A casa da última quadra IV

Dormi cedo naquele domingo.

Minha mãe ainda não havia dado sinal de vida, mas notícias ruins chegam rápido, tranquilizei-me ao pensar que estava tudo bem e que ela estava ansiosa com os preparativos, por isso não tivera tempo de ligar.

Vó Rachel me acordou cedo na segunda.

Resolvi que tomaria um banho antes da escola e que arrumaria meus cabelos. Foi uma ótima idéia.

Vesti um jeans bonito, uma blusa de mangas compridas na cor roxa, meu moletom preto e enquanto descia as escadas tentei colocar meu tênis preto, surrado, decidi então colocá-lo quando eu estivesse sentada.

O bolo que vó Rachel fez estava maravilhoso e o leite quente também. Era bom estar de volta a casa dela, tudo ali me lembrava a doçura que têm as avós, tudo menos aquele quarto.

Não demoramos muito a chegar na escola. As estradas de lá eram cercadas por pinheiros enormes de um tom de verde encantador.

Os portões da escola deviam estar ali há muito tempo. O muro alto mais parecia de um conservatório.

Dentro a escola era mais serena.

As salas de aula eram grande e tinham janelas enormes. Os corredores tinham as paredes em cores claras e havia muitos banquinhos onde notei muitos alunos sentados dividindo opiniões sobre diversos assuntos, amigos, namorados, música, filme, shows, meninos... E mais um exército de coisas não muito importantes, bom, para eles era tudo muito importante.

Ninguém tomara iniciativa de falar comigo e eu não possuía tamanha coragem.

Foi cruzando a sala de aula que notei quão tamanha era sua beleza.

O garoto que provavelmente tinha garotas aos montes. Os cabelos desfiados e de um tom de castanho tão forte que era quase preto, quase, os olhos cor de mel eram sedutores e os músculos por baixo do moletom eram tonificados e bem colocados. Um deus.

Ficou ali conversando com alguns prováveis amigos e nem me notou, se notou eu não percebi.

Aproveitei as aulas para pensar no tanto de informações que eu havia adquirido naquele domingo.

De todas as aulas que tive naquele dia só prestei atenção em uma. Não que eu tenha prestado atenção na aula em si, só me sintonizei quando o técnico do time de basquete entrou na sala e avisou que a data dos jogos do início da temporada estariam pendurados no corredor. Pensei: “Que inútil”, até que o dito cujo, o deus de olhos cor de mel, se levanta e comemora com o restante da equipe e com um solinho em sua homenagem o resto do time começa a gritar “ Capitão!”. No mesmo momento mudei de idéia e pensei : “ Será muito útil”.

Dessa parte o dia seguiu sem mais novidades. O sinal tocou, minha avó me esperava no carro e eu cheguei em casa morta de fome e de preguiça.

HAVERÁ CONTINUAÇÃO

Fernanda Ferreira
Enviado por Fernanda Ferreira em 01/04/2009
Código do texto: T1517258
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