A AVENTURA CONTINUA III - CIVILIZAÇÃO

Civilização.

As quatro águias gigantes de penas amarelas; presente de Harag; atravessaram o deserto e agora sobrevoavam uma terra verde com extensos campos cultivados a perder de vista.

Pequenas vilas isoladas; junto a rios e pequenos lagos apareciam de tanto em tanto. Algumas estradas de terra aplainada calçadas de pedra, entrelaçavam o território; e uma larga auto-estrada com perfeito calçamento de pedra preta; pela qual circulavam veículos de carga, dirigia-se de sudeste a noroeste.

–Esses caminhões não me são estranhos – disse Alan de repente – quem os construiu deve conhecer tecnologia xawarek.

–E isso é bom ou mau? – perguntou Iara, cansada e dolorida de estar sentada na águia gigante por dez horas sem mais descanso que uma parada meio do deserto para esticar um pouco as pernas e abaixar-se na areia branca para urinar.

–Ainda não sei. Não vi nenhum deles. Só humanos.

–Segundo o mapa, já estamos dentro do país de Gren – disse ela – foi aí onde detectamos uma usina nuclear. Se continuarmos neste curso logo avistaremos a cidade de Tíber, a maior delas. Segundo os quirions, é a capital do país.

–Espero que consigamos passar desapercebidos entre eles – respondeu ele.

–Harag disse que estamos bem vestidos – disse ela – espero que seja a última moda dos quirions, e que os civilizados nos vejam como simples caipiras.

–Nossa vida pode depender disso. Você está linda com essa roupa.

–Obrigada, coronel, você também.

Iara e Alan estavam vestidos com roupas simples de pano nativo ao estilo dos quirions, para justificar aparecerem dos céus montados nos pakakhes.

Ele usava uma calça de montaria marrom reforçada de couro nos fundilhos e uma túnica levíssima de pano cor areia, amarrada na cintura pelo cinto de utilidades com estojos de couro para seu pentacorder, lanterna e outras coisas da nave.

Iara vestia uma túnica similar que cobria o cinto de utilidades, uma saia marrom até os joelhos e o cabelo preso em rabo de cavalo com uma fita colorida.

Ambos calçavam sandálias coturno de couro com sola grossa e tinham capas de lã de wok sobre os ombros, que eram eficazes para se proteger da chuva e se cobrir nas noites frias quando a temperatura podia descer a 22 graus.

Por baixo da túnica o coronel portava suas inseparáveis pistolas, a phaser marciana e a laser xawarek, com suficientes recargas.

Iara portava uma pistola laser xawarek presa na coxa da calça de montar por baixo da saia e um fuzil marciano curto, que ela sabia usar muito bem, escondido por baixo da perna, encaixado na sela.

Possuíam quatro aves, duas para carga, consistente em frutas e mantimentos de carne e peixe seco para as aves, que pegaram dos oxmecas. Para eles, carregavam água, carne seca, frutas e outras iguarias nativas.

Para um estranho eles seriam apenas um casal de caipiras quirions em viagem de troca de produtos. Pelo menos isso era o que eles esperavam. Anoitecia quando divisaram as luzes de uma cidade. Alan puxou seu pentacorder e disse:

–Tiber. Ainda bem. As aves parecem estar cansadas.

–As aves?

Alan olhou com pena sua parceira. Ela demonstrara ser forte, mas parecia no limite. Já estavam viajando há mais de onze horas.

–Vamos descer um pouco naquele descampado antes – disse ele – precisamos urinar e dar um pouco de peixe às aves.

Iara sorriu agradecida, e seu sorriso era como um sol.

*******.

Tíber, 28 de julho de 2019 (190728).

Tiber era uma cidade grande, onde veículos e pessoas circulavam pelas ruas a procura dos seus afazeres. Na beira do rio que cortava a cidade, o cais, com navios de vapor atracados, e no mar a menos de vinte estádios, outros navios ancorados.

Ninguém reparou nos seres que sobrevoavam a cidade nas grandes aves, porque era normal gente do interior aparecer para trocar mercadoria, agora que eram pacíficos.

Falava-se nas ruas que isso era devido à chegada de certos deuses que os apaziguaram com seus vizinhos. E isso era bom porque as pessoas gostavam das frutas exóticas, além de um certo peixe muito apreciado pelos gourmets.

A praça arvorada do centro da cidade tinha sido equipada com grossos cabides de troncos para as aves pousarem e também com alimentadores. Na margem esquerda do rio havia um aviário, onde as aves eram guardadas e tratadas. Era um negocio novo que prosperava.

Alan e Iara pousaram nos cabides da praça central. Estavam cansados.

A última parada foi meia hora antes, onde puderam urinar e alimentar as aves. Agora estavam sozinhos numa cidade estranha, num país estranho, num planeta que até meses atrás era considerado deserto e inabitável.

Mas Titã, também fora considerada uma lua deserta e inabitável.

A não ser pela diferença de temperatura, a arquitetura de edifícios baixos e a roupa do povo, Tíber poderia ser outra Taônia. Mas Alan não

tinha como explicar isso a Iara.

Então apareceram três homens uniformizados, sem dúvida policiais.

–Muito bem; forasteiros. O que desejam em Tíber?

*******.

Iara não entendeu a língua de início, achou era marciano. Não podia ser, tinha que ser raniano. Alan, fluente em ambas línguas, logo disse:

–Estamos de passo. Queremos descansar os pakajes e comer algo. Queremos dormir em algum lugar. Amanhã vamos vender nossa mercadoria.

Os policiais fitavam-los, enquanto Iara dava o resto do peixe seco às aves.

–Podem comprar peixe fresco nas vendas do cais – disse o policial.

–Obrigado pela dica. Não conhecemos a cidade. É a primeira vez.

–Entendido – disse o mesmo policial – ao outro lado do rio há um aviário, deixem as aves lá e voltem de barca. Runo cuidará bem dos seus pakajes. E não se metam em encrencas enquanto estiverem aqui.

–Encrencas? Não conhecemos ninguém por aqui!

–Certo. Sabem ler e usar comunicadores?

–Sabemos ler – disse Alan olhando os cartazes das lojas, escritos em raniano clássico – mas não temos comunicadores.

–Claro que não. Venha – disse o policial indicando uma cabine telefônica.

–Este é um comunicador. Mostrarei como se usa.

Os comunicadores eram como os de Taônia. Alan entendeu seu funcionamento.

–Pode ligar se houver problemas; este é meu cartão. Vocês têm dinheiro? Como vão pagar o que comam?

–Não temos dinheiro daqui, só algumas moedas de Asdruth. Queremos vender a carga e comprar coisas para nosso povo.

–Podem vender aí – disse o policial indicando uma pequena quitanda.

–Ótimo. Mais uma vez, obrigado.

*******.

Primeira jogada.

Agradavelmente surpresos da hospitalidade local, venderam toda a carga de carne seca e a fruta, que no norte era muito apreciada, talvez devido a que as terras eram usadas para cultivar grãos de mim-dar e pastagens de inchu para os woks.

Com pesados saquinhos de moedas na cintura, os terrestres desceram da barca e caminharam alguns quarteirões nas ruas de paralelepípedos em direção à pousada indicada por Runo; o dono do aviário, um senhor muito gentil que lhes prometera cuidar bem das suas aves.

Entraram na pousada quando já a noite estava bem escura.

Pescadores e marinheiros de peles claras bebiam e jogavam. No canto esquerdo da entrada; sentados à uma mesa junto à parede, três xawareks bebiam e jogavam com os dados piramidais que Alan conhecia tão bem. Seus uniformes de guerreiros eram mais estilizados e modernos que os de seus conhecidos de Jápeto. Na cintura portavam lasers bem modernos. Alan pressupôs que estes não estavam aqui há dez mil anos.

Os terrestres ocuparam uma mesa à direita. Uma bela jovem de olhos azuis, pele branca e cabelo preto; vestida de camisa solta e saia longa; veio a atendê-los.

–O que desejam? – perguntou sorridente.

–Queremos jantar – disse Alan – qual é o cardápio?

–Sopa de peixe, carne assada, carne crua, zhiris, salada de xil e ovos.

–Zhiris? Queremos carne assada e salada. O que há para beber?

–Vinho de Auxor, vinho de Greena, suco de fruta, leite, água e chá.

–Vinho. Para dois. E uma porção de zhiris para mim.

A garçonete retirou-se, caminhando agilmente com a graça da juventude.

–Alan, olhe discretamente para onde estão os xawareks – disse Iara.

Um sujeito sentou-se à mesa com os tigres. Sua aparência era humanoide. Vestia uniforme preto; botas, cinto de utilidades, pistola e capacete de metal preto. Seus olhos estavam protegidos por grossos óculos escuros de nadador, montados em uma máscara flexível que cobria totalmente os olhos e a parte de cima do rosto.

–Finalmente...! – Alan ficou pálido.

–O quê foi, Alan?

–Eu só os conhecia por gravuras de séculos atrás...

–Quem?

–Esse aí é um alakrano!

*******.

O coronel quase não conseguiu jantar descansado. Sua excitação era demais, estava desesperado para ouvir. Colocou discretamente o pentacorder encima da mesa, coberto por um guardanapo, para gravar parte da conversa. O alakrano parecia estar ouvindo um relatório dos tigres, relativo à produção de cereal dos campos do leste.

Alan também notou que os tigres dirigiam-se a ele respeitosamente.

–Estou furioso, Iara.

–Por quê?

–Depois de todos estes anos venho a descobrir que Vênus é uma segunda Terra, fértil e sadio. Não detectei sinais de poluição, as cidades parecem limpas, os aborígines nativos são sadios e bonitos, os nativos urbanos são educados... E tudo isso aqui, tão perto da Terra, sem que ninguém suspeitasse. Poderíamos ser nós que estivéssemos no lugar desses tigres modernos...

–E dos gafanhotos – disse Iara.

–Gafanhotos?

–É o que me pareceu esse que está com eles. Olhe a boca dele, os dentes parecem presas de inseto, curvadas para dentro como as formigas.

–Sem dúvida um alakrano autêntico. Está dando ordens aos tigres.

–Não comeu nem bebeu nada. Parece que já vai sair.

–Vou pegá-lo. Não posso deixá-lo sair do planeta sem saber que veio fazer.

–Perdoe, Alan, mas esses bichos que você comeu vivos o enlouqueceram.

–Esses bichos, como você os chamou, esses gostosos zhiris, são nativos do planeta Xawarek Amaru em Sírio; a oito anos luz daqui. Os tigres de Jápeto comiam khajs, que são parecidos e se criam em Titã, porque os deles já tinham desaparecido após dez mil anos. Isso significa que estes daqui têm linhas de suprimento constantes de Sírio para cá. Isto é muito grave. Penso que eles têm uma grande operação aqui e preciso descobrir o quê é.

–Como fará isso? – ela estava arrepiada, apesar do calor da pousada.

–Fique de olho nos tigres. Vou sair atrás dele.

Ninguém notou a saída do terrestre atrás do alakrano, que virou à direita da pousada. O coronel seguiu sua presa por dois quarteirões até uma rua lateral, onde virou à direita por meio quarteirão e entrou num depósito de lã e couro. Alan procurou uma porta lateral para espionar. Achou uma janela.

Dentro estava escuro, mas a iluminação pública permitiu-lhe divisar um espaço-moto de desenho arrojado. Junto dele o alakrano tirou o capacete e ficou com a touca flexível que segurava os óculos. Tirou o cinto de utilidades e começou a vestir uma armadura. Alan pulou pela janela com a pistola em mãos e disse em raniano:

–Fique onde está, alakrano! Não se mova, levante as mãos!

O alienígena olhou-o com surpresa e ar de chateação. Não levantou as mãos senão que terminou de vestir sua armadura tranquilamente. Alan sentiu que perdera o controle da situação. Falhara o fator surpresa, o alakrano não tinha medo dele.

–Não está me ouvindo? – disse Alan em siriano.

–Estou, estou ouvindo. Agora vá embora, infeliz.

Alan disparou em facho reduzido aos pés do ser, que nem se mexeu, mas logo puxou uma pistola do espaço-moto e disse em siriano:

–Mudei de idéia. Fique aqui. Quero saber de onde você saiu.

Alan sentiu um frio na espinha. A situação estava fora de controle...

*******.

Na pousada, Iara teve uma intuição. Não esperaria sentada. Assim que ele saiu, levantou-se, chamou a garçonete e pagou com umas moedas. Mostrou-lhe a volumosa mochila embaixo da mesa e disse-lhe bem devagar em raniano:

–Cuide disso, moça, por favor. Preciso sair, mas volto logo.

Na rua, viu Alan virar a esquina e apressou o passo. Ao chegar à rua lateral não havia mais ninguém. Caminhou mais um passo e viu o lampejo do disparo dentro do depósito.

Correu até a entrada. Estava fechada. Viu a janela e chegou a tempo de ver o alakrano apontando sua arma. Ela puxou seu laser e disparou sem pensar duas vezes.

–Tome, gafanhoto!

–Iara? – Alan agradeceu aos deuses.

O disparo bateu no peito do alakrano, mas nada aconteceu. Ele deu uma risada sarcástica e disse, antes de atirar nela:

–Esses brinquedos não me afetam!

*******.

Iara abaixou-se e o disparo passou pela janela. Alan aproveitou a distração e regulou a pistola para concussão máxima. Atirou no peito do alakrano. O impacto o fez voar para trás, onde bateu numa pilha de fardos de lã.

Alan não esperou que se levantasse, regulou a pistola para concussão mínima e atirou na cabeça. Ele ficou imóvel. Iara pulou a janela e reuniu-se com o coronel.

–Nem um arranhão – disse ele – a armadura dele é melhor do que as nossas. Temos que ser rápidos, Iara. Ajude-me a amarrá-lo com este cabo de amarrar fardos, antes que se recupere.

–Não está morto? – disse ela, admirada.

–Não. Parece que não é fácil matar um alakrano – disse ele – vou revistar suas roupas e pertences, preciso achar documentos, mapas... Tudo o que for útil.

No cinto de utilidades da armadura achou painéis de escrita com documentos, livro de mapas com centros de produção destacados e mapas estelares.

–Isto vale ouro. Pegue tudo, Iara. Vou dar uma olhada no espaço-moto.

Nesse meio tempo o alakrano recuperou-se. Alan apontou a pistola e ele nem se incomodou. Com força sobre-humana, arrebentou o cabo de aço como se fosse linha de costura e pulou ao pescoço de Alan, apertando-o com suas mãos enluvadas.

Iara disparou várias vezes nas costas do alienígena sem resultado, então pulou encima dele, fazendo uma chave de pescoço, mas o ser parecia de aço.

–Iara...! Os óculos...! Tira...! – Alan estava morrendo estrangulado, mas com sua mão esquerda conseguiu pegar sua lanterna do cinto de utilidades.

A jovem compreendeu e cravou as unhas embaixo dos óculos, arrancando-os com todas suas forças. Alan acendeu a lanterna e o alakrano gritou e pulou para trás, tentando fugir da luz de iodo.

Iara foi derrubada, mas viu o espanto no rosto do ser. Seus olhos facetados como das moscas, com brilho de diamantes sob a luz, começaram a fumegar.

O alienígena caiu de bruços tentando se proteger, mas era tarde, seus olhos estavam horrivelmente queimados. Alan, ainda no chão, tentava respirar com dores no pescoço. Seu treinamento fez ignorar a dor e recuperar-se logo. Estava preocupado com o barulho. Tentava ouvir algum movimento na rua.

–Você está bem, Alan?

–Sim, fique de olho nele, que não escape!

–Não há perigo, parece que está cego.

–O sol deles é infravermelho; a luz é quase mortal para eles, mas ainda assim são perigosos; são supersoldados... Alakran...! Xuát es hun demo?

–Rum pur erf...! (Vá para o inferno) – respondeu o alakrano.

–Mas você vai primeiro – disse Alan, já mais recuperado.

–Ele está buscando uma arma! – disse Iara apontando na cabeça do ser.

Mas o alakrano tirou um objeto do cinto e o engoliu rapidamente.

–O que ele fez? – disse Iara quando o alienígena desabou no chão.

–Tomou veneno. Vai morrer. Deve ser um agente importante.

Em segundos o corpo do alakrano começou a ser consumido de dentro para fora por uma potente luz que o incinerou no meio de uma fumaça irritante.

–Um tipo de ácido, Iara! Muito inteligentes. Até a armadura está sumindo.

Em minutos sobrou só um buraco no assoalho de madeira. Alan deu mais uma olhada no espaço-moto; escondeu os documentos, a pistola e os óculos do alakrano sob a capa, comprovou que a rua estava deserta e disse:

–Vamos embora.

*******.

Depois da aventura.

Voltaram á pousada ainda trêmulos, tentando recuperar-se da aventura e foram sentar-se à sua mesa. Os tigres já tinham ido embora. A garçonete aproximou-se.

–O senhor não terminou a salada, não estava boa?

–Estava sim, mas tive que sair depressa para ver um conhecido.

–Desejam mais alguma coisa?

–Sim, aquele vinho de Auxor.

A jovem foi buscar outra jarra.

–Temos bastante informação. É valiosa demais... Cadê a mochila?

–Calma; coronel! Está embaixo da mesa – disse Iara com o rosto corado.

–Coloque o material nela. Hoje não quero ver mais nada. Preciso um trago.

–Eu também. Ainda estou tremendo. Foi uma noite e tanto.

A garçonete serviu o delicioso vinho tinto e Alan levantou o copo:

–A sua saúde, Iara. Você salvou minha vida.

–A sua, Alan, você me arranjou um mundo de aventuras.

–Você me conquistou, Iara. Agora eu quero mais de você. Nestes dois meses descobri que você é uma excelente parceira; corajosa, inteligente e bonita. Seus olhos são bonitos, seu cabelo é bonito, sua pele é bonita, seu corpo é um sonho... Quero que fique comigo para sempre.

De mãos dadas, falaram de si mesmos até que os frequentadores partiram quase todos. A jarra de vinho secara e a atendente apareceu quando se beijavam.

–Querem mais vinho?

–Queremos um quarto – disse ele.

Subiram pela escada de pedra. No andar de cima havia um corredor com meia dúzia de portas. Uma delas estava aberta. A moça parou na frente e acendeu a luz.

–Espero que gostem. Três kunaris por uma noite. Vinte por trinta noites.

–Tome quatro e me acorda para o desjejum.

–Claro, obrigado. Tenha o senhor e sua esposa uma boa noite.

A moça retirou-se e Alan empurrou a mochila para dentro do quarto.

–Tem até banheiro! – disse Iara, logo que entrou – Com chuveiro e espelho!

–Ótimo – disse ele tirando a roupa – vou usá-lo agora mesmo.

–Você está todo marcado – disse ela, olhando as inúmeras cicatrizes dele.

–O alakrano quase me matou. Devia ser muito importante, para se matar se fosse pego. Algo eles estão tramando, algo acontece aqui, que ainda me escapa...

–Falo dos velhos cortes, tiros, arranhões, costuras...

–É longo de contar – disse Alan, completamente nu, entrando no banho.

–Quem diria que eu estaria hoje num quarto de hotel, sozinha com um homem nu, tomando banho...? E em Vênus! – disse ela tirando a roupa.

–Vênus é a deusa do amor – disse ele.

–É claro que é – disse ela, já completamente nua – se meu pai me visse agora...

–O brigadeiro ficaria... Contrariado, para dizer uma palavra suave.

Ensaboaram-se brincando e rindo. Logo as risadas silenciaram e ele a puxou para si, abraçou seu corpo molhado e a beijou embaixo do chuveiro.

–Esperei dois meses para fazer isto – disse ele, já com o sexo ereto.

–Por quê demorou tanto? – disse ela com suas entranhas em fogo.

Alan a pegou em braços, como uma recém casada e a levou à cama.

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SEGUE EM A AVENTURA CONTINUA IV - SEGUNDA JOGADA

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O conto A AVENTURA CONTINUA III - CIVILIZAÇÃO - forma parte integrante da saga inédita Mundos Paralelos ® – Fase II - Volume IV, Capítulo 30, páginas 60 a 64 e Capítulo 31, Página 65; cujo inicio pode ser encontrado no Blog Sarracênico - Ficção Científica e Relacionados, sarracena.blogspot.com

O volume 1 da saga pode ser comprado em:

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Gabriel Solís
Enviado por Gabriel Solís em 15/10/2016
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