Retorno ao Lar

Anos se passaram desde que um dos últimos a estar naquele lugar agora velho e irreconhecível, vira por sob as nuvens, as assombrosas montanhas negras refletindo o brilho matutino do primeiro dia do outono, e agora poderia novamente levantar os olhos para a estonteante paisagem do planalto Cairngorms, nas terras orientais da Escócia. O renome e a história por trás das roupas surradas e rasgadas claramente ainda foram levados em conta para a transferência do aclamado professor Maxmillian Werner James, juntamente com a vigésima sétima colônia, vinda da fronteira continental mais antiga da Terra Segura, passando a quilômetros de distância da zona de alta radiação. Para quem já ouvira em algum anúncio científico arcaico o nome do professor James e ainda guardava algo desse passado distante na memória, das duas uma: Ou possuía um interesse louvável em escrever a biografia do físico mais aclamado e esquecido de toda uma geração científica, a qual nunca fora escrita nenhuma, ou era tão velho quanto os arquivos empoeirados das bibliotecas dos salões de Aristóteles. O tempo era implacável para todos, mesmo até para os gigantes de rocha e metal que o professor James lembrava na infância ansiar escalar por entre as fendas e dobras dos abissais paredões das Grampians, imaginando-se no pico da maior delas, a leste das cordilheiras, entre os lagos azuis do planalto e os campos cinzentos de vegetação rala, que sempre crescia unida as pedrinhas reluzentes, as quais o jovem Max quando criança teimava em jogar na janela da senhora Wolf. Sempre no final da tarde quando a rabugenta senhora cansava de gritar e resmungar com a voz rouca devido às décadas de fumo, o jovem Maxmillian e seus amigos travessos, que passavam o dia inteiro correndo e brincando de desbravar o jardim do quintal da velha, aproveitavam o fato do seu quarto ironicamente ficar em direção as plantações da família James, local perfeito para o menino peralta e precocemente brilhante em termos de ciência treinar tiros ao alvo. Ciente dos truques de um bom e preciso lançamento oblíquo. Contudo, sempre era interrompido pelos puxões de orelha de sua mãe, Milla. Nada dessa época ao menos era semelhante à visão inóspita e sem vida que os novos habitantes da Arca poderiam enxergar dos colossais vidros, que a partir do instante de suas chegadas, delimitariam suas vidas. Como o diretor Golden gostava de expressar a todos e a tudo quando questionado sobre a crueldade e insensibilidade dos métodos de manutenção adotados – Isto é necessário! E por tempo ilimitado – Proclamava veementemente, com um tom de sarcasmo. Mas nada disso perturbava o professor James mais do que o fato de ser transportado pelos botes separadamente de todos os outros, e apenas depois ser informado que se juntaria a colônia principal. E era de se estranhar ainda mais a atitude dos homens que o conduziriam até a Arca. Onde já se viu, os encarregados dos transportes não somente não proibirem o embarque dos pertences e artefatos dos passageiros, como é de praxe, como também insistirem para que checasse se não estava esquecendo nenhuma de suas anotações ? Perguntou-se o professor James, confuso e sem nenhuma teoria a respeito. Quando logo em seguida sentiu um pequeno solavanco e a temperatura do bote começara lentamente a aumentar, sequência que lhe era bem familiar. Dando-se conta, emergido na escuridão agonizante da qual todos os transportados as novas áreas eram submetidos, que haviam por fim chegado, e agora seguiriam para o sentido central das edificações. De certo isso não fazia sentido, e Maxmillian buscava no pouco de vivacidade que ainda o restava no espírito uma nova questão asolucionar, deixando de lado o ego que apontava a possibilidade de tudo aquilo se tratar de um mero estudante ou curioso qualquer que integrasse a comissão de diretores, com dúvidas sobre a Teoria Quântica de Campo ou sobre a formulação do Teorema de James-Van Wood. – Quanta bobagem – Resmungou, virando o olhar para os primeiros níveis do desconcertante complexo de cristais da Arca. – Ninguém em plena lucidez me deslocaria por quase um continente de terra e poeira para unicamente adquirir conhecimento acadêmico, ao menos não atualmente. Pensou com sigo mesmo, perdendo a atenção com a beleza dos flashes azuis e violeta do domo cintilante, a centenas de metros das plataformas mais altas que podia enxergar. A condução dos novos habitantes se dava sempre da mesma forma, acontecia periodicamente com veículos robustos similares a carros em formato de cilindro chamados de botes, revestidos de um metal escuro e fosco, que pelo que o professor ouvira mencionar-se nos corredores dos setores de pesquisa e nas reuniões da administração que havia participado, se tratava de uma liga de ouro, titânio e outro metal encontrado no espaço, mais precisamente sintetizado em rochas do Cinturão de Asteróides. Não era sem razão, pois o revestimento era praticamente impermeável as radiações de mais alta energia, semelhante ao vidro que revestia a Arca, e a propulsão desenvolvida para os botes somente seria possível por meio de circuitos compactos de dimensões inferiores a escala do picômetro, para os quais esse metal exótico veria a calhar. Com a matéria prima para a conservação dos botes se tronando cada vez mais escassa, toda essa conjuntura era necessária e imprescindível, não podendo falhar em momento algum e claro servindo de justificativa oficial para a SEntinel manter as diretrizes ancestrais de transporte dos primeiros anos após a construção dos refúgios. A nenhum dos passageiros era permitido olhar ao redor, ou se quer ativava-se qualquer dispositivo ou botão que emanasse luz de dentro dos botes, assim nada fitaria a percepção de quem quer que fosse que estivesse a bordo, nem mesmo a dos pilotos, que reordenavam o trajeto sempre automaticamente por meio da sincronia exoneural. Era uma carnificina de regras animalescas e com pretextos duvidosos, e o professor James esperava com certa inquietação a chegada ao prédio principal aonde os recém chegados moradores receberiam as boas vindas do “tirano da vez”, e não iria descansar até receber uma explicação que fosse do seu agrado para aquela cerimônia sem fundamento. Justo no dia em que não conseguiu resolver o Paradoxo de Montgomery-Black, como havia previsto. Seu humor não estava nada convidativo. Torres e mais torres, era o que se poderia ver pelas diminutas janelas no teto do veículo que a essa altura carregava não mais que uma dúzia de pessoas, desde que entrou na Arca ao tempo da recalibração molecular e a adaptação a nova atmosfera, até quando as cápsulas de preservação foram desligadas e abertas e a iluminação no interior do veiculo ativada. A reação de muitos continuava a mesma dos primeiros a passarem por essa experiência bizarra, estado de pânico e confusão ainda às escuras, mas não para Maxmillian, que com certeza de qualquer um que estivesse a bordo era o mais “experiente” no que se refere aos padrões de viajem da SEntinel. Paulatinamente a luminosidade branca e ofuscante dos domos de vidro cristalino penetrava pelas telas do teto e das laterais do bote, e os passageiros puderam finalmente abrir seus olhos e conhecer quem viajara ao seu lado por horas e tão somente se saberia disso no quarto final da viajem. Claro que isso não importava. Desse modo a sentença primordial do código de ética da organização se manteria, “desapego total a toda matéria de ordem humana, pois assim sobreviveremos”. A maioria dos poucos homens influentes que ainda viviam, não compactuava nem um pouco com o domínio atroz exercido pela SEntinel em todo o planeta. Outros que não eram influentes, mas também queriam uma nova forma de convivência e organização para a população mundial, eram perfeitamente personificados pela imagem do jovem discípulo do emérito professor Daniel Van Wood, último ganhador do Nobel de física. O adolescente também passageiro do bote, já havia lido e relido entusiasmado e enfeitiçado pela obra genial do físico escocês, orientador do seu mestre, artigos e livros antigos sobre a pesquisa cientifica fracassada mais audaciosa e revolucionaria do século XVII, fato que o agora aposentado Maxmillian relutava em recordar. Essas lembranças eram o ventre da angústia e do arrependimento do professor James, que o impediam de ter uma noite se quer de sono, nas quase três décadas passadas. Por uma notável coincidência o jovem aluno de Wood e o professor James se localizavam alinhados na disposição das cápsulas, de forma que seria inevitável ao recobrarem a visão o contato entre ambos. O prédio central estava a algumas milhas a frente, na plataforma mais elevada da Arca que a essa altura já prendia a atenção de todos no bote, mas no ambiente silencioso e indiferente de dentro do veículo agora normalmente iluminado, um pequeno ruído se destacou e ressoou nas paredes metálicas e seladas, que mais pareciam compor a estrutura de uma jaula.

– Professor James? – Questionou baixo e levemente agitado, quase como um grunhido, o ainda sem fôlego aluno de Wood.

– Sim... Como me reconheceu meu jovem?

– Fui orientado pelo doutor Wood na faculdade, ele me falava muito do senhor e do seu trabalho... É um enorme prazer em conhecer o senhor, professor. – Colocou o atônito menino, que pela pouca expressão corporal e aparência franzina de não mais que 20 anos de idade, fez o professor James recobrar lembranças de si mesmo nos tempos de juventude, livre das rugas e da bengala que o ajudava a manter-se de pé.

– Faça me um favor, me chame de Max. Você, aluno de Wood, tem nome? – perguntou o professor, com feição de curiosidade a situação inusitada de alguém lembrar-se de quem ele já fora.

– Ah... Sim! Chamo-me Rawson senhor, Barry Rawson senhor… perdão! Max!

O gaguejante e sem jeito garoto de cabelos desarrumados e sotaque engraçado, provavelmente oriundo da Europa Oriental, por poucos segundos fez Max recordar da adolescência e de suas trapalhadas ao ser apresentado a mestres e doutores da Universidade de Ciências de Edimburgo, em muitas vezes gerando gargalhadas ao se pronunciar por seus modos simples e não sofisticados. Barry, aparentemente apenas o causou um leve sorriso no canto da boca, quase imperceptível. E quanto mais se observava o falar e os agires do recolhido jovem, Max reconhecia nele a projeção como em um espelho, da personalidade e das manias de Van Wood, com quem dividiu a bancada da Academia Real Unida de Física por 13 longos anos, nem sempre em momentos de concordância e camaradagem a respeito de uma teoria ou outra. Na verdade eram poucos os dias em que Max e o seu esquisito orientando de doutorado não discutiam. Sem dúvida era a imagem de seu antigo pupilo e amigo com alguns anos a menos e um pouco mais de senso de estética, que voltava dos mortos, ironicamente acanhado, para contar a sua história de fã ao seu ídolo de colegial. Os dois estavam inquietos, principalmente Barry, que girava a cabeça em círculos medonhos enquanto batia os pés agitadamente no piso. Os sons dos botões de alerta, semelhantes aos de um xilofone; os sopapos do freio nas subidas as plataformas de entrada; os gemidos macabros de um ou outro passageiro ao seu lado, ainda em estado de confusão mental; não eram muito relaxantes. Tentava se controlar, inutilmente. Vendo aquelas pessoas desconhecidas ao seu redor, algumas com identificações de laboratórios e ainda de jalecos, indo com elas para onde não se sabia bem, nem qual a causa disso, e ainda presenciando o encontro com quem sempre sonhara conhecer. Ao perguntar-lhe do porquê de os transportarem a essa nova área, Barry, ciente da localização, e ciente que por mais que alterassem a paisagem, a vegetação, e todo o vale das montanhas negras seria impossível para Max tirar o pensamento de onde vivera grande parte de sua vida, buscava assim a versão direta da fonte sobre os incidentes que Wood lhe contara terem ocorrido com o professor naquele lugar.

–Max, por que nos trouxeram para aqui?

– Não posso lhe responder Barry, pois eu mesmo não sei o porquê.

Tudo era muito ilógico. As transferências só ocorriam no período de três meses, e Max tinha acabado de voltar a colecionar os seixos turquesa no jardim da nova casa, na Arca em Boston; todo o material de pesquisa, livros e papéis do professor James, foram grosseiramente exigidos para também serem levados ao destino; de todas as Arcas “próximas”, foram conduzidos a posta entre o platô do Great Glen e o vale das Grampians, na região exata onde o professor nascerá e vivera, até durante a graduação acadêmica; e sem falar na urgência de serem levados ao diretor da SEntinel responsável, onde na maioria das vezes se deixava um tempo para que os passageiros vomitassem, passassem mal e se descabelassem, para os que sofriam da síndrome do confinamento. A ornamentação no interior da Arca era esplendorosa, diferia sempre entre uma e outra, e o caminho do bote a plataforma antigravitacional do centro era sempre o mesmo, definido de tal maneira que cruzava as outras bases elevadas a centenas de centenas de metros do solo cor de marfim e textura polida, tornando a viajem uma apreciação à beleza das construções flutuantes. Enquanto se encaminhavam para a chegada ao prédio do diretor, suspiros e expressões de espanto, e metade dos passageiros que Max e Barry podiam ver estavam boquiabertos com as bases suspensas da Arca. O que para Max lembrava vagamente um painel publicitário que vira com o irmão, aos dez anos de idade, de crianças em um comercial do castelo da Disney, convidando-os a visitá-lo, impressionadas com o cartão postal holográfico. Era realmente similar, mas um tanto menos colorido, pois tudo era metálico ou cristalino lá dentro. O instinto perspicaz de Max, dizia que alguém o queria ali para alguma coisa, mas não tinha idéia de quem, ou para que. A SEntinel era a organização de líderes e pesquisadores humanos, se é que pode ser chamada assim, mais brutal e misteriosa que existia, e até seus por menores eram desagradáveis.

PIIIIIIIIHHHH! – Soou o estridente e insuportável alarme vindo de trás do bote, o qual a frequência e amplitude eram tão fortes, que em três segundos acionado dois passageiros homens vieram ao chão como que atingidas por um laser no peito, agonizando se debatendo de dor.

– Senhoras e senhores, por favor, se acalmem... – Declamava serenamente o oficial de transporte, na cabine dos pilotos com a voz sinfônica de um computador, quando fora bruscamente interrompido.

– Calma uma pinóia! Vocês querem nos matar seus idiotas? – Berrou Barry, incrivelmente revoltado e enraivecido, pelo desconforto de sentir na pele o infortúnio da primeira viagem a esses moldes.

–Controlo-se meu jovem... Ponha a língua dobrada entre os dentes, e tape os ouvidos. Logo passará.

– Mil desculpas senhor... Digo Max!

A visão do garoto raquítico e inocente, se rebelando ao ponto de partir para talvez a agressão ao oficial, foi em si muito mais alarmante para Max que o próprio som cortante do dispositivo de alarme. Assim como deveras hilário.

–Senhoras e senhores... – Voltava a anunciar o oficial.

–É sempre assim Max? – Questionou Barry em tom de desprezo.

–Não. Estão bem mais gentis que dá última vez.

Instantaneamente, um feixe de luz avermelhado e ofuscante, com alguns centímetros de diâmetro, veio do sentido oposto do veículo em direção ao rosto do professor James, calando-o em um susto.

– Por gentileza professor, não se comunique com nenhum passageiro. Atente as orientações de desembarque. Tenha um bom dia. – Disse a voz do oficial. Estranhamente simultânea ao próprio oficial que informava o protocolo de chegada e descida. Provavelmente a voz fora gravada para ser transmitida no momento em que falasse, imaginou Max. Alguém ali não ia muito com a cara do professor.

–... E assim se fará o desembarque, atentem aos painéis no final de cada corredor do prédio. Não façam perguntas. Tenham um bom dia.

– Barry, nessas horas que eu adoraria já ter pedido ao almirante Heath uma passagem para a Lua.

– Com toda certeza, senhor.

Contudo, as condições de sobrevivência em Tártaro eram péssimas, sem contar com o realocamento em andamento para as crateras mais próximas do lado escuro devido à tempestade magnética do último ano, e a grande possibilidade do almirante Seymour Heath, participante da comissão de notáveis na Terra e um dos chefes do Projeto Supernova na Lua, já ter batido as botas. Além do professor nunca ter visto sentido algum em batizar a primeira base humana na Lua, com o nome do inferno da mitologia grega.

– Sigam os painéis. Sigam os painéis. Sigam os painéis... –Diziam os pequeninos robôs em formas de humano, agitadamente após o desembarque, andando de um lado para o outro em direção ao elevador da plataforma mais alta, para o prédio central. Nem se precisou caminhar muito quando as portas metálicas se abriram de baixo até em cima, para as dores de cabeça e nos olhos causadas pelo farol gigantesco do domo da Arca, se iniciarem em todos do grupo. Toda a cidade flutuante se desenhou, era de fato magnífico. Os relâmpagos e os feixes, azuis, violeta e prateado rebatiam-se e se misturavam no vidro da gigantesca semi-esfera, até a distância que se conseguia apreciar, e por mais acostumado que estivesse com o imensurável tamanho da Arca, Max ainda perdia o fôlego. Uns 100 metros à frente, o cenário da cidade se dividia por um cilindro fino de cristal prata estendido até o topo da Arca, se encontrando dentro o elevador para plataforma central, solitário e no meio da calcada esculpida em esmeraldas onde desembarcaram. Barry em todo o trajeto entre os pequeninos robôs e a trilha retilínea do caminho a ser seguido, não fez um se quer barulho, parecendo ter sido congelado, perdendo até o êxtase inicial de conversar com o professor James. Perfeitamente compreensível. A dois passos da comporta quadrangular do tubo transparente que levava ao elevador embutido no mesmo, Max pode perceber no longínquo do horizonte o pico da maior das montanhas negras através do vidro da abobada cristalina. Minúsculo e cor de púrpura. Fora ali, ou melhor, na base da Ben Macdui, que a família James morou numa humilde e isolada casa construída das pedras dos próprios rochedos da montanha, de frente ao lago Etchanchan, que fazia a alegria dos poucos moradores das planícies verdes na época da migração do salmão arco-íris. Devaneou, voltando a essa época. Mas por pouco tempo.

– Max? Você está bem? – Perguntou lhe Barry, com um leve cutucão em seu braço.

–Novamente professor James! Preste atenção as orientações. Entre no elevador! – Ordenou um dos robozinhos, puxando-o com o curto braço mecânico em direção a porta do compartimento onde todos já estavam.

–Sim, desculpe-me. Perdi-me nos pensamentos.

Ao por os pés a centímetros daquela caixa que subia e descia, o ambiente novamente já mudara, e a temperatura voltou rapidamente a diminuir assim como era no bote.

– Senhoras e senhores... Pedimos para que não se movimentem dentro do veiculo... Próxima parada... Prédio central... Tenham um bom dia. – A voz não saia de quanto nenhum, mas era igualmente irritantemente a voz dos metálicos pigmeus no desembarque. Só piorava, e agora os grotescos robozinhos aparentemente, também foram programados para reconhecer e falar com o professor James. Certamente ele não teria um bom dia, pelo menos não um dia normal.