O Assalto

O Assalto

Parte Um: A Apresentação da Peça

Eu vi uma coisa.

Um ser pra ser mais especifico.

E o matei. Atirei no peito e ele caiu e morreu.

Faz dois dias e escondo-me na casa de um amigo. Não quero sair. Estou com medo, medo do que possa acontecer.

Meu nome é Lucas e tenho 28 anos. Sem profissão, emprego, nada. Vivo de pequenos e grandes furtos e cumpri três anos na penitenciaria de Tremembé por assalto há um banco em São José dos campos. E sim, nasci e moro nessa cidade.

Minha mãe é pensionista, aposentada por ordem medica. Tem problema na coluna que a deixou incapaz de exercer serviços forçados. Sou o único filho dela, a única família que existe.

Ao sair da penitenciaria meu objetivo eram furtos pequenos. Coisinhas aqui e ali que facilitavam na hora do comercio. Felizmente nenhuma vez a casa caiu. Mas, na minha cabeça eu queria ganhar uma boa grana. Uma grana para minha mãe não depender das despesas da aposentadoria, de termos vida de conforto e saúde. E queria poder dar uma vida que Bruna desejava.

Bruna é minha morena, namorada que é órfã e foi criada por uma família de suecos pobres e ela os ajuda com seus trabalhos domésticos.

A morena quer casar. Mesmo sabendo da minha vida bandida seu pensamento é casar e ter filhos.

Queria roubar uma bolada e viver feliz por alguns anos.

Eu tinha dois amigos. Parceiros que não me deixavam na mão. Irmãos do coração e que estavam nas horas fáceis e difíceis. Carlinhos e Adrianinho meus aliados. Meus cumprisses dos assaltos.

Carlinhos era do bairro e crescemos juntos. Adrianinho veio de Mogi das Cruzes com seus pais e irmãos e começamos uma bela amizade.

Qualquer ajuda que precisasse estes meus parceiros estavam lá por mim.

No dia do assalto do banco nós três caímos. Nenhum jogou nas costas do outro. Irmão até na hora que a casa cai.

E como parceiros, estavam comigo no assalto na casa do Seu Mendes e a ação deu toda errada.

Seu Mendes. Era esse o seu nome? Aquilo, aquela coisa que vimos era Seu Mendes de verdade?

O que seria a coisa que deixamos na casa?

Tremo só de pensar. Tremo no que aconteceu com meus amigos. Tremo em sair daqui.

Perdoa mãe, só queria te tirar dessa vida.

Não arredo meu pé daqui.

Rodrigo Arcadia
Enviado por Rodrigo Arcadia em 16/11/2011
Código do texto: T3339403
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