batalha travada com o bezerrorú

Olha que covardia cumpade, entrando no banheiro pra dar banho em mim, por volta das tantas, dou de cara com quem?

Um bandido de um bezerrorú! Sim bezerrorú meu filho, o bicho era grande e lingeiro. Pra quem não sabe o que é um bezerroru, é um rato que aqui na minha terra o pessoal chama de gabiru, só que este é um pouco maior, mais o boibirú que é aquele criado em cativeiro, só vi passar na casa do pastor bruno meu amigo, o bicho parecia um gato, gordo enrolado, e quando corria rebolava, também pra não passar despercebido, o rabo do bicho parecia um cabo de aço, este ai sim senhores é o legitimo boi.

La vem eu despreocupado pelas tantas pra dar banho no nego aqui, como já dizia o mestre, no meio da escuridão, após ascender a luz, dou de cara com quem? O fulano, a infeliz, o covarde encandeado passou no meio das minhas pernas tabelando que nem bola de Roberto Carlos quando batia falta no auge.

Ele saiu correndo de dentro do banheiro numa rapidez que nem vi o azul do rabo, mais logo em seguida como uma válvula de escape, me sobe uma catinga de esgoto da bobonica, que foi ai que tive a certeza. Foi ele! Me danei a procurar o individuo por dentro da casa, e nada de encontrar só o fedor cobrindo no centro.

Depois do banho deitei-me e fiquei arquitetando um plano pra fazer uma emboscada pro bicho, o covarde que havia desafiado a minha esperteza de caçador, após ter se batido com minhas canelas cheia de suor da academia.

Na manha seguinte ao despertar da minha noite de estratégias, quando viro de lado na minha caminha velha, olhando pra fresta de luz que saia da porta, quem estava La? Ele mesmos senhores, dentro do meu quarto, vê se pode? O infeliz além de ter perturbado meu sono ainda foi se alojar no meu quarto. A descumungado das costa oca.

Desarmado na cama fiquei preocupado. E a lectrospirose? O gota serena morde e tem os dentinhos afiados, chamei minha Irma pra acudir abrindo a porta pro bicho sair, dizendo:

Ei mulé abre ai a porta, quando ela abre meu filho, a pulo da bobonica, eu disse corre que La vem o rato, foi pedaço de pão voando e a gritaria vadiando, e o bezerrorú que ali estava, saiu correndo e escondeu-se por traz do guarda-roupas dificultando a ação, me vesti e fiquei de guarda, com cinco minutos depois o desgraçado podre correu do quarto e correu por onde ele veio, pensei: Arrombei-lo agora que ver?

Parti em disparada pro banheiro armado de um chinelo de sola desconfortável que eu tenho em busca do covarde, ele sabido escondeu-se por traz do lixeiro e eu rápido por traz bati a primeira ele respondeu :

QUIIIIT !

Comigo é assim! Dando outra na cabeça, mais o bicho rápido que só coceira de coelho virou a cara pra mim como se risse e fez:

Quiiiit, Mané de gaiola!

E danou-se no esgoto por uma brechinha que ninguém passa, acho que ele vinha se ensopando de graxa.

Daí já tinha entregado os pontos, jogando água novamente no esgoto, ai o bicho pulou valente!

Quiiiit quiiittt!

Busquei ajuda, o vei que ali tava sentado na sala vendo o jornal armou-se com um cabo de vassoura e laigôle o pau como já dizia seu dezo pedreiro diz. E era quiiit e o cacete comendo quando numa atitude ligeira o veio meu pai danou-lhe o cabo de vassoura no bucho do bizoiento e me chamou:

Lasca o chinelo nele!

Dei três cacetadas bem dada que vi a hora do rabo do descumungado sarta longe...

e depois dessas cacetadas veio um monte de gente querendo bater também, foi que consegui sair vitorioso depois de uma grande batalha travada com o danado do bezerrorú

vivido a uns dias em minha casa.

Roberto Silva
Enviado por Roberto Silva em 24/08/2010
Código do texto: T2457593