O senhor das chamas

Naquela sala escura e fria, três jovens estavam amarrados. Choravam e pediam piedade por suas vidas. No centro da sala, sentado em uma cadeira de madeira com assento de palha, aquele senhor com o corpo queimado, que, com certeza, tinha sobrevivido a um grande acidente envolvendo o fogo.

Os três jovens, cansados e com fome, fracos e machucados, imploravam para aquele senhor soltá-los. O senhor só ergueu a cabeça, os olhos arregalados, evidenciando loucura, fez um sinal de negativo e começou a falar, num tom hostil:

- Nada me fará soltar vocês. Lembram quando colocaram fogo em mim? Da dor que senti? Quando chorava desesperado pedindo socorro e piedade? Vocês lembram? SEUS MONSTROS! FILHOS DA PUTA!... Eu chorava, eu gritava e nada. Vocês zombavam da minha cara. Eu corria, me jogava no chão para tentar a pagar o fogo e mesmo assim... e mesmo assim! Vocês riam!... Riam!... Riam! Mas... eu sobrevivi. - o senhor fez uma pausa, tossiu, como estivesse doente, e continuou - Vocês não ficaram para ver se eu tinha realmente morrido. Viraram as costas para mim e saíram rindo, para atacar outras pessoas, com a cara cheia de cachaça. E agora vocês estão em minhas mãos. Vou torturá-los da mesma forma que fizeram comigo.

O senhor tossiu novamente, o rosto pálido, levantou-se da cadeira e voltou a fazer seu discurso mortífero:

- Só porque eu era um simples mendigo. Um zé ninguém que vivia na rua pedindo esmola. Seus vermes! Quero ver vocês chorarem e pedirem socorro nesse local deserto, onde ninguém pode nos ouvir.

Nesse momento o senhor, enfurecido, se cala e fica observando os três homens chorarem e gritarem por socorro. Foi quando aquele velho, com o corpo marcado pelo fogo, pegou um recipiente de plástico contendo álcool e jogou em cima das suas vítimas, sem fazer cerimônias.

Os três homens, apavorados, suplicavam pedindo piedade, choravam como se fossem crianças. Ele fingiu que nem escutou. Riscou o fósforo e o lançou em cima daqueles três homens apavorados e encharcados de álcool.

Como estavam amarrados por correntes, sem ter como fugir, morreram ali mesmo, se contorcendo de dor. O senhor mais uma vez tossiu e voltou a sentar-se na cadeira, de onde ficou assistindo tudo ao vivo.

Ele, então começou a rir. Ria muito, como se estivesse satisfeito com a sua vingança.

Os três morreram ali mesmo, naquela sala, seus corpos completamente carbonizados. Mesmo assim aquele senhor não ficou satisfeito. Quando a última chama se apagou, ele não ficou feliz, pois percebeu que algo estava errado.

Porque aquele acontecimento não seria o último. O senhor, já enlouquecido, continuou a matar. Ele levou várias vítimas àquela sala e colocava fogo. Colocava fogo em pessoas ainda vivas, pessoas que não tinham nada a ver com o seu acidente do passado.

Até que ele foi preso e descobriram suas brutalidades e a frieza com que matava suas vítimas. Ficou conhecido pela mídia como “o senhor das chamas” e foi condenado à cadeira elétrica, provando do fogo pela segunda vez.

mensageirojc
Enviado por mensageirojc em 21/07/2006
Reeditado em 24/07/2006
Código do texto: T198749