XX
Tema: Planeta
da Inconsciência
A
Entrei em casa, e não enconrei nenhum de meus amigos.
- Com certeza, eles já foram dormir – pensei
Atravessei a ante sala e a sala em direção à escada, e a subi em silencio. Passei pelo corredor, entrei no meu quarto e segui direto ao banheiro... Tomei um banho, vesti um pijama e voltei ao quarto, onde caí na espaçosa cama feito pedra ... E, adormeci... Nem sei se sonhei ou não!... Só sei que no dia seguinte, acordei tarde, novinha em folha...
Ao abrir a cortina, vi que o tempo mudara... Chovia torrencialmente...
- Mas que pena! – concluí desolada, temendo que o clima ruim atrapalhasse o meu encontro com Asha, à noite ...
Nisso, uma gotinha de água atravessou a fresta da janela e molhou o meu
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braço. Ia enxugá-la, quando a vi tomar a forma de um corpinho radiante.
E lá estava ELE – o pequeno das estrelas à minha frente!
Agradavelmente surpresa, trocamos rapidamente olhar um com outro; e com muita alegria, ele disse:
- PAX!
E com a mesma alegria, saltou na enorme cama, e passou a pular, rir e a cantar nela:
BOM DIA SENHORA
BOM DIA SENHORA
BOM DIA, BOM DIA SENHORA
Contagiada pela eletrizante cena, o imitei...
No entanto, nossa brincadeira não durou muito... Logo me cansei...
Vendo-me arquejante, Asha aninhou-se entre os travesseiros, e exclamou:
- Bem, Anette... Vamos continuar com o vosso preparo, vamos?
- Vamos!... Vamos, sim... Antes vou procurar algo pra gente comer... Estou com baita fome, você não?
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- Estou... Mas, não a mesma fome que tens..
Alteei as sobrancelhas, sem entender bem no que ele dizia... Então, deixando repercutir na doce vozinha infantil toda a pureza que carregava dentro de si, a criança estelar imediatamente explicou:
- A fome que tenho aqui na 3ª dimensão (a dimensão física), é sutil... Ela é de amor... A luz que vem dele é o meu alimento...
Desci, e chamei pelo pessoal.
- Olaaaaaaaaa!!... Há alguém aí?... Olaaaaaaaaaaaaa!!.. - Olhei em volta e esperei ... - Olaaaaaaaaaaa!!... - Como obtive resposta nenhuma, percebi não haver ninguém em casa, afora Asha e eu... Por segundos, tentei imaginar onde estariam todos naquele tempo ruim, mas estava tão feliz por receber o pequeno radiante alí, que não me preocupei muito com o fato... Esquentei leite com café no forno a lenha, tomei um delicioso lanche e voltei correndo para cima... Ao chegar no meu quarto, deparei com ele - de semblante grave - assistindo a TV... Olhei para a tela do aparelho e vi a imagem de aves e animais marinhos cobertos por grossas camadas de petróleo (na certa, algum navio petroleiro havia atolado e deixado escapar no mar a sua carga pegajosa)... Centenas de bichinhos já haviam morrido, e centenas de outros estavam morrendo... O olhar petrificado dos pobres, a espera do inevitável fim, era de cortar o coração...
Algo semelhante a uma lágrima brotou dos meus olhos.
- J Jesus!..- balbuciei. - Isto... Isto é...
- Terrível! – completou Asha, assustado. E, num tom extremamente triste ,ele junto:
- Eh, além dos desastres ecológicos acidentais, como esse que ora vês, tantos outros desastres ecológicos ocorrem por aqui... Só que... PROVOCADOS...
- Provocados?! Por quem??
- Por uma série de navios petroleiros - que ( com frequência) lançam suas cargas grossas e escuras nas águas salgadas de Shan (Terra), resultando em idêntico triste fim...- Fez uma ligeira pausa, e continuou:- Simultâneo a isso, observa-se (com igual frequência), centenas de embarcações baleeiras adentrarem os mares desse planeta, para caçarem as sagradas baleias jubarte (cetáceos cantores/ gigantescos, altamente evoluídos - originários da estrela Sirius b, responsáveis por ancorar a energia pura da Luz Dourada nesse mundo); e as pobrezinhas acuadas e indefesas, caem nas suas redes assassinas – Asha meneou a face e suspirou fundo-, e acrescentou:- Como sequencia a tamanha crueldade, todos os homens desse mundo sofrerão (num futuro próximo), graves danos no campo eletromagnético planetário.
Agitada, fechei as mãos sobre o nariz, e andei pelo quarto - de um lado a outro - feito barata tonta, ouvindo tudo o que o pequeno tinha a dizer...
- Mas, apesar disso, a maldade dessa gente indiferente, prossegue tmbém desvairada, nas águas doces dos seus lagos, rios e lençóis subterrâneos - onde as mesmas são poluídas diariamente com o despejo nelas de toneladas e toneladas de resíduos orgânicos (dejetos humanos), lixos industriais, agrotóxicos, térmicos, etc.
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- E, tem mais- acrescentou ele, sem prestar atenção em mim, de olhos grudados na tela da tv – a ação desumana deles continua em terra firme, onde esses ditos ‘humanos’ assolam com regularidade - a superfície do mundo que vivem... Poluem o ar com gases tóxicos (os responsáveis pelos furos na amada de ozônio ),e com requintes de crueldade, exterminam a fauna e a flora.
Nesse instante, senti uma fraqueza horrível nas pernas, um calor imenso na nuca e um frio congelante no coração... Algo pesado, como se o seu comentário perturbador, tivesse atingido o meu âmago. Minha angústia foi crescendo, crescendo... Até que, explodi:
- Não compreendo... Não posso compreender!- repeti chorosa, sentindo na hora o gosto amargo do inexplicável - Por que o povo terrestre destrói aos poucos, a mãe Terra – o amado planeta que nos abriga?!
- Ora! Por causa da ambição desmedida que sentem pela matéria... –retrucou Asha, sem se voltar para mim, de olhos sempre grudados na tela da tv. Fez uma nova pausa, e declarou:
- Por ambição, acabam aos poucos com a vida do mundo que vivem, sem perceber que aos poucos acabam com a própria vida...
(continua)
Tema: Planeta
da Inconsciência
A
Entrei em casa, e não enconrei nenhum de meus amigos.
- Com certeza, eles já foram dormir – pensei
Atravessei a ante sala e a sala em direção à escada, e a subi em silencio. Passei pelo corredor, entrei no meu quarto e segui direto ao banheiro... Tomei um banho, vesti um pijama e voltei ao quarto, onde caí na espaçosa cama feito pedra ... E, adormeci... Nem sei se sonhei ou não!... Só sei que no dia seguinte, acordei tarde, novinha em folha...
Ao abrir a cortina, vi que o tempo mudara... Chovia torrencialmente...
- Mas que pena! – concluí desolada, temendo que o clima ruim atrapalhasse o meu encontro com Asha, à noite ...
Nisso, uma gotinha de água atravessou a fresta da janela e molhou o meu
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braço. Ia enxugá-la, quando a vi tomar a forma de um corpinho radiante.
E lá estava ELE – o pequeno das estrelas à minha frente!
Agradavelmente surpresa, trocamos rapidamente olhar um com outro; e com muita alegria, ele disse:
- PAX!
E com a mesma alegria, saltou na enorme cama, e passou a pular, rir e a cantar nela:
BOM DIA SENHORA
BOM DIA SENHORA
BOM DIA, BOM DIA SENHORA
Contagiada pela eletrizante cena, o imitei...
No entanto, nossa brincadeira não durou muito... Logo me cansei...
Vendo-me arquejante, Asha aninhou-se entre os travesseiros, e exclamou:
- Bem, Anette... Vamos continuar com o vosso preparo, vamos?
- Vamos!... Vamos, sim... Antes vou procurar algo pra gente comer... Estou com baita fome, você não?
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- Estou... Mas, não a mesma fome que tens..
Alteei as sobrancelhas, sem entender bem no que ele dizia... Então, deixando repercutir na doce vozinha infantil toda a pureza que carregava dentro de si, a criança estelar imediatamente explicou:
- A fome que tenho aqui na 3ª dimensão (a dimensão física), é sutil... Ela é de amor... A luz que vem dele é o meu alimento...
Desci, e chamei pelo pessoal.
- Olaaaaaaaaa!!... Há alguém aí?... Olaaaaaaaaaaaaa!!.. - Olhei em volta e esperei ... - Olaaaaaaaaaaa!!... - Como obtive resposta nenhuma, percebi não haver ninguém em casa, afora Asha e eu... Por segundos, tentei imaginar onde estariam todos naquele tempo ruim, mas estava tão feliz por receber o pequeno radiante alí, que não me preocupei muito com o fato... Esquentei leite com café no forno a lenha, tomei um delicioso lanche e voltei correndo para cima... Ao chegar no meu quarto, deparei com ele - de semblante grave - assistindo a TV... Olhei para a tela do aparelho e vi a imagem de aves e animais marinhos cobertos por grossas camadas de petróleo (na certa, algum navio petroleiro havia atolado e deixado escapar no mar a sua carga pegajosa)... Centenas de bichinhos já haviam morrido, e centenas de outros estavam morrendo... O olhar petrificado dos pobres, a espera do inevitável fim, era de cortar o coração...
Algo semelhante a uma lágrima brotou dos meus olhos.
- J Jesus!..- balbuciei. - Isto... Isto é...
- Terrível! – completou Asha, assustado. E, num tom extremamente triste ,ele junto:
- Eh, além dos desastres ecológicos acidentais, como esse que ora vês, tantos outros desastres ecológicos ocorrem por aqui... Só que... PROVOCADOS...
- Provocados?! Por quem??
- Por uma série de navios petroleiros - que ( com frequência) lançam suas cargas grossas e escuras nas águas salgadas de Shan (Terra), resultando em idêntico triste fim...- Fez uma ligeira pausa, e continuou:- Simultâneo a isso, observa-se (com igual frequência), centenas de embarcações baleeiras adentrarem os mares desse planeta, para caçarem as sagradas baleias jubarte (cetáceos cantores/ gigantescos, altamente evoluídos - originários da estrela Sirius b, responsáveis por ancorar a energia pura da Luz Dourada nesse mundo); e as pobrezinhas acuadas e indefesas, caem nas suas redes assassinas – Asha meneou a face e suspirou fundo-, e acrescentou:- Como sequencia a tamanha crueldade, todos os homens desse mundo sofrerão (num futuro próximo), graves danos no campo eletromagnético planetário.
Agitada, fechei as mãos sobre o nariz, e andei pelo quarto - de um lado a outro - feito barata tonta, ouvindo tudo o que o pequeno tinha a dizer...
- Mas, apesar disso, a maldade dessa gente indiferente, prossegue tmbém desvairada, nas águas doces dos seus lagos, rios e lençóis subterrâneos - onde as mesmas são poluídas diariamente com o despejo nelas de toneladas e toneladas de resíduos orgânicos (dejetos humanos), lixos industriais, agrotóxicos, térmicos, etc.
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- E, tem mais- acrescentou ele, sem prestar atenção em mim, de olhos grudados na tela da tv – a ação desumana deles continua em terra firme, onde esses ditos ‘humanos’ assolam com regularidade - a superfície do mundo que vivem... Poluem o ar com gases tóxicos (os responsáveis pelos furos na amada de ozônio ),e com requintes de crueldade, exterminam a fauna e a flora.
Nesse instante, senti uma fraqueza horrível nas pernas, um calor imenso na nuca e um frio congelante no coração... Algo pesado, como se o seu comentário perturbador, tivesse atingido o meu âmago. Minha angústia foi crescendo, crescendo... Até que, explodi:
- Não compreendo... Não posso compreender!- repeti chorosa, sentindo na hora o gosto amargo do inexplicável - Por que o povo terrestre destrói aos poucos, a mãe Terra – o amado planeta que nos abriga?!
- Ora! Por causa da ambição desmedida que sentem pela matéria... –retrucou Asha, sem se voltar para mim, de olhos sempre grudados na tela da tv. Fez uma nova pausa, e declarou:
- Por ambição, acabam aos poucos com a vida do mundo que vivem, sem perceber que aos poucos acabam com a própria vida...
(continua)