Uma noite com estranhos - Um mistério jamais solucionado.

11 de Abril de 2007 - 22h:44min

- Tchau filha, cuide bem de seu irmão, viu!? Eu demoro! - disse a Sr.Mandrake a Hanna, sua filha.

- Tchau mãe! Eu cuido sim...! - confirma Hanna

A noite parecia bem tranquila, sem chuva, sem vento, apenas um pequeno frio. Da janela dava para ver a carona da Sr.Mandrake, era seu namorado. Hanna apesar de tudo, gostava muito dele.

O ronco do motor Sedan de seu namorado havia gradientemente desaparecido pela rua calma e meio deserta.

Sala. Uma mesa grande de vidro, comportada de oito assentos, um sofá logo a frente de couro irlandês, uma lareira acesa, um lustre de cristal acima da pequenina mesa a frente da lareira, uma copa, e uma cozinha bem estilo americana.

A música Stand by Me, dos Beatles, soava por todos os cantos da sala, era a música predileta de Hanna. Ela fazia um prato que aprendera com sua amiga, cantando Stand by Me, deixando-a muito agitada e animada.

- Stand By Me, and darling...Stand by me, stand by me... - cantava e girava, dançava e pulava.

A comida havia ficado pronta e Hanna começou a comer ouvindo e dançando, como dançava nos velhos bailes de formatura.

A música cessara e enfim, ela acaba de comer e desliga o seu tocador de música:

- Ai que saudades, ai ai! - lembra ela - Andy!!! Desca logo aqui!!! - grita ela para seu irmão mais novo.

- Estou indo Hanna! - avisa ele.

Os dois se encontravam juntos a lareira, se deliciando com 'marshmallows'. Cantavam, pulavam, comiam e dançavam.

Tudo não passava de uma "festinha em família" e de uma agitada noite.

11 de Abril de 2007 - 23h:45min

Bang! Bang! Bang! Um barulho esquisito soava repentinamente do quarto de cima. Bang! E cessara.

- Andy!? - pergunta confusa.

- Hanna!? - pergunta confuso.

Então a energia para de funcionar, o som é interrompido, as luzes se apagam e só resta a luz do fogo da lareira.

- Andy, não saia de perto de mim! - fala Hanna com medo.

Andy estava com muito medo nesse momento e agarra o braço de Hanna.

Estavam eles, com os braços entrelaçados, o calor dos corpos haviam sido trocados pelo frio, gelados. Suando, Hanna sugere:

- Andy, ligue para polícia, vai!

- Hanna, o telefone não funciona! - declara Andy

Hanna corre em direção a porta dos fundos e percebe que está trancada e não acha a chave. Desse modo, vai em direção a porta social, que está escrito um bilhete:

"Olá crianças, Vocês querem brincar comigo?"

Hanna olha para Andy, os dois se entre-olham e com as pupilas extramamente dilatas, resolvem apanhar um utensílio da lareira, com um longo cabo de aço e uma ponta envergada.

- Andy, se tranque no banheiro! Ande! Vai, vai! - pede nervosa com a voz trêmula a Andy.

Andy muito nervoso, obedece à irmã, se tranca no banheiro. Andy percebe que há uma janelinha meio entre-aberta, resolve ver o exterior e percebe uma coisa muito desagradável. Seu cão havia morrido e estava desmembrado, jogado pela várzea escura dos fundos da casa dos Mandrake. Andy se segura para não gritar ou chorar. Engole seco e senta na privada e começa a chorar baixinho.

Hanna empunha a ferramenta e lentamente sobe a escada de madeira fazendo um leve rangido. Suando frio, Hanna repara que há alguem atrás dela. Ela envergara o corpo para trás e finca a ferramenta no ombro de um esquisito homem mascarado. Ela corre em direção a um quarto qualquer, e percebendo que o homem estava correndo rapidamente em sua direção, fecha correndo a porta, prendendo um dos dedos do estranho.

- Toma essa desgraçado! - grita ela.

- Ora sua vadia! Percebi que você não quer brincar...

Hanna com muito medo e tremendo, abre a janela que está pregada com longos e recém-pregados pregos. Percebendo que o estranho homem ia conseguir arrombar aquela porta, ela se esconde em um armário.

- Olá querida! - uma voz feminina soa do interior do armário - Eu quero brincar!

Sem conseguir ver o rosto da "voz", Hanna, aflita, e confusa é atingida por um golpe na cabeça, e desmaia.

- Eu consegui querido! Eu consegui! - fala a estranha mascarada muito feliz.

- Ótimo, agora vamos caçar o mais novo, Andy. - fala o estranho empurrando o corpo de Hanna.

O estranho coloca o corpo de Hanna em suas costas e desce as escadas a colocando em uma cadeira, amarrada.

Andy olha pelo buraco da fechadura e não vê nada. Apenas uma escuridão, mórbida. A porta estava aberta, Andy, bem devagar, vai pisando com cautela para não ser visto e nem escutado por ninguém. Alguém vem correndo em sua lateral, ele olha e vê uma máscara esquisita e cai no chão, desmaia.

12 de Abril de 2007 - 5h:55min

Agora o dia clareia, os pássaros voam alto e ficam piando alto, o aroma das flores da primavera impregnavam a região, o frio era gélido.

- Andy, acorde! - murmura Hanna.

- Hanna, o que aconteceu? - confuso, fala Andy.

- Eu prometo que sairemos daqui, ok? - promete Hanna. - Eu prometi à mamãe que tudo iria ficar bem aqui. E vai! - complementa.

Hanna tenta se desamarrar, mas falha. Andy faz o mesmo, e também falha. Os mascarados chegam e ficam frente a frente a Andy e Hanna.

- Vocês resolveram não brincar conosco, agora esse é o preço que se paga a crianças malditas e desobedientes como vocês! - avisa a mulher, que era de média estatura, loira, meio barrigudinha e com um defeito na perna direita. O homem, era alto, usava um paletó marrom, uma calça com um leve detalhe xadrez e era moreno.

- O que vocês querem! Pelo amor de Deus! Falem! - grita desesperada Hanna.

- Queremos o que vocês roubaram de nós! - responde a mulher.

- Nós não roubamos nada! - Andy fala mais alto - Nada!

- Roubaram sim! - o homem fala. - Nossa filhinha, bricava com vocês nesta exata sala. Não se lembram? Vocês a mataram!

Hanna e Andy não se lembram e o pensamento é interrompido por uma faca em cada barriga. O grito é tão alto, mais tão alto, que até os pássaros piam e voam afora.

- Parem com isso! Parem! Parem! Parem! - implora Hanna.

De repente os dois param, se entre-olham e a mulher some por um tempo. O homem fica olhando na cara dos dois, rindo.

Andy cospe na cara dele. Andy leva uma facada como bronca. Gritos.

12 de Abril de 2007 - 6h:33mim

Com a música Stand By Me, ambos os irmãos estão deitados de bruços, no chão frio de madeira, desnorteados, confusos, ensaguentados, com frio e chocados.

Os olhos não conseguem se abrir, Hanna faz um esforço danado para abrir-los. Abriu.

- Andy? Acorde! Por favor! Vamos! - implora nervosa Hanna.

Andy abre sinuosamente as finas pálpebras e solta algumas palavras de sua boca:

- Hanna...Hanna...O que fizeram com a gente?

- Não sei...Não faço ideia! - chora ela olhando para seu irmão.

Hanna avista um celular no chão. Ela o apanha devagar, abre o 'flip' e tecla os números para ligar para a polícia local. Nos primeiros 'beeps' ela toda entusiasmada, repara dois pares de botas marrons a sua frente. Ela grita alto e aparentemente desmaia.

12 de Abril de 2007 - 7h:41min

A quietude da vizinhança é clara, a quadra de basquete dos vizinhos está completamente coberta de minuciosas flores do campo, os pássaros foram para mata, e só restavam dois penosos jovens dentro de uma casa.

Os dois estão desmaiados, ou mortos!

Os estranhos se entre-olham, olham para os dois caídos no chão e recitam:

- "Uns caem no início, outros no final! Nós, caímos, levantamos e não cairemos mais!"

12 de Abril de 2007 - 8h:22min

Ambos os mascarados saem da casa. O imóvel se encontrava sujo de sangue, quebrado, com um odor muito forte e com dois jovens lutando para sobreviver.

A caminhonete vermelha parte com um casal de assassinos, cantando uma sombria música.

- Querido, enconste, encoste! - pede a mulher.

A mulher desce, sem máscara, avista um pobre homem caminhando sobre a estrada:

- Bom dia! O que seria esse folhetim? - pergunta maliciosamente a mulher.

- Você é uma pecadora? - pergunta o homem antes de entregar o folhetim.

- As vezes... - responde.

- Semana que vem, na capela local, missa dos pecadores. Apareça se você pecou. - avisa o pobre e barbudo homem mancando.

A mulher volta para a caminhonete e pede para ele continuar:

- Amor, da próxima vez será mais divertido! Eu prometo! - promete a então estranha.

A caminhonete desaparece em meio a poeira da estrada.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! - um enorme grito soa, era Hanna gritando.

FIM

Observação: Esse conto foi baseados em fatos reais, até hoje não se sabe o porquê, e quem são os assassinos e agressores dos irmãos Mandrake.

As investigações permanecem sobre anonimato. Sr. Mandrake sofre muito com a perda de dois filhos e de um cão amigo.

Nathus
Enviado por Nathus em 16/12/2010
Código do texto: T2675100
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