Dois Homens num Bar Vagabundo de Estrada

Apaga Vela tinha sangue nas mãos . Tinha uma coleção de camisas brancas ensanguentadas no armario , meias brancas ensanguentadas , sangue debaixo das unhas , dentro das orelhas e na cueca tambem . Ele matava e não tinha vergonha de dizer . Então Tuco decidiu que sua exposa ( sim , exposa com x ) precisava morrer , mas ele mesmo não tinha coragem de mata la . Uma vez botara veneno de rato no seu leite , mas o veneno so lhe causou uma diarreia pestilenta , acabou tendo que cuidar dela , lavar o banheiro , os ladrilhos do banheiro e lhe comprar soro . Numa conversa de bar um amigo lhe falou sobre Apaga Vela .

-Se você quer matar sua mulher conheço um cara . Ele e bom , dizem que tem sangue na cueca e debaixo das unhas .

- Você tem o numero dele ?

- Oh , sim , é claro .

- O que faz você com o numero de um cara desses ?

- Não faça perguntas .

Tuco ligou na manha seguinte marcando um encontro .Ao meio dia do dia seguinte debaixo de um sol causticante dirigiu seu velho Ford até restaurante de beira de estrada chamado La Fuego . Caminhões pesados passavam cuspindo pedra soltas do asfalto nos parabrisas dos carros frageis e atropelando largatos verdes do deserto . La Fuego era ponto de parada de motoqueiros barbados cujo o simbolo maximo era o cheiro azedo se suas axilas depiladas . Dentro do restaurante uma porção de homens suspeitos e garotas da cidade baixa mamavam suas cervejas , fumavam seus charutos e faziam suas coisas mais . Tuco se dirigiu até o balcão , pediu uma cerveja , tomou um gole e perguntou a garçonete se ela tinha planos para noite . A garota simplesmente virou

a rosto . Tuco agira como um babaca e sabia disso , ele não era dessas, digo , de ficar dando em cima de mulher na rua . Bebeu sua cerveja sem pressa , olhando em volta , quase se esqueceu o que estava fazendo num buraco daqueles . Se levantou e foi ao banheiro mijar e chegando la viu um dos motoqueiros sendo chupado por uma das garotas e sentiu que tambem queria um pouco daquilo . Sua mulher não gostava de chupar , era do tipo nojenta cheia de frecuras cujo o sexo sem razão nada mais era do que um festival de aborto segundo suas crenças . Saiu do banheiro sem mijar , voltou até usa cadeira no balcão e lembrou o que estava fazendo ali . Esperou um dos grandões se aproximar e perguntou sobre Apaga Vela .

- Sabe se ele esta aqui ? Você o conhece ?

O grandão de braços nus e colete de couro perdeu a cor , pegou sua cerveja e voltou para sua mesa , onde conversou qualquer coisa com os outros bruta montes cujo os olhares logo dirigiram se na direção de Tuco .

- Hey , garçonete , você sabe alguma coisa sobre um tal de Apaga Vela ? Não sei seu nome mas combinei de encontra lo aqui . Ele esta atrasado .

A menina se afastou , botando a conta na frente do homem .

- Por favor , saia sim ...

Disse a garçonete tirando o copo da frente de tuco e limpando com um trapo sujo .

- Ainda não acabei .

Falou ele , tentando parecer autoritario .

- Por favor , so saia .

Tuco sem entender nada agarrou a conta , tirou uma nota de vinte e botou na mesa .

- Quero mais uma cerveja .

- Não , so va embora . Não precisa nem me pagar .

- Mais uma . Estou esperando um amigo .

Então dois grandoes se puseram atras de Tuco . Um deles pousou a mão pesada no seu ombro e rugiu algo do tipo : se manda .

Cheiro de merda no ar . Tuco era um covarde de primeira , nem conseguira envenenar a mulher ...mas decidiu que ficaria ali e beberia mais uma cerveja .

- Escuta aqui , porra, ou da o fora agora ou faremos mastigar seus proprios dentes ...

Então a porta se abriu , tinha um sininho sobre a porta que fez Tring Tring ou algo parecido , e e em seguida silencio tomou conta do ambiente e um rapaz com com seus la trinta anos apareceu do meio do clarão de luz que vinha da rua . Parecia um nerd de oculos grossos , bermuda bege e camisa vermelha . Tinha os cabelos bem penteados para tras tipo vaca lambeu e era magro e curvado e de aparencia patetica . A porta se fechou atras de si e ele olhou meio timido para as pessoas . Um dos grandões atras de Tuco soltou um : merda , o que tinha a mão pesada no seu ombro a retirou e ambos seguirão para suas cadeiras . O rapaz suava , gotejava . Pediu um refrigerante para a garota do balcão que prontamente lhe atendeu . Tuco se virou para a garçonete e perguntou sobre a sua cerveja .

- E pra ja , senhor .

Disse ela , com os olhos assombrados .

- Esse lugar é uma merda , garoto .

Disse tuco para o rapaz , pensando o que um garoto estranho como aquele estaria fazendo ali , no meio duma porra de um deserto ao meio dia ? Seria Apaga Vela ? Não , ridiculo . Ao telefone A.V tinha uma voz forte e atormentada , ja o garoto miava quando falava .

Timido o rapaz se apresentou , esticando sua mão .

- Sou Georg . Georg com G no final .

- Ok , Geord , me chamo Tuco . Esse não e meu nome , mas me chamam de Tuco a tanto tempo que nem tenho mais certeza se realmente tenho um nome .

O refrigerante chegou e Georg tomou um bom gole fazendo seu grande pombo de adão dançar em seu percoço magro . Ambos beberam suas bebidas em silencio , o resto do bar conversava baixinho como ratos e a garota se entretia lavando o mesmo copo sucessivamente . Eram quase uma hora da tarde , os ventiladores de teto não davam conta de ventilar o ambiente que fedia a mijo e cerveja choca .

- Meu deus , esse lugar esta quente .

Disse tuco para quem quisesse ouvir .

- Eu gosto

Disse o garoto .

- Gosto de lugares quentes .

- Eu não , odeio calor e sol . Na verdade , acho que fui passado para tras.

- Esta esperando alguem ?

Perguntou o rapaz Georg com sua voz patetica .

- Um amigo .

Respondeu Tuco .

- Conheço um bocado de gente . Porque não me diz seu nome e talvez eu tenha seu telefone .

Tuco não deu muita bola , na verdade estava pensando em dar o fora da li .

- Bom, seu nome mesmo não sei , mas o chamam de Apaga Vela .

O garoto parou e olhou para cima, como se estivesse tentando lembrar de alguma coisa. Bebeu um gole do seu refrigerante e fez um não com a cabeça .

- Não conheço ninguem com esse nome ou apelido .

- Que seja , rapaz . Vou dar o fora daqui , talvez seja melhor mesmo esse cara não ter aparecido .

- Mas porque ?

O homem quase disse a verdade . Eu o pagaria para que matasse minha exposa ( sim , com x ) , iria dizer mas recuou , engoliu as palavras e se levantou . Pagou a conta e saiu . Quando abriu a porta um mormaço brutal açoitou seu rosto moreno . Botou seus oculos escuros , enfiou a mão no bolso , sacou um molho de chaves botou uma delas na ignição , deu apartida e ecelerou . Foi ai que o garoto apareceu gritando :

- Ei , senhor , por favor , uma carona , uma carona até a cidade ...

Tuco não era de dar caronas . Um amigo seu havia dado carona uma vez para um mulherão . O amigo achou que tinha levado a melhor quando a levou para casa e trabalhou nela a noite toda , mas ai pela manha ao abrir os ollhos a vadia havia sumido com sua carteira e sua gata de estimação . Tuco não tinha uma gata de estimação , então resolveu ajudar Georg com G no final . O carro começou a andar .

- Que sorte a minha te pegar saindo , não . Caso contrario teria que caminhar ate a cidade, imagine so , trinta quilometros cozinhando no asfalto quente como uma maldita tartaruga africana .

- Pois é .

- Tenho algo para você .

Disse o garoto . Tuco olhou para ele e o mediu .

- Me disseram que esta afim de dar um jeito na sua esposa . Sabe , tenho boas referencias .

Tuco se surpreendeu .

- Do que esta falando ?

- Não se finja de tonto . Eu sei , tudo bem . Se quiser sumir com sua mulher vai lhe custar vinte e cinco .

O rapaz ja não parecia mais tão patetico . Assumira uma posição mais firme , acendera um cigarro e logo depois ajeitou o saco na bermuda .

- Então você é Apaga Vela .

- Não conheço ninguem com esse nome ou apelido , mas garanto que dou conta do recado . Ontem mesmo me pediram para dar um fim numa viuva toda boazuda , mas deixaram bem claro que antes de terminar o serviço eu teria que dar uma com ela , você quer que eu de uma com sua mulher ?

- Oh , Jesus , não , não quero que estupre minha esposa , so quero que mate ela , se possivel bem rapido .

A estrada se seguia a diante virgem , solitaria , quente . O sol sorria feliz

e quase se podia ver seus dentes . O rapaz tirou os oculos grossos e enchugou o suor que escorria pela testa com as mãos .

- Ligue o ar , sim ...

Pediu Georg com G no final . Mas o carro de Tuco não tinha ar , era do tipo popular , sem bancos de couro ou air bag .

- Mas que grande bosta . Tem certeza que pode pagar vinte e cinco pela cabeça de sua mulher num saco ?

- Porra , não quero que corte sua cabeça, so quero que de um tiro no seu coração ou a a enforque . Nada de multilações .

- Vai querer o corpo então ? Digo , vai querer o corpo gelado dela para brincar de vez em quando ?

Tuco torceu o rosto sentindo nojo .

- Mas que merda doentia é essa !

- Você quem sabe , posso ficar com ele ?

- Porra , cara , não , não pode ficar com o corpo da minha mulher !

- O que quer que eu faça com ele ? Queime , jogue no mar ,no rio , enterre ...

Tuco suspirou , pensou por um instante , deu uma olhada direta para o sol que o cegou por um breve momento .

- So deixe ele . Faça o que tem que fazer e deixe ele .

- Ta legal . So mais uma coisa .

- O que é ?

- Recebo adiantado .

- Sem problemas .

- Vinte e cinco mil .

- Tudo bem .

Combinaram de acertar tudo no dia seguinte . Tuco parou em frente a um hotel barato na cidade , desceu e usou o banheiro de uma padaria ao lado , deu uma boa mijada , depois voltou para o carro onde G. aguardava limpando as lentes embaçadas do seu oculos horrivel . Perguntou a si mesmo , quem sera o garoto ? Bom , pouco importava , Vanessa tinha de morrer , digo , sua exposa ( com x ) .

- Amanha , as duas horas .

- Ok . Não esqueça do dinheiro .

- Claro .

- Posso fazer uma pergunta ?

- Diga la .

- Porque ?

- E importa ?

- Foda se , não .

31/07/2013

08h59m

Dica de filme : Killer Joe ( do mesmo diretor de Exorcista )

Cleber Inacio
Enviado por Cleber Inacio em 31/07/2013
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