5 - O Corvo

5 – O Corvo

Kelly viu uma agenda azul em cima da mesa de jantar. Ela apanhou-a e abriu. Folheou por alguns momentos e notou em uma pagina, no canto superior direito, a letra “A” e um circulo em volta. O símbolo de Anarquia. A tatuagem que estava no antebraço do homem que acabara de matar. Na página, três nomes e três informações. Justamente os outros três que procurava, imaginou. Que faltava riscar do mapa e do mundo dos vivos. O primeiro nome era “Índio Maldito” e ao lado do nome estava escrito 356-B F.T.

Kelly levantou a cabeça ao escutar sons de sirenes da policia. Não daria tempo de pegar a moto. Ela correu para os fundos e fugiu da casa.

***

Um carro preto se aproximou da casa onde havia um homem morto. Dois homens descem. Um era magro, cabeça raspada, olhar lunático e cheio de pircing brotando do seu rosto, o outro era mais sofisticado, parecendo um Don Huan. Porte atlético, roupa social, cabelos pretos bem cortados e um jeito malicioso. Um “A” de anarquia estava tatuado no seu trapézio, atrás da orelha. A dupla bizarra se aproximou da faixa policial com os dizeres “NÃO SE APROXIME”. O homem de roupa social exibe o distintivo para um policial de bigode. O policial consente deixa-lo passar, fazendo um sinal positivo com a cabeça.

- Sou o detetive Jonh Fox. Esse é meu parceiro, Stephen Jaws. O que houve por aqui?

- Sigam-me, senhores. – falou o policial, entrando na casa.

Eles entram. Jonh observou a casa toda revirada, como se estivessem procurando alguma coisa. Atravessam a sala e entram na cozinha. Talheres, panelas e sangue estavam espalhados pelo chão. Um furacão dentro da cozinha causava o mesmo estrago. Na parede, desenhado com sangue, um estranho pássaro de asas abertas, como se quisesse um abraço. E caído ao chão um homem careca. Estava no chão como uma marionete, os braços para um lado e as pernas para outro. O pescoço torcido como uma toalha espremida.

- No corpo dele encontramos algumas perfurações estranhas. Provavelmente o assassino levou a arma do crime. – falou o policial com uma frieza característica do modus operandi do crime. – houve luta, mas parece ter sido em vão. O seu pescoço foi torcido e dado três voltas. É preciso ter muita força para fazer isso, eu garanto. Em seguida, com a mesma arma, perfurou o coração e retirou o sangue para desenhar isso ai na parede.

O policial apontou para a parede cheia de sangue, deslizando lentamente os pingos na parede. Jonh ficou de cócoras ao lado do corpo. O rosto do morto estava contra o chão. Ele coçou o cavanhaque e fechou os olhos, com raiva. Olhou para cima, para o seu parceiro. Stephen o fitou, frio e gélido. O corpo mais imóvel que uma estatua. Parecia até que não respirava. Jonh se levantou mais uma vez e se virou para o policial.

- Os vizinhos viram alguma coisa?

- Disseram que Mosar entrou aqui com uma mulher... – o policial coçou a cabeça, realmente em duvida. – ela estava correndo atrás dele e ele fugindo feito uma galinha.

- Uma mulher fez isso? – espantou-se Jonh.

- Sim. E parece que fez isso sozinha. Deve ter sido golpe de sorte estava armada e...

- Ela não estava armada. Não escutaram tiros, não foi? Nem há qualquer buraco de bala aqui.

- É, tem razão.

- Então ela sozinha foi quem fez isso. Ela é a assassina. Vamos atrás dela, policial. Obrigado pela sua cooperação.

- Não tem de quê.

Stephen e Jonh entram no carro. Jonh deu a partida e seguiram para a boate.

- Vamos a boate, onde tudo começou.

- Sim.

- Devem ter alguma imagem dela nos vídeos internos da boate. Essa é nossa pista. Mas que loucura! – Jonh riu, mas no fundo pareceu não achar graça nenhuma.

davifmayer
Enviado por davifmayer em 21/02/2007
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