetas de soldados vestidos com armaduras de guerra, capacetes modernos, todos empreitando lanças, espadas e escudos. Alguns guerreiros estão montados em estonteantes cavalos também feitos de pedras e outros soldados em grandes torres, manuseando poderosíssimas catapultas, também tudo petrificado... Porém não se sabe se tudo isso se trata de estatuetas moldadas e construídas por belos talentosos, ou de seres vivos que realmente foram petrificados nessa eterna e imortal guerra santa...

Escalando o vulcão, também há milhares de guerreiros feitos de pedras, como se fossem petrificados enquanto escalavam, porém o vulcão é tão alto que todos eles demorariam anos até chegarem ao topo... Todo esse alvoroço e guerrilha são por causa da inveja do esplendor de uma divina coroa...

Em meio a toda essa guerra de estatuetas, o que acaba por ser mais fatal e chamativo é a presença de um gigantesco, crucial e inigualável dragão também feito de rochas, pairando entre as calorosas e mansas nuvens, porém a criatura está totalmente inerte, sem cair ou ser movida, uma imensa e mágica estátua flutuante que desafia toda a lógica...

Enquanto os milhares de guerreiros que estão petrificados há milênios, sofrem os efeitos dos poderes da natureza como várias rachaduras, umidades, penetração de águas, quedas de destroços derivados de fortíssimos vendáveis tempestuosos e muitos outros fatores, esse imenso e superior dragão considerado o Deus do submundo, mesmo petrificado há milênios, a sua estrutura não sofre nenhum dano, nenhum arranhão sequer...

A sua majestosa envergadura de asas escamadas e rochosas impedem as fortíssimas tempestades, a sua compridíssima e rochosa calda combate as hordas de relâmpagos, o seu grossíssimo e resistente dorso compete destruindo até colisão de estonteantes asteroides, e por fim a sua grandiosa mandíbula mesmo também petrificada, desde os primórdios e incessantemente até hoje, a sua garganta exalta um rugido que vagueia pelos séculos do séculos...

O furioso dragão nascido da lava e herdeiro do submundo, sem cessar libera continuamente esse infinito rugido milenar, esperando somente o momento certo de ressurgir a vida...

Um eterno rugido que percorre por todos os céus e vales da Terra,

Liberando completamente o seu ódio e furor,

Crente que em algum século ele retornará ao seu corpo carnal,

Para então engolir de uma única só vez,

A coroa representante de todo o cosmo universal...

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Essas foram as imagens e acontecimentos ofuscadíssimos que percorreram na mente do jovem príncipe Nicholas, agora depois que a suposta e misteriosa força benigna conseguiu extorquir por completo a enigmática oferenda maligna que tanto o atormentava, sem lembrar-se nem um pouco sequer dessa sua noite de vigília e insônia, principalmente também sem lembrar-se dessas suas embaralhadas imagens não vistas e sim vividas no mundo intermediário, finalmente ele então entra em seu sono profundo...

Entrando de uma única só vez em sono REM,

Ele agora começa a vivenciar o real,

O passado, as profecias e os símbolos,

Uma madrugada que marcara eternamente a sua vida,

E até depois da morte deixara vestígios em sua alma e espírito...

Sonhos nunca antes...

Sonhados...

LScheleger
Enviado por LScheleger em 10/07/2014
Código do texto: T4876172
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