Rota de colisão (Isso não acaba bem...)

Frustração, corrosão, mil formas de repetições incessantes, sistema automatizado, sem alma, sem coração. Maquinas a todo vapor noite e dia com apenas um propósito.

Em cada nascer do sol ele sentia a sua angustia começar e com chegada do por do sol a confirmação de mais um dia desperdiçado, horas sem razão, minutos vítima das circunstâncias.

Era desta forma que Alan se sentia. Menino que teve que aprender a ser homem muito cedo. Perdera seus pais em um confronto gerado por uma manifestação que pedia por paz. O jornal daquele trágico acontecimento envelhecido pelas marcas do tempo ainda se encontrara guardado em suas coisas pessoais, nele continha uma foto em destaque, um casal que teria sido alvejado por acidente contemplando seu último abraço.

Em um país capitalista cuja necessidade de dinheiro leva empresas a explorar os homens sem o menor remorso. Este era o cenário em que ele vivia e não poderia ser diferente em relação a sua condição de vida humilhante.

Alan trabalhava por horas e horas sem parar em uma empresa de renome internacional, porém, todos que lá estavam sabiam como era degradante e exaustiva as tarefas que nunca eram reconhecidas, apenas metas, cobranças e falsas esperanças eram divulgadas, assim como supostas promoções de cargo obviamente manipuladas.

Sentia-se preso, era insultado com palavras irônicas e sarcásticas, não podia desistir de tudo por questões financeiras e absolutamente nada lhe favorecia. Tentava viver em seu próprio mundo, longe de tudo e de todos, ninguém realmente o entendia e a música era sua única aliada.

Por muito tempo ele tentou guardar este sentimento, arrancá-lo do peito, mas a sua tristeza cada vez mais se transformava em raiva até o ponto que ele já não conseguiu mais aguentar...

Munido de uma faca, duas pistolas 9 mm e muita munição entrou no prédio e destruiu as câmeras de vigilância, abriu fogo contra os porteiros, usou seus corpos para travar os elevadores impedindo sua utilização.

Derrubou as portas de acesso as escadas e foi subindo os andares. Os próximos alvos foram silenciados com sua faca, os demais ao descobrirem seus atos iniciaram uma onda de pânico, ao som de tiros e gritos todos foram caindo com sofrimento muito pior do que a lhe haviam causado.

Lentamente andar por andar ele foi apreciando a face do medo em cada vítima e vendo suas vidas se esvaírem por seus olhos.

Ao final daquele dia, o por do sol se fez vermelho, e nenhuma culpa o assombrava, o sentimento era de libertação com todo aquele banho de sangue, nunca mais o insultariam ou lhe causariam dor.

O que restante desta história não termina aqui e nem ao menos se sabe até onde irá. O homem que desapareceu sem deixar rastro se tornou um psicopata que segue matando executivos de grandes empresas.

Enquanto a história perdura o tempo corre como areia no deserto, sei que ele continua a sua caçada, entretanto não sei qual será seu próx...jJNINionoiNIOANFION09uNMLFNALKnlk21r1klmfafa156

Noticiais locais informa:

Foi morto hoje o grande executivo Jorge Silvério dos Reis Alcântara pelo psicopata Alan. Ele estava em sua casa trabalhando em seu último livro quando foi esquartejado vivo,posteriormente seus pedaços foram pendurados na frente de sua residência com um bilhete transcrito:

“Frustração, corrosão, mil formas de repetições incessantes, sistema automatizado, sem alma, sem coração. Maquinas a todo vapor noite e dia com apenas um propósito.”

“Era desta forma que Alan se sentia.”

PS: NUNCA MAIS!

Alan

Rafael Crow
Enviado por Rafael Crow em 30/10/2012
Reeditado em 30/10/2012
Código do texto: T3960516
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