O DIA TÃO TÃO ESTRANHO

O dia tão estranho

O relógio marca 6 e meia da manhã. O céu cinza lá fora mal iluminava meu quarto; Chove uma fina garoa. Levanto-me e, percebo que a energia elétrica acabara, pela janela do meu quarto avista-se uma rua vazia. Completamente vazia. Já não consigo dormir, decido ir comprar pão, abro meu guarda chuva e saio. Pelo caminho até a padaria não encontro ninguém, só um carro batido em um poste, talvez essa seja a razão pela falta de energia. Próximo a padaria, uma pedinte com uma criança em contracolo, me implora alguns trocados, fico com dó, mas o único dinheiro que tenho é o do pão, passo direto. A padaria ainda se encontrava fechada, havia um papel na porta com os dizeres : FECHADO POR LUTO. Fazendo meu caminho de volta , decido deixar o dinheiro do pão para a pedinte que, me agradece e, sai em disparada com seu filho. O dia estava muito estranho, nem um carro sequer conseguia avistar. A garoa havia começado a engrossar assim que cheguei em casa. Meus pais ainda estavam dormindo. Pela janela do meu quarto, avistei um carro da companhia de luz do lado do poste batido. Percebi ao longe, aquela pedinte com algumas sacolas de mercado nas mãos e rindo com seu filho, com o dinheiro que dei, ela deve ter conseguido ter comprado mais que pão. Deite-me e, um movimento na cozinha junto com o cheiro, indicava que minha mãe preparava o café, senti meu pai entrando no meu quarto e me cobrindo. O silêncio só foi quebrado com minha mãe perguntando ao meu pai:

-Querido, você viu o dinheiro do pão?

Uma onda de frenesi me pegou, adormeci sorrindo, nesse dia tão, tão estranho.

Eduardo monteiro
Enviado por Eduardo monteiro em 08/06/2013
Reeditado em 08/06/2013
Código do texto: T4332014
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