O Triste Fim Do Vidente 1/2

 
O Triste Fim Do Vidente.
Vidente: Aleksi
Pai1: Burkhard / Mãe1: Luitberga / filho1: Thorsten
Pai2: Manfred / Mãe2: Katja / filho2: Rolf
Narrador: Klaus Bakuri
Ouvinte: Yamãnu


Burkhard e Luitberga eram pais do jovem Thorsten, Manfred e Katja deram ao filho o nome Rolf. Estes casais e seus filhos moravam no mesmo país, nunca se conhecerem. Burkhard e Luitberga nasceram e passaram toda a existência no campo na lida árdua com a terra. Manfred e Katja foram urbanos desde o princípio ao fim de seus tempos. Eram apenas pessoas comuns, tal e qual a maioria das pessoas em qualquer região do mundo, apenas pessoas.

Aleksi não era uma pessoa comum, passara parte de sua juventude internado em sanatório, ouvia vozes, vozes que apenas ele ouvia, inclusive nos períodos de interno. Quando se fez homem adulto aos vinte anos de idade as vozes que ouvia disseram que ele deveria sair de sua cidade o mais rápido possível, e assim o fez. Embarcou clandestinamente em vagão de carga da ferrovia transcontinental numa fria madrugada em novembro de mil e novecentos e setenta e oito. As vozes nada disseram para onde ele deveria ir.

Aleksi acordou com a luz do sol em seu rosto, luz que penetrava por entre as ripas de madeira do velho vagão de cargas. Entreabriu a grande porta corrediça e ficou encantado com a paisagem. Eram flores. Flores a perder de vista. Aleksi não ouviu voz alguma, mas “ouviu” a beleza e o aroma das flores e decidiu que aquele era seu destino. Precisava descer do vagão, porem a velocidade do trem o impedia, mas o trem parou abruptamente deslizando sobre os trilhos num ranger de ferros ensurdecedor. Aleksi desceu do vagão, ouviu o trem apitar três vezes e seguir por seu caminho de ferro. O que fez o trem parar não sei.

Aleksi estava faminto e sedento. Seguiu os trilhos da ferrovia apreciando as flores e aspirando o perfume do ar floral. As flores e seus perfumes ficaram para trás, a paisagem rural variava de acordo com o uso do solo, flores, grãos, gramíneas, animais e outros mais. Estava exausto, precisava beber e comer alguma coisa. Quando se dispôs a sentar para descanso sentiu um delicioso aroma de comida, alguém próximo preparava refeição, continuou em frente até avistar uma casa rústica, e a fumaça lançada pela chaminé denunciava que ali alguém cozinhava. O largo portão estava aberto, mas Aleksi não se atreveu a transpassar, bateu com as palmas das mãos. Seu chamado foi prontamente atendido por um homem de feições tristes, e Aleksi ouviu a voz que apenas ele ouvia, e ela lhe disse:

-“É chegada a hora, quando cruzares a divisa deste portão teus feitos transformarão a vida de milhões. Serena voltará a ser a face de muitos que choram. Levarás vida onde paira dor e morte”.  
Aquele era a casa de Burkhard, Luitberga e Thorsten.
 



Desligue o gravador. Preciso molhar minha garganta e fazer uma pausa, minha mente necessita ordenar os pensamentos para dar prosseguimento a esta saga. Desculpe-me por fazê-lo esperar forasteiro Yamânu, amanhã, se você ainda estiver por estas bandas, a gente continua.
Yamãnu_1 e Klaus Bakuri
Enviado por Yamãnu_1 em 28/06/2015
Reeditado em 30/06/2015
Código do texto: T5293021
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