Terror na Estrada 21.

Amber e Henry formavam um casal de amor muito bonito. Eram carismáticos, simpáticos, afáveis, enfim, muito bem vistos pelo bairro em que viviam. A história se passa em Boise, Idaho, EUA. Era verão, um calor muito grande, acima do normal, tipo uns 42°C.

- Amber, vamos logo, apresse! - grita ansioso Henry para Amber - Precisamos tomar a estrada 20, depois a 22 e virar na 54......-ficava pensando ele.

- Já vou, Henry!

Quando ambos de mala pronta se encontravam na porta de casa, Amber apanha um símbolo que a trazia boas energias para levar consigo durante a viagem até a cidade grande de Los Angles.

A viagem duraria cerca de 10 a 11 horas, seria muito tempo para dois jovens dentro de um carro conversível, mais nada insuportável.

- Estou pronta, Henry. Podemos ir! - da o sinal de positividade a Henry.

Amber e Henry colocam as malas no porta-malas e partem rumo a uma longa viagem, atravessando toda a costa Oeste dos Estados Unidos.

Hora 1:

Amber liga o rádio:

- Amor é melhor nós aproveitarmos de montão esse período da viagem, porque daqui a pouco essas músicas irão parar de funcionar...- Amber ressalta.

A música está no máximo volume, Amber e Henry dançando freneticamente e dando bitocas um no outro, como qualquer casal feliz.

Amber toma umas duas latas de cerveja e dança mais um pouco.

Hora 2:

Henry toma o rumo da estrada 20, como o planejado e é fechado por um motorista nervoso.

- Qual é, otário! - xinga Henry.

- Amor, calma, calma, calma, Henry! - pede Amber a Henry.

Ambos continuam a viagem sem ao menos saber que aquele temido motorista está vigiando-os.

- Amber, que tal...você sabe, heim!? - questiona Henry.

- Hum, pode ser.

O carro encosta em uma área verde da estrada. A estrada estava tranquila, estava semi-deserta, apenas dava para ver o calor escaldante saindo dos poros do negro asfalto.

Como de praxe, os dois tem sua relação sexual, descontraidos e relaxados, não percebem que estão aparentemente sendo filmados por uma misteriosa câmera.

- Hora de ir, querido. - avisa Amber

- Ok, vamos!

Hora 4:

O carro novamente parte rumo agora a estrada 22. Henry ao perceber que Amber está dormindo, toma um atalho, ao invés de ir pela estrada 22, pega a 21, que era uma antiga estrada, onde ocorreu uma porção de desaparecimentos de carros, pessoas, caminhões, etc.

O rádio já não pegava mais, a interferência era grande. Henry estava claramente acordado e percebera a mesma caminhonete azul que quase batera nele na estrada 20, porém, do lado oposto.

- Estranho...muito estranho, é a mesma placa. Amber! Amber!

- Oi!? Que foi Henry? - pergunta sonolenta Amber. - A caminhonete!

- Sim, muito estranho... - observa Henry.

A caminhonete havia ido, agora só restava uma longa e esburacada estrada.

Hora 5:

- Henry, preciso ir no banheiro urgente! Por favor! - pede calorosamente Amber.

- Ta bem, eu também preciso colocar gasolina no carro.

Ambos avistam uma parada para descanso agregada a um posto de gasolina.

Não havia ninguém naquele posto, muito menos nos banheiros. Henry freia o conversível em uma área e Amber desce.

- Não demore! - pede Henry, já injetando o bico da mangueira de gasolina no carro.

Amber olha diversos folhetos de pessoas desaparecidas, desde 1960 a 2010.

- Meu Deus, aqui realmente some muita gente!

Amber sai do banheiro com nojo e se limpando e começa a chamar o nome Henry:

- Henry! Henry! Vamos!

Henry não se encontra. Pra direita, pra esquerda, para os lados, enfim, nada de Henry. Nem sinal de seu carro.

- Oh Meu Deus, Henry...Aonde você está? - começa o desespero de Amber.

O som dos pássaros e lobos começavam e a caminhonete azul vinha lentamente em direção ao posto. Amber ao perceber que não era Henry no volante, corre e se tranca no banheiro. Por uma pequena janela, Amber avista o motorista enchendo o tanque e percebe que há alguém ali com ele.

Amber se controla para não xingá-lo, ou gritar. Tapa sua boca com a palma da mão e começa a chorar. Ela olha mais uma vez com cautela e percebe que o motorista deixa cair um pertence de Henry. O que seria?

- Céus, o que é isso!? Oh não! Oh não! - chora baixinho.

Eram dois pequenos dedos da mão de Henry acoplados com o fino anel de ouro do noivado do casal.

Amber chora angustiada. O motorista deixa os dedos lá de propósito, entra na caminhonete e deixa o posto.

Ao perceber que a caminhonete azul saíra, Amber corre em direção ao posto e apanha os dois dedos e os guarda em seu bolso. Amber começa a se lamentar profundamente. As lágrimas chegavam a evaporar quando caídas no solo.

Amber tenta achar algo para sua própria defesa, entra na pequena loja de conveniências e começa a procurar. Revira tudo, tudo, até achar um porão. Com muito medo, e suada, ela abre devagar para não fazer barulho.

O barulho da porta rangendo fora seguido por um sussurro vindo de lá de baixo. Amber desce com cautela e avista coisas muito bizarras.

- Mas que droga é essa!?

- Ei, você! Pelo amor de Deus, me ajude! - impolora uma voz feminina vindo de uma gaiola de alumínio duro e resistente.

A menina aparentava ter seus 20 anos. Era magra, pálida, cabelos escuros e olhos escuros. O sangue banhava seu corpo dos pés a cabeça:

- Me tire daqui! Pelo amor de Deus! O homem vai te pegar e te torturar, como faz com todos que passam por ele. Eu fui uma delas, fui pega em 2005 e até então nunca mais saí desse porão. Não vejo a hora de morrer! Aqui a morte é certa e a mais desejada por todos. - conta brevemente a mulher.

- Qual seu nome? - pergunta Amber

- Shelly, Shelly Anders. - responde aflita.

- Eu vou te tirar daí, preciso encontrar meu namorado! - chora baixinho e nervosa Amber.

- Ele está com o motorista, na van!

- O que??? - pergunta aflita Amber.

- Quem é caçado por ele, é levado a uma van, lá é torturado até a sede dele acabar, depois é levado para o porão, até não aguentar mais. - conta Shelly.

- Shelly! Aonde fica essa van?

- Ninguém sabe! Ele não é humano! - fala Shelly muito nervosa.

Amber abre a gaiola e solta Shelly, muito machucada.

- Nós vamos sair daqui! Eu prometo! - acalma Amber que muito nervosa começa a tremer quando ouve um ruído vindo de cima da loja.

- É ele! É ele! Ele vai nos matar! - entra em pânico Shelly, já veterana.

- Calma! Calma! - pede baixinho Amber a Shelly.

Ambas se escondem atrás de um monte de corpos em estado de putrefação já. Com receio mais firmes para sobreviver, avistam o motorista descendo as escadas do porão e inconformado com o sumiço de Shelly.

Ambas tapam a boca com a mão para não chorarem, mais as lágrimas de tensão são inevitáveis.

O motorista sobe novamente e dessa vez vem empunhado com uma serra. Ele a liga e começa a procurar furioso.

- Vamos morrer, Amber.

- Não vamos, Shelly.

O motorista avista Shelly e finca a serra em seu peito, a matando.

- AAAAAAAAAAH NÃÃÃÃÃÃO! ME DEIXE EM PAZ, DEVOLVA MEU NAMORADO! POR FAVOR!!! - implora gritando e xingando Amber.

O motorista mais se preocupa com Shelly do que com Amber que começa a deixar o porão e correr mata a dentro a fim de se proteger e sobreviver.

A corrida é longa, Amber percebe que o motorista está logo atrás dela. - Corre, corre, corre. - fala para si mesma.

Amber chega em uma van:

- Eu cheguei amor! Eu cheguei, pra te salvar!

Amber entra na van e avista um corpo sobre uma tábua de madeira toda esburacada, podre já, cheia de sangue.

- Amber...meu amor! - sussurra Henry, muito abalado e ensaguentado.

- Eu vim pra te salvar, Henry! Fique comigo!

Amber vê um molho de chaves no banco do motorista e começa a tentar, ciente de que há um assassino atrás dela. Após inúmeras tentativas, a van liga e Amber pisa fundo no pedal, e atropelando árvores e mais árvores, finalmente avista o motorista pelo retrovisor, dá marcha ré e avança nele.

- Consegui meu amor! Consegui! - chora felizmente Amber.

Amber torna seu corpo para trás e não vê seu namorado.

- Oh Meus Deus, ele estava aqui! Ele estava! Eu juro! - agora o choro é de desespero e agonia.

Sem hesitar, Amber continua a corrida. Finalmente avista a estrada e corre o mais rápido que pode. Olhando para trás a fim de ver se seu marido aparece e/ou se o motorista ainda está a seguindo.

Olha para frente e vê diversos policiais aparentemente a aguardando.

Hora 12:

Uma misteriosa mão, torpe, pegajosa e fedida, entra por trás de Amber, a sufocando e a estrangulando. Sem movimentos, Amber atropela todos os carros, policiais, pessoas, o posto e solta um grito:

- NÃÃÃÃÃO!

Anos depois, são mais dois folhetos para a parada de descanso:

Amber Verdi (Desaparecida em 22 de Julho de 2010) e Henry Stevens (Desaparecido em 22 de Julho de 2010). Ambos continuam desaparecidos, sem pistas e vestígios do que ocorrera naquela viagem sem volta.

FIM

Nathus
Enviado por Nathus em 21/01/2011
Código do texto: T2743337
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.