Morte e loucura-continuação

Dentro da casa a escuridão era completa. Não havia eletricidade e a pouca luz que filtrava pela janela dava a sala um clima irreal. Em cima de uma mesa Anselmo encontrou um lampião e após acendê-lo começaram a revista. Havia pouco oque ser revistado ali embaixo, por isso o policial propôs ao amigo darem uma busca no andar de cima. Viriato foi terminantemente contra disse que era perda de tempo, que não iriam encontrar nada. Na verdade estava era com medo. Um pressentimento ruim lhe dizia para sair daquele lugar. Anselmo, porém era um policial muito aplicado, levava a sério sua profissão. Mandaram revistar toda a casa, então ele o faria. Decidiu subir sozinho e deixar o companheiro de guarda na parte de baixo. Assim que o amigo subiu as escadas Viriato se sentou tenso no sofá. Era supersticioso e sentia que naquela casa havia alguma coisa maligna. Lembrou-se dos conselhos de sua velha mãe para que deixasse a polícia. Um estremecimento forte o fez se levantar e andar pela sala. Pressentia um perigo iminente, como se algo, estivesse esperando um descuido para ataca-lo. Anselmo foi subindo a escada com cautela. Não dissera nada ao amigo para não alarmá-lo, mas estava cismado. Quando entraram no terreno olhara para cima e vira um vulto por trás da cortina a observá-los, mas quando fixou a vista quem quer que fosse desaparecera. Na parte superior da casa havia três quartos. Todos com as portas fechadas. O rapaz se lembrou dos filmes de terror que assistira, em todos eles havia recintos fechados onde o mal espreitava ansioso. Riu de si mesmo, isso era hora para pensar em filmes? Abriu a primeira porta, lá dentro só encontrou caixas de diversos tamanhos e ao verificar oque continham ficou pasmado. Estavam cheias de brinquedos e de roupas de vários formatos. Abriu então a segunda porta. Nesse havia uma cama de casal, um baú e um retrato pintado a óleo. Embaixo do retrato estava escrito um nome: Judite Ferreto. Anselmo não chegou a conhecer as Ferreto, oque sabia sobre elas fora contado pelos pais, mas ao olhar atentamente aquele retrato sentiu os pelos da nuca arrepiar. O olhar no quadro transmitia uma raiva intensa. Tentou abrir a terceira porta, mas teve uma surpresa. Estava trancada, por isso precisou arromba-la. Não estava preparado para oque viu: Deitada seminua por sobre uma esteira, estava uma senhora muito idosa, que ao vê-lo começou a balbuciar coisas desconexas. (continua) 26/03/12