Guardiões Das Almas, Capitulo I

     Já havia se passado quarenta minutos, e ele ainda observava aquele túmulo. Havia algum nome escrito ali, mas era impossível ler, pois, o tempo havia desgastado todas as letras deixando apenas um "M" no começo e um "O" em seguida.

   Uma lagrima escorre pelo seu rosto, ele a limpa.

     - Qual é o motivo dessa lágrima, Calleb ?

     Ele se vira e vê uma garota branca, com olhos verdes e cabelos negros, seu vestido é todo florido, e os sapatos são vermelhos.

     -Desculpe, eu não percebi que você estava ai, Sarah...

     - Não precisa se desculpar. Bem que eu gostaria de poder chorar. E obrigado por vir me visitar hoje. - Ela da alguns passos até chegar bem perto dele.

     Um vento sopra fazendo uma chuva de folhas secas cair sobre ambos.

     -Não tenho nada melhor pra fazer mesmo, prefiro os mortos do que os vivos.

      -Não diga isso. Posso estar morta, mas você me vê, então podemos dizer que estou viva, certo ? - Ela tenta dar um murro de leve no braço dele, mas o soco passa direto.

     Nando da um sorriso, olha para céu e solta um suspiro profundo.

     -Tenho que ir, já esta escurecendo.

     -Tudo bem.

     Ele se vira e sai caminhando...

                                ***

     

     Ele abre a porta e entra. Jullya, a irmã de Calleb, uma garotinha loira de olhos azuis esta sentada na mesa jantando, ao lado dela esta o pai de Calleb. Os dois param de comer e fixam os olhos nele.

     - Que foi? - Pergunta Calleb, com os olhos fixos no pai

     O pai desvia o olhar e volta a comer.

     - Você foi visitar o espírito daquela garota? - Essa pergunta feita por Jullya atinge Calleb como um soco, e faz o pai fixar os olhos nele de novo, aguardando a resposta do filho.

     -Fui... - Calleb caminhou até a porta do quarto, olhou para o pai e continuou - E a propósito, tem um espírito do lado do senhor.

     O pai da um salto da cadeira, olha ao redor assustado

     -Sério? Aonde?

     -Brincadeira, pai. - Ele abre a porta do quarto e entra.

     -Pai, o senhor deveria ser mais corajoso. - Dis Jullya tentando segurar a risada.

     -Eu sou muito corajoso, filha. Sou o pai mais corajoso do mundo.

     -Ai, pai. Tem uma aranha ali, mata ela. - brinca Jullya, apontando para a parede atrás do pai.

     Ele corre pra perto de Jullya, olha para a parede e percebe que não tem nada.

     -Ta bom, você me pegou, espertinha.

     No quarto Calleb se encontrava deitado na cama, olhando pro nada, mas pensando em tudo.

     A família de Calleb era como qualquer outra, tirando o fato dele poder ver e falar com espiritos. O pai era um bobão, Jullya era uma garota doce e muito esperta. A mãe deles morreu quando Jullya nasceu, e desde então, o pai da o máximo para criar os filhos. Calleb nunca entendeu porque consegue ver espíritos. Jullya sempre diz pra ele que isso é um dom, mas ele discorda, pois, desde pequeno, esse "dom" só trás problemas.

      Quando Calleb tinha Doze anos, ele quase morreu afogado por culpa desse "Dom". Ele estava voltando da escola, mas decidiu ir pela beira de um lago que havia perto da casa dele. No caminho ele olhou e viu uma garota se afogando, mesmo ele não sabendo nadar, correu e mergulhou na água. Quando ele alcançou a garota e tentou segura-la, percebeu que era um espírito. Uma cãibra tomou conta de sua perna, e ele afundou. Quando acordou já estava no hospital.

     O pai entra no quarto e vê Calleb dormindo, ele anda até perto da cama, observa o filho, apaga a luz e sai do quarto.

Malicioso
Enviado por Malicioso em 27/05/2015
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