Serial killer em ação - III

Jason ajoelhou-se na terra fofa e as patas do cão se desprenderam dos braços do homem. Rex deu meia-volta, a língua pendendo pra fora da boca.

-Aqui, amigão, aqui - Jason fazia movimentos com um graveto para atrair o cachorro. Rex sequer reconhecia o esforço; continuava focado em sua marcha perfeita, as patinhas deslocando-se agilmente.

Jason respirou fundo e posicionou os polegares nas têmporas. Aquele maldito animal tinha energia de sobra ao passo que seu futuro assassino mal conseguia subir um lance de escadas sem ficar ofegante. O homem estava prestes a completar 40 anos e lamentava a perda de condicionamento físico. A idade lhe tragara uma qualidade imprescindível.

Jason balançou a cabeça, afastando qualquer pensamento que não estivesse relacionado ao momento em questão. Felizmente, seu raciocínio continuava ágil. "Quem é o patético agora?", perguntou para si mesmo, feliz por ainda ter algo de que se orgulhar.

Caminhou até Rex, que agora fazia buracos na terra. O nariz do cachorro farejava as aberturas. Jason pegou o animal abruptamente. O cão latiu em protesto e, fitando os olhos do homem, começou a chorar.

"Ah, vamos, cale a boca! Foi Lisa quem lhe ensinou a ser sentimental?", debochou Jason, já com o cachorro pendurado nos braços. Seguiu em direção aos fundos do terreno e empunhou a machadinha.

Jason posicionou o cachorro, sua mão direita pressionando a barriguinha do animal. As patas de Rex chutavam o ar. O homem fechou os olhos e contou até três.

A mão esquerda de Jason desceu rapidamente ao encontro do corpinho miúdo do cachorro. A machadinha acertou-lhe a barriga. Rex latiu, em desespero, os olhos esbugalhados. O homem gargalhou e levantou o braço novamente.

Desta vez, a machadinha acertou o focinho de Rex. O golpe tragou o último suspiro de vida do animal. Um filete de sangue se espalhou rapidamente, tingindo as mãos de Jason. O homem, sádico, acariciava o pêlo acinzentado do cãozinho.

A crueldade de Jason não cessou. Rex foi golpeado mais quatro vezes, sob a supervisão doentia do assassino. A machadinha subia e descia. numa espécie de dança macabra. O homem sibilava, baixinho: "tá tudo bem, amigão. Hein? Sim, fique tranquilo, eu vou cuidar da Lisa". E, em seguida, o som de uma gargalhada masculina se espalhou pelo terreno.

Passados dez minutos, Jason calculou que já era hora de parar com aquilo. Guardou a machadinha na mochila e fitou o corpo de Rex que jazia sob a terra vermelha. "Onde vou enfiar você, amigão?", coçou a cabeça, olhando em volta.

Continua

Lais Matos
Enviado por Lais Matos em 12/11/2014
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