Por todos os cantos daquela cidade só se ouvia uma
         coisa que a casa da rua das Palmas havia sido comprada.
         Para os moradores mais antigos temor, os mais novos uma
         lenda apenas contada pelos mais velhos.
         Maúricio sabia que por trás de tantas historias a verdade
         se mantinha oculta.
         Foi na manha de setembro que os novos moradores chegaram
         e se instalarão no casarão.
         O casal tinha um filho autista e para surpresa deles o menino
         balbuciava que não gostava da casa.
         Atribuiram tal reação da criança as mudanças que estavam vi-
         venciando.
         Mas ao cair da noite a casa acolhedora parecia mais assustado-
         ra que nunca, ruídos eram ouvidos claramente, o vento cantava
         dentro da casa mesmo com as janelas fechadas.
         Elisa acordou sobressaltada no meio da noite com os gritos de
         Vicente.
         Se levantou e foi até o quarto do pequeno, com os olhos esbuga-
         lhados ele repetia incessantemente eles estão aqui.
         Olhou para os lados, acendeu a luz e com um sorriso doce ape-
         nas disse - está tudo bem querido.
         Seu marido havia se levantado e da porta do quarto disse a ele
         - que é isso garotão, não ha nada aqui.
         Neste momento as luzes se acenderam e apagaram, assustados
         ficaram em longo silêncio.
         Havia algo errado naquela casa e agora eles sabiam que os
         boatos não eram apenas historias.
         Os dias e as semanas passaram rapidamente mas a cada dia o
         casal era surpreendidos por fenonemos estranhos.
         Pedro havia descido até o porão e enquanto fazia alguns reparos
         na parte elétrica ouviu gritos de socorro.
        Assustado subiu as velhas escadas de madeira pensando que sua
        esposa estava em perigo.
        Correu pela casa aos gritos chamando por ela e seu filho, foi
        encontra-los no jardim.
        Elisa e Vicente estavam plantando rosas, suado e ofegante parou
       e os olhou confuso.
        Elisa ao perceber a presença do marido o olhou surpresa e inda-
        gou o que estava acontecendo.
        Um tanto embaraçado ele disse a ela querida precisamos ir a 
        igreja, à algo de errado nesta casa.
        Vicente que permanecia calado até então, balbuciou eles estão
         aqui e se calou.
        Intrigados ambos olharam a criança que agora parecia inerte ao
        mundo.
        Elisa se levantou, limpou as mãos sujas de terra na avental e 
        fez um sinal ao marido.
        Discretamente eles se afastam indo se sentar nos degraus da
        entrada da casa.
        Baixinho ela disse ao marido, querido muitos são os boatos des-
        ta casa, mas acho que de fato alguma verdade existe.
        Pedro não queria acreditar em crendices populares, mas balan-
        çou a cabeça positivamente.
        A noite chegou e uma tempestade interrompeu o fornecimento
        de energia elétrica na região.
        Pedro estava no banheiro quando viu claramente uma criança 
        passar pela porta correndo, gritou Vicente....
        Alguns instantes depois, ouviu Elisa dizer ele tá dormindo em
        nossa cama.
        Um caláfrio percorreu sua espinha e ele rapidamente voltou para
        seu quarto.
        Não querendo assustar Elisa nada disse, mas a noite foi tumultu-
        ada barulhos se ouviam claramente e um choro sofrido era escu-
        tado.
        Elisa aninhava Vicente em seus braços e Pedro sentado na beira
        cama sentia o pavor e a energia ruim do ambiente envolve-los.
        A chuva com trovoadas clareava o céu sombrio e o panico os
        assolava.
        Quando o dia começava a clarear após uma noite pertubadora
        Elisa se levantou para ir preparar o café.
        Segurando uma lanterna nas mãos deu um grito horripilante e
        desmaiou.
        Pedro correu em seu socorro, Elisa estava pálida, pulsação ir-
       regular e cadaverica.
       Ele a carregou nos braços e a deitou no sofá, pegou alcool pas-
       sou em seus punhos e em suas narinas.
       Aos poucos ela foi recobrando a consciência, com a voz fraca ela
       disse a ele, eu vi Pedro, eu vi o garotinho.....
        Pedro sem entender a abraçou e disse tudo bem, esta tudo bem.
        O dia chuvoso e frio parecia deixar o lugar ainda mais assusta-
        dor, mas quando ouviram palmas eles se entreolharam.
       Quem os visitaria naquela manha fria e chuvosa, Pedro foi aten-
       der a porta e lá estava Mauricio.
       Não o conheciam, se olharam e pergumtam o que aquele rapaz
       desejava.
       Mauricio em breves palavras disse, é sobre a casa, vocês preci-
       sam saber a verdade.
       Meio desconfiados eles o convidaram para entrar e para a sur-
       presa deles um padre acompanhava o rapaz.
       O receberam na sala de estar, pausadamente o rapaz foi contando
       a historia dos antigos moradores.
       De olhos esbugalhados prestavam a atenção e quando o padre
       disse a eles, eu sinto uma presença muito forte aqui dentro, um
       vento gelado invadiu o ambiente.
       Eles se entreolharam e o silêncio foi quebrado com os gritos de
       Vicente.
        Elisa correu até o quarto e o encontrou cnversando com algo que
        ela não via, mas sentia.
        Parou, em choque observava a criança que numa dicção perfeita
        mantinha um diálago com alguém.
        Todos tinham ido atrás e se surpreenderam, o menino conversa-
        va sem interagir com eles.
        Pedro deu um largo suspiro e disse, como pode ele jamais falou
        uma frase siquer.....
        O padre começou a oração e o que se sucedeu para sempre mar-
        caram a família.
       As luzes acenderam e se apagaram insessantemente, um vento
        gelado cortava a casa, portas se batiam.....
        Mas foi um clarão que os deixou imovél, todos testemulharam
        a luz que invadia o ambiente e seguiu em direção a janela se
        dissepando no céu.
        No mesmo dia Pedro com Maurício e o padre vasculharam o
        porão.
        Para surpresas de todos encontram uma parede falsa e lá dentro
        os restos mortais de uma criança.
        Chamaram a policia e a verdade veio a tona, na decada de 80, um
        casal havia se separado.
        Para castigar o marido a esposa queria dar um susto e num ato
        translocado resolveu esconder a criança, alegando que esta havia
        sido sequestrada.
        Mas sua loucura não preveu que ao prender a criança no porão,
        neste fundo falso ela se sufocaria e morreria.
        Ao se deparar com seu erro ela enlouqueceu e o marido voltou
        para casa, sem jamais saber da autrocidade que ela havia aco-
        metido.
        Na epóca os policiais atribuiram o fato a um rapto e engavetaram
        o caso por falta de provas.
        O marido após alguns anos a internou num sanátorio, mas no fi-
        nal dos seus dias ela confidenciou o que havia feito.
        Ninguém acreditou nas palavras dementes da mulher, seu marido
        já havia falecido e a pobre mulher era considerada como louca e
       para muitos digna de pena.
       Mauricio que trabalhava no sanatorio esteve várias vezes na ca-
        sa vasculhando em busca de índicio do crime sem sucesso.
       E na cidade todos diziam que era apenas uma mãe desesperada
       que enlouqueceu de dor pela perda do filho primogenito.
      Elisa e Pedro estavam chocados com toda aquela historia, as 
      emoções haviam sido demasiadamente fortes.
      Resolveram trancar a velha casa e doa-la para a igreja que a
      demoliu e construiu um centro de assistencia as crianças em
      riscos.
      Voltam a São Paulo, mas suas vidas para sempre forma marcadas
       o universo cobra nossas ações, independente do tempo.
      Após, o episódio Vicente teve uma melhora significativa e Elisa
      a certeza nada é por acaso.......
                                                             camomilla hassan
        
         
         
         
         
        
CAMOMILLA HASSAN
Enviado por CAMOMILLA HASSAN em 03/01/2009
Reeditado em 03/01/2009
Código do texto: T1365470
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.