O ENIGMA DA RUA ESCURA
Pela larga avenida, já sem iluminação,
caminho envolta em meus pensamentos,
sentindo a neblina suave e fria a tocar-me o rosto.
Deambulo vagarosamente pela rua escura,
pois já não tenho pressa de chegar a lugar algum.
Apenas caminho.
Vultos passam à minha frente, formando silhuetas
com os faróis à meia luz, sem se preocuparem com minha presença.
Apenas passam.
A noite escura é minha amiga.
A cor da noite confunde-se com o negro da minha alma...
Aos poucos o ruído dos meus passos multiplicam-se e,
em meio à escuridão, posso sentir que já não caminho sozinha! Aperto o passo e o coração aperta-me no peito.
Sinto um calor atingir-me o corpo, causando -me um calafrio confortável e assustador!
Penso em virar-me para identificar a criatura que me acompanha, mas ,ao contrário,fecho os olhos e entrego-me àquele momento de carinho, de ternura, sob a proteção do manto da noite.
A noite,apressada,vai buscar a luz de um novo dia ,
deixando em mim apenas a lembrança
do enigma daquela rua escura!
(Neusa)
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