Caminhos dos Destino - Parte VIII

O dia amanheceu chuvoso, e ela percebeu que Pedro não estava ao seu lado, levantou-se depressa e foi até a cozinha, mais nada dele, olhou pela janela e o viu parado em frente ao prédio, falando no celular com o rosto sério, parecia preocupado, mas era estranho, ele estava muito diferente do homem que ela conheceu na ilha, parecia que não era mais a mesma pessoa.

Ele entrou chamando por ela, sorrindo, a beijou, ela retribui sem entender seu comportamento, mas evitou falar no assunto, precisava sair , tinha uma entrevista de emprego e ligou para diarista marcando pra arrumar o apartamento enquanto ela estivesse fora, tomou um banho e deixou que Pedro a acompanhasse, chegou ao colégio , fez a entrevista e ficaram de ligar pra ela assim que tivesse o resultado.

Resolveram passear um pouco, almoçaram fora, relaxaram bastante e quando estava quase anoitecendo voltaram pro apartamento, a diarista ainda estava lá, terminando a faxina, olhou séria para ela e falou:

_Teve uma ligação da delegacia pra senhora, disse para ligar assim que chegasse.

_Esta bem , vou ligar agora mesmo! Disse olhando para o Pedro que tinha um semblante estranho, parecia surpreso.

Ela ligou e o delegado atendeu:

_Sou a Sophie, estou retornando a ligação, alguma novidade?

_Sim, senhora, encontramos um corpo com as característica do seu ex-marido, foi assassinado, pode reconhecer o corpo no IML?

Ela estremeceu, deixou o telefone cair e sentou-se no sofá, com as mãos suadas e seu coração batia descompassado, Pedro chegou perto dela e a abraçou, perguntando-lhe o que estava havendo:

_ O roberto, mataram ele Pedro, estou com medo! Me abrace, por favor!

Ele segurou-a nos braços e disse:

_Não se preocupe vou lá com você!

Assim que ela se acalmou eles saíram pra delegacia, e foram ao IML, reconhecer o corpo, mas Sophie não aguentou e desmaiou, Pedro a segurou e realmente era Roberto quem estava ali.

Levou-a para casa, deu-lhe um calmante e ela mal conseguia falar:

_Isso não , ele não merecia, quem teria coragem de fazer isso com ele?

Mas Pedro estava sério, parecia que tinha algo a dizer pra ela:

_Calma Sophie, preciso te contar algo! Ontem quando saí do hospital eu ví o Roberto entrando num carro, esperei ele sair, e o segui, ele veio até aqui, não sei como , mas ele entrou, entrei em seguida atrás dele, ele se assustou quando me viu, e disse que eu precisava ajudá-lo a encontrar a arma do crime que ele sabia que você tinha aqui guardada, eu disse que não, eu não queria te prejudicar e disse a ele que estava apaixonado por você, pra ele te deixar em paz, ele me deu um soco, e disse que ía matar nós dois, que eu o traí e você era uma vadia, não fiquei quieto e parti pra cima dele, foi aí que ele caiu e bateu a cabeça na quina da mesa, desmaiando em seguida, não achei que ele tivesse mal, o carreguei até o carro e o deixei lá, ninguém viu, achei que ele iria acordar e iria embora, mas estou tão surpreso quanto você, eu o matei, mas eu juro, não sabia que ele estava morto.

Sophie o olhou perplexa e mandou que ele saísse de perto dela e nunca mais voltasse, como ele teria coragem de matá-lo. não isso ela não perdoaria, levantou-se e o empurrou até a porta, ele gritando pra ela perdoá-lo, mas ela foi dura e bateu a porta na cara dele. Ela lembrou-se da arma, sim estava com ela, como ela tinha medo daquela arma ir parar nas mãos dele, estava escondida no armário da cozinha dentro de um bule de café, ninguém jamais acharia, ainda bem que eles não encontraram.Sentiu-se aliviada, pois com a raiva que Roberto estava sentindo...ah! Não poderia nem imaginar...

No dia seguinte teria uma função muito difícil, teria que ir ao enterro do homem que fez parte da sua vida, foi sua salvação, mas tambem foi sua perdição, agora ela tinha certeza de que ele não mais voltaria a perturbá-la, apesar de tudo ele estava morto, e ela estava livre.

Sentiria sim a falta dele, foram anos de convivência, e por tudo que eles viveram, ela sentiria falta sim, mas agora viraria esta página da sua vida, e recomeçaria novamente. Pedro andou ligando umas 5 ou 6 vezes, mas ela não atendeu, 2 semanas se passaram, e a escola ligou pra ela a chamando para trabalhar, até que enfim, ocuparia seu tempo e sua mente, uma nova vida a esperava, e o passado ela iria enterrar, nunca mais envolveria com ninguém, o que ela queria agora era paz.

Sentiu-se mal na manhã seguinte, um enjôo muito forte tomava conta dela, deitou-se e esperou que passasse, não entendia, agora não era hora de ficar doente, iria ao médico sim, e pensara, será que era alguma coisa que comeu, ou estava realmente doente, marcou médico para a tarde.

E depois da aula ela foi ao hospital.

E mais uma vez a vida lhe surpreendeu, Sophie estava grávida, e agora?

O que faria, não sabia se ria ou se chorava, entrou em pânico, e ao mesmo tempo sorriu só de imaginar um pedacinho do Pedro crescendo dentro dela, estava feliz sim, agora não seria mais sozinha, tinha alguém, a quem realmente se importaria.

Na manhã seguinte foi chamada a delegacia novamente para esclarecimento, e ficou sabendo que Roberto morreu vítima de uma bala, que atravessou o seu coração, e quando o encontraram ele estava dentro do carro numa rua próxima ao prédio, e descobriram o assassino, seu corpo tremeu , ela não podia imaginar que carregava dentro dela um filho de um assassino, quem seria este homem tão carinhoso e gentil a quem ela amara com tanta intensidade.

O delegado interrompeu seus pensamento e mostrando uma foto pra ela perguntou:

_ Você conhece esta pessoa?

Antes de olhar ela estremeceu novamente, ainda teria que reconhecê-lo, isso seria muito cruel.

Mas para sua surpresa, o rapaz da foto não era Pedro, ela não o conhecia e o delegado disse que ele era traficante, e que estava atrás do Roberto a muito tempo por causa de uma dívida do irmão dele.

Sophie respirou aliviada.

No dia que pedro o deixou dentro do carro dele, tinha mais gente o seguindo, então ele não o matou!

Ela sem saber o que fazer, saiu da delegacia, mas não sabia onde encontrar Pedro, queria pedir desculpas a ele, implorar o seu perdão e dizer que ele seria pai...

Continua ...

Sônia Amorim
Enviado por Sônia Amorim em 13/02/2011
Reeditado em 13/02/2011
Código do texto: T2789051