Invasão Silenciosa - parte 1

Jonas acordou.

Sem saber onde estava nem o que tinha lhe acontecido.

Olhou para os lados mais o que viu não fazia sentido. Sentou na ponta do colchão jogado ao chão e viu que tinha uma garrafa de água. Sem sobressalto, pegou a garrafa e tomou tudo sem parar para respirar.

A sua frente uma porta de metal encontrava-se fechada. Levantou-se e tentou abrir a porta sem sucesso. Sentou-se novamente no colchão jogado ao chão e tentou se lembrar o que havia acontecido. Não conseguia lembrar de nada, mas lembrava do seu nome, de onde via, seus pais, mas nada que desse uma dica de onde estava e nem o porquê.

Começou então a olhar em volta do quarto onde estava, paredes de cimento lisa na cor de cimento, nada escrito nas paredes, uma unica luz no centro da sala, protegida por grades de ferro, o colchão em que encontrava-se sentado e a garrafa de água, mais nada.

Buscando a paz em seu interior, pensou na familia, e então se lembrou de sua mulher, meiga, compreensiva e carinhosa, veio então seu filho, o pequeno Flavio. Chorou, e lembrou-se de estar brincando com o pequeno Flavio, jogando bola, andando de bicicleta e sorrindo.

Se perguntando o que podia ter acontecido, novamente adormeceu.

Jonas acordou de forma abrupta, estava sendo carregado por dois homens e tentou se desvenciliar, mas perecebeu que tinha algemas nos pés e nas mãos, estava sendo levado em uma maca, acorrentado.

Olhou em volta mais o que viu foram outras portas iguais a sua, em um corredor mal iluminado e escuro. Os homens nada falavam apenas o levavam em direção a uma porta maior que via a frente, e foi então que a porta se abriu. Para seu desespero, viu outros corpos pendurados ao teto, corpos de pessoas. O desespero veio a sua boca e no centro da sala encontrava-se um doutor, isso conclui devido ao jaleco branco que vestia e as luvas e mascara que usava.

Sem dizer uma palavra os homens que o levavam deixaram no centro da sala e se retiraram pela mesma porta que entraram.

Jonas tratou logo de perguntar a figura que se apresentava em sua frente:

- Onde estou? O que você quer comigo? Que lugar e este?

O médico calmamente olhava para Jonas e então respondeu:

- Você esta no ultimo lugar que ira estar. Aqui e onde tudo termina para você, mas recomeça para nós. Não se preocupe, tudo logo estrá acabado. E quando utilizarmos a sua casca, nada mais será importante, a não ser o proposito que aqui nos trouxe.

- Como assim? Você vai me matar? Irá me pendurar ao teto como os outros nesta sala? Não tenho nada a lhe oferecer, o que você quer de mim?

- De você queremos apenas a sua casa.Os outros que aqui estão são os fracos, que não resistiram a transferência, vejamos se você é capaz de receber nossa essência, ou então seu destino será o mesmo deles.

Sem mais conversas o médico injetou um liquido branco e viscoso no pescoço de Jonas, o que lhe causou uma intensa queimação, descendo pelo pescoço e paralisando Jonas em todo o corpo, logo uma sensação de sono foi se apresentando e Jonas podia ver o médico sorrindo.

Em casa sua esposa estava preocupada, pois já tinham dois dias que Jonas não aparecia. Quando olha pela janela, vê seu marido entrando pela porta do prédio onde moravam. Correu para porta para recebe-lo, com o mais afetuoso dos beijos o beijou ao abrir a porta. Ele, secamente respondeu com um beijo de labio fechados dizendo:

- Boa noite querida, o que temos para a janta?

- Amor, o que houve com você? Onde você estava?

Ele respondeu de maneira seca e assertiva:

- Estava em um retiro espiritual, renovando minha fé. Não se preocupe, sou um novo homem. A partir de agora nossa vida irá mudar. Teremos muitas mudanças neste mundo daqui para frente.

Sua mulher nada entendeu, mas o deixou ir para o banho. Pelo menos Jonas estava em casa, mesmo que com um olhar frio e vago.