DESESPERADO
Mais uma dose companheiro.
Disse sim no casamento, amei-te como nunca amei antes, até que a morte nos separe meu amor.
Pelas ruas por onde tanto caminhei de mãos dadas, hoje as mesmas ruas deixam-me andar sem rumo, sem abrigo, perdido.
Muitas cadeiras vagas, uma luz amarela brilha nesse bar, o balconista de vez em vez ajeita o bigode, olhando constantemente o relógio que marca 00:12, já teria fechado as portas se não fosse eu, um bêbado moribundo.
Já chegas ás 1 da manhã, sei que tenho que ir. Vá também leitor ser quiseres, se não fores se arrependerá do final dessa maldita vida. Deixo minha esposa morta, caída, não aguentei a traição.
Julgue-me, destrua essa folha. Amei sim, como nunca amei ninguém, só fui covarde o bastante de não aceitar ela aos braços de ninguém.
Ainda não sei, se me mato, se fujo. Me entregar jamais, não suportaria, dormir tantos anos numa sela fria, sem mais teu calor.