O bar

Eu estava sentado em uma mesa proximo à uma janela e senti um aroma de rosas no ar, continuei a beber o meu whisky, mas aquele perfume não se dissipava nos ares onde eu me encontrava sozinho, foi quando ela apareceu na porta, uma moça que aparentava ter 26 anos, cabelos pretos, de cachos fechados e bastante volumoso, uma maquiagem suave, vestia uma calça jeans e uma camisa de botão azul, não calçava sapato alto, digo que se fosse outra mulher adentrando no bar com essas vestimentas tenho certeza de que não chamaria tanta atenção, ela não estava provocantemente vestida, porém o que fazia dela uma sedutora senhorita era o sorriso no canto da boca mostrando o quanto havia malícia em seu rosto.

Ela foi em direção ao balcão pediu um maço de cigarro e um Campari e por ali mesmo resolveu sentar-se, acendeu o cigarro, que sem preocupação alguma soltava a fumaça sem nenhuma pressa, olhava para ela subindo até o teto e sorria, assim repetidamente fez os mesmos gestos, movimentos e fumaça, tomei o meu ultimo gole observando-a, acendi meu charuto e continuei a olha-la: pés finos e alongados, pantorilhas bem definidas, coxas grossas e enrijecidas, quadril largo, cintura magra, seios grandes, pescoço cumprido e uma face aredondada.

Ela ligeiramente virou-se em minha direção e ficou a me encarar, a retribuição de olhares dela para comigo me deixou encantado, eu simplesmente não conseguia desviar os olhos daquela bela mulher, ela me aparentava ser uma mulher decidida, destemida, mas sozinha, pude sentir a solidão, um jeito frio e calculista de ter sentimentos pelos outros, de repente a bela moça levantou-se olhando para mim como se fosse uma despedida e tomou o seu caminho.

Sem hesitar paguei a conta e a segui pelas ruas e avenidas de São Paulo, estavamos no centro paulista onde tudo poderia acontecer, ela andava como se soubesse que eu estava seguindo-a, o andar dela era puro charme, tenho certeza que ela me seduzia e que estava também levando-me em algum lugar, do nada ela parou se segurou em um poste e começou a girar como se fosse criança, imediatamente cheguei mais proximo a encadora jovem segurando seu rosto com a vontade de decifra-la, perguntei a ela seu nome, ouvi um riso e ela continuou o seu percurso, tenho uma leve impressão de que estou em perigo, meu coração esta acelerado e já não sei mais sobre as minhas atitudes, me sinto como um fantoche perseguindo-a pela rua, vejo que ela não sente medo, não se sente ameaçada por estar sendo seguida a noite por um desconhecido, ela vira em uma rua onde o tráfego de carro é fraco e o número de pessoas também, e enfim chegamos em um prédio abandonado, o edifício era o mais alto do centro, a maior perte das pixações eram escritas com palavras de ódio e símbolos que apoiavam o extremismo.

Passe com ela pela porta giratória, na recepção havia várias cartas velhas e esquecidas, as paredes estavam rachadas e moradas, podíamos ouvir três pingos dágua caindo e ecoando pelo imenso e esquecido arranha céu, neste instante ela segurou a minha mão e disse seu nome:

-(Risos) Meu nome é Clara. Você quer ver a vida de uma forma diferente ?

Eu consegui apenas balançar a cabeça positivamente para Clara, ela puxou-me e levou-me em direção ao elevador, perguntei se o mesmo estava funcionando e ela disse:

- Esta com medo de perder a vida ? Acalme-se não é a hora.

[...]

Continua

Isis Evaristo
Enviado por Isis Evaristo em 08/12/2014
Código do texto: T5062672
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