CIDADE MORTA

Almas solitárias caminham pelas ruas estreitas e escuras.

Sua dor ecoa pelas vielas como sussurros amedrontadores.

Uma névoa gélida parece desenhar figuras de corpos e rostos deformados.

As casas abandonadas viraram refúgio do mal, do desconhecido, daquele que provoca ira, raiva e muita dor.

Não havia mais ninguém morando naquela cidade. Todos, assustados com os constantes bater e fechar de portas, copos quebrando, janelas abrindo, cortinas sendo arrancadas, do nada, desistiram de viver naquele lugar.

Os antigos moradores sentiam o cheiro de enxofre no ar e o cenário era amedrontador. Casas quase que desmoronando de tão velhas, cheias de rachaduras, a terra árida, tudo parecia seco, sem vida...

Virou notícia nos principais jornais, quem lá ia, não queria mais voltar, muitos ficavam doentes, outros cometiam suicídio. Até que, certo dia, um homem resolveu lá se instalar. Seu apelido era Cowboy, o Destemido.

Tomou posse de uma casa, arrumou os pés de uma velha cadeira de balanço e ficou na varanda sentado, fumando um charuto e esperando a hora morta chegar e as almas aparecerem.

Colocou uma câmera para filmar tudo. O problema é que ninguém tinha coragem de ir até lá para saber o que de fato aconteceu, e passaram-se alguns anos. Até que, um dia, foi noticiado que a Cidade Morta virou um parque de diversões de terror...

Não é que o Cobowy conseguiu domar as almas e ainda fazê-las trabalhar para ele? O melhor do negócio, é que ele não tinha de pagar um centavo pelo serviço prestado. O Destemido nunca mais foi esquecido...

Moral da história: nem tudo é tão ruim como parece ser!

Você começa a caminhar e pensa que já sabe aonde vai dar, de repente tudo muda e não é mais o que esperava que fosse. Como este conto, que parecia de terror, mas acabou virando comédia. Tudo depende do ponto de vista, de que forma você vai resolver a situação: lamentar-se, desistir ou virar a mesa ao estilo Cowboy Destemido!

Tenha um ótimo final de semana! :)

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Marcela Re Ribeiro
Enviado por Marcela Re Ribeiro em 26/11/2011
Reeditado em 03/03/2020
Código do texto: T3358262
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