A Vampira Selena - Parte I

   Eu podia jurar que ela tinha algo diferente, sempre sentava ao fundo da sala, mas era a menina mais inteligente, cabelos lisos e pretos cobriam seus ombros. Nem imaginava no que iria descobrir.
   Selena era uma menina bem reservada conversava apenas com os professores e passa as horas livres com algum livro sempre encapado, o que deixava todos bem indignados, quem encapa livros? Mas aos poucos consegui me aproximar, mesmo não me sentindo muito a vontade com isso.
-Oi – falei sem graça.
-Oi – com um olhar de desprezo.
-Bom, Selena eu queria saber se você quer fazer o trabalho de matemática comigo, eu vi que você não fala com muitas pessoas e como o trabalho é em dupla pensei que podíamos ser uma dupla.
-Você está precisando de nota? – ela perguntou.
  Queria saber como ela tinha percebido, eu não toquei no assunto com ninguém e realmente estava indo muito mal em matemática, aquele trabalho poderia me ajudar muito a melhorar a minha média e então afirmei:
-Preciso sim, preciso da sua ajuda. – ela então me olhou e sorriu.
-Tudo bem Roman, podemos fazer o trabalho juntos.
   Sim, meu nome é Roman, um pouco pateticamente diferente, mas até que eu gostava muito dele, marquei de encontrar Selena em sua casa na tarde da próxima terça-feira e pensava em como impressionaria aquela garota estranha.
   Levei tudo que encontrei sobre minha escrivaninha até uma calculadora que mal funcionava voou para dentro daquela mochila, penteei os cabelos e escovei os dentes, passei aquele velho perfume que ganhei de aniversário. Nada mau para ir encontrar uma garota que nem pegava ninguém na escola.
   Selena estava na calçada me esperando com um olhar muito sinistro como de costume. Caminhamos até a casa que por sinal era grande muito bonita, com alguns detalhes antigos, mas não perdi muito tempo reparando nela por fora. Subimos as escadas e entramos no quarto dela que era o último do corredor.
-Pronto, podemos começar. – ela falou.
-Tudo bem. – respondi nervoso.
-Você sabe fazer essas contas? – perguntou com raiva.
-Algumas eu sei, mas se você quiser ainda pode escolher outro parceiro... – Quando ela me mandou calar a boca.
-Tudo bem, eu só queria que você ficasse aqui comigo um tempo, tá legal?
-Tá bom.
-Você nunca saiu com nenhum menino né?
-Não. – ela respondeu com vergonha.
-Por que? – perguntei ainda mais curioso
-Olha Roman, você não entende okay? Eu não sou como todas as outras garotas mimadas, patricinhas ou coitadinhas da escola.
-Okay, você é linda. – aquelas bochechas brancas por alguns segundos ficaram vermelhas.
-Obrigada.
   O tempo passava cada vez mais devagar e vê-la ali fazendo aquelas contas me deixava um pouco mais nervoso, então comecei a olhar seu rosto seus lábios e aos poucos não conseguia parar de deseja-los.
   Me apoiei e aproximei devagar dela e logo a beijei, foi quando ela me jogou da cadeira para a cama e veio praticamente voando em cima de mim com os dentes quase cravados em meu pescoço.
-Me perdoe Roman – saindo de cima do meu peito. – eu não devia ter feito isso, mas a culpa é sua quem mandou querer me beijar.
-O que você é?
-Não importa! Vá embora.
-Não vou, quero te beijar de novo, mas se acalme por favor.
-Okay.
   Era estranho, como se fosse todos os beijos que eu já tivesse dado juntos e multiplicados numa sensação inexplicável de puro desejo e prazer.
   Logo após terminarmos o trabalho me despedi a beijando de novo e lhe dizendo para nos encontrarmos na escola um pouco mais cedo no dia seguinte.

 
 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 11/08/2014
Reeditado em 12/08/2014
Código do texto: T4918808
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