It's raining... (Parte I)

“It's raining cats, dogs and (...) chickens.”

Traduzindo para a nossa língua vernácula: “Está chovendo gatos, cachorros e (...) pintos.” Pois bem, este ditado foi construído na Idade Média. O telhado das casas dos servos não tinha forro, então, as vigas de madeira sustentavam os telhados, e deste modo no frio do inverno europeu, se tornam o melhor lugar para os animais; cães, gatos, ratos e besouros se aquecerem. Quando chovia, as goteiras forçavam os animais a pularem para o chão.

Assim, a nossa expressão "está chovendo canivete" em uma casa da Rua Campos Sales teve outra conotação! A verdade é que no quintal de Onofre choveu pinto. O tal do filho do galináceo apareceu do nada. A família procurou pela vizinhança, por alguém, que tinha perdido um pinto. Nada feito. O pinto não tinha dono, ou, alguém que se manifestasse para assumir como: o dono do pinto.

O talzinho foi crescendo, crescendo, crescendo... Ciscava e comia tudo que encontrava pelo caminho. Creusa sempre cultivou azaléia, alecrim, carqueja, capuchinha, jasmim manjericão, orégano, hortelã, pingo de ouro. O quintal vira deserto, ou melhor, areia! As únicas sobreviventes são a bouganvillea e a babosa, plantas duras de matar, ou melhor, de serem digeridas!

No quintal vivem sossegadas Quica e Xuxa; duas autênticas vira-latas. Reinam soberanas! Latem para tudo que se movimenta, mas, só fazem alarido, pois são animais alegres e dóceis. O inferno toma conta do paraíso. O pinto aumenta de tamanho, começa a cantar e ainda passa por muitas transformações anatômicas. O pinto se torna um galo. Esporas crescem nos seus pés. As primeiras vítimas das esporas do galináceo são Quica e Xuxa. E, como apanham!

Onofre vai socorrer as cachorras, e, a espora crava nas suas pernas. A calça rancheira o protege um pouco. Sente o sangue escorrer pela perna. Para salvar os animais acerta um pedaço de pau na ave. Siricuticos, mais siricuticos, siricuticos a parte, o endemoniado fica estrebuchando no chão. O homem manca até o tanque e enche um balde com água. O galo continua desacordado. Onofre o ressuscita com a água.

A partir deste dia o galo fica conhecido como Maguila.