O HOMEM DE MOHR (PARTE II)

...Antes mesmo de distinguir o que o atacara na escuridão, Heitor luta por sua vida...

Após alguns instantes, ele sabe que se trata de um homem, embora que muito grande e transfigurado. Então Heitor desfere um chute na criatura e obtém considerável sucesso, pois a criatura desaparece subitamente em meio à escuridão da caverna.

Depois de andar alguns metros, alcança a nascente e após retirar uma faca de sua cintura senta-se em vigília, mas logo é vencido pelo cansaço e adormece ali mesmo.

Ao amanhecer...

Heitor acorda faminto, come alguns frutos que estavam próximos dali. Logo observa alguns homens com vestes estranhas adentrando a caverna.

_ Quem serão esses homens? Pensa ele. _ Será que estão perdidos?

Dali de onde estava logo escuta um homem dizer:

_ Deixem a água profana para o homem de Mohr!

Heitor não sabe e nem imagina do que se trata. Nesse momento, a criatura dantesca sai das trevas da caverna e vem buscar sua água... O arqueólogo logo reconhece aquele rosto, apesar de parcialmente transfigurado!

_ Dom Henrique! Grita Heitor.

A terrível criatura se vira em sua direção... Agora olhando com mais atenção ao rosto da criatura, o arqueólogo decifra parte do mistério. De alguma forma Dom Henrique de Castilha cresceu e tornou-se insano!

Naquele instante, enfurecida pela voz de Heitor, a criatura avança em sua direção com as garras à mostra.

Antes de se tornar arqueólogo, Heitor já havia trabalhado em um circo como atirador de facas... Agora se vê obrigado a lançá-la para deter o monstro descomunal.

_ Sinto muito, amigo! Lamenta Heitor.

A faca é lançada com toda força em direção ao Bispo desfigurado... Mas felizmente, a parte da faca que acerta a coisa é o cabo desta e devido à violência do impacto, Dom Henrique tomba emitindo um terrível grunhido.

Após o tombo do gigante, um dos homens de vestes estranhas aparece disposto a eliminar o invasor e com ódio o arqueólogo recolhe sua faca curva e rasga o ventre do homem que pretendia matá-lo. O homem cai morto, mergulhado em uma poça cada vez maior de sangue.

_ Heitor, é você? Pergunta uma voz trêmula.

Continua... (Aguardem a parte final)