Invasão: Um Conto Ayoan. Parte 6 - A Cura.

A Cura.

Três pequenas naves se aproximam zunindo em alta velocidade, voando baixo, rasgando as águas do imenso oceano vermelho. Dentro delas estava o Rei Ayoan Áyôa Anúbis e a sua Guarda de Elite:

- Já era para alguém do controle aéreo ter nos contatado! Ligue para eles imediatamente!

- Estou tentando Vossa Majestade, mas por enquanto nenhuma resposta!

- Muito estranho! Aumente a velocidade, algo não está certo!

Ao se aproximarem do continente já puderam avistar o clarão provocado pelos incêndios.

A Cidadela do Mar ardia em chamas, centenas de Ayoans corriam de um lado para o outro carregando baldes, e jogando água para apagar o fogo. Ao longe, na linha do horizonte, a imponente pirâmide real também queimava.

Poucos minutos depois, Áyôa desce apreensivo de sua nave:

- Alguém mais está sentindo este cheiro? Pergunta um dos guardas de elite.

- É cheiro de sangue! Responde o Rei começando a correr em direção a pirâmide.

Ele se mete entre as chamas que estalavam. Se assusta com os gritos desesperados de socorro, o barulho de ossos sendo quebrados e o de carne sendo mordida e arrancada.

- Mãe Naturea! Estão sendo comidos vivos! Pensou sentindo o cheiro forte de sangue.

Ao final de um corredor, avistou a sombra de um monstro projetada contra a parede, e pelo que parecia estava lutando com alguém.

- Anput! Grita Áyôa.

Ele esfrega as mãos uma na outra, entre elas uma bola brilhante de luz azul começa a surgir e aumentar de tamanho:

- SURYASTRAAA! Berra Áyôa fazendo um movimento arremessando a bola faiscante de energia que voa até acertar em cheio o monstro.

- Anput minha esposa, você está bem? Ele se aproxima correndo.

- Áyôa... Você não devia ter ido... A nossa filha ela... Está morta!

- O que? O Rei se espanta levando um susto caindo sentado para trás.

- Um homem vestindo uma roupa estranha acompanhado de uma nuvem escura de criaturas invadiu o nosso reino e matou a todos, atearam fogo em nossa pirâmide e antes de irem embora mataram nossa Kebechet que estava escondidinha no quarto dela!

- Não...

Ayôa outra vez faz surgir a esfera azul de energia e desta vez a coloca com as palmas das mãos sobre os ferimentos de sua esposa.

- Não me cure, deixe-me morrer e me juntar a nossa filha!

- Não posso...

Gritos dos guerreiros da tropa de elite são ouvidos no lado de fora, e em segundos eles entram correndo na pirâmide.

- Comandante Am-He! Grita o Rei Ayoan.

- Meu senhor?

- O que está acontecendo?

- Os anjos caídos senhor! Estamos sendo atacados por eles!

- Fechem as portas! Fechem as portas! Todos em posição! Preparem-se!

As paredes da pirâmide tremem, barulhos de explosões e uivos horripilantes soam pelos corredores. O lugar parecia que desmoronaria a qualquer momento.

- Vamos fugir Áyôa! Não quero que nada te aconteça! Falou a Rainha Anput já curada de seus ferimentos com dificuldade ficando em pé.

- Pelo o que escutei na capital, não teremos para onde fugir! Nossa única escolha é lutar!

A enorme porta explode se quebrando em diversos pedaços. Por ela surge uma criatura humanóide de semblante sinistro, trajando uma armadura negra com ombreiras de serpentes venenosas. Arimã era o seu nome, e com um gesto de mãos, espectros negros surgem de suas costas como um vendaval.

Os Guardas de Elite com suas espadas, lanças e foices tentam lutar, ferir os inimigos, mas as suas armas simplesmente os atravessavam.

O Rei Ayoan estava assustado e com os olhos arregalados, não conseguia acreditar no que via, seus tão famosos guerreiros estavam sendo massacrados, caindo sem mesmo receberem um misero golpe.

Os Ayoan soltavam bolas de energia de suas mãos, única maneira que conseguiram para ferir os inimigos, mas eles eram muito mais fortes e estavam em um número que era impossível de se calcular, com poucos minutos de batalha, Áyôa Anúbis ordena que eles fujam.

Durante a fuga, o rei Ayoan decide desviar da rota e dobra em outro corredor:

- Continuem! Am-He, acompanhe a rainha Anput para as naves! Sem contestações, isto é uma ordem!

- Sim, senhor!

Anúbis devagar empurra uma pesada porta, caída no chão estava o corpo sem vida de Kebechet, sua filha. Chorando muito ele se aproxima, estava completamente desfigurada, se não fosse pelos trapos rasgados que vestia não a reconheceria. Ele se agacha para recolhê-la em seus braços e então para, farejando algo:

- Quem é você? Ele repergunta já com duas bolas de energia fumegando nas mãos.

- Sou Arimã, um Devas! E estou com fome! Imperceptível, saindo do canto escuro onde estava, uma das criaturas sinistras caminha salivando em direção a Kebechet.

- SURYASTRA! Gritou Áyôa lançando as magias.

- O que está morto não pode morrer! Diz o monstro recebendo as magias no peito e sendo arremessado longe, até parar em uma parede.

- Desgraçado! Quer dizer que tu não morre! O rei pega o seu machado e com raiva degola Arimã

- Venha meu senhor! Por aqui! Rápido! Falava Am-he, puxando o Rei Áyôa Anúbis pelo braço, enquanto uma nuvem escura de espectros tomava os corredores.

Jovito Rosa
Enviado por Jovito Rosa em 21/11/2017
Código do texto: T6178668
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