Os doze crimes de Hércules. Terceiro crime.

Os doze crimes de Hércules.

Os Pomos de Ouro de Espirides.

A cidade de Mor estava aterrorizada pelas mortes ocorridas, os vereadores marcaram uma seção extraordinária para posse do presidente da câmara como novo prefeito da cidade. O medo era generalizado, não havia na cidade quem não comentasse as mortes, teorias das mais absurdas surgiam de todos os lados, dando ao misterioso assassino inúmeras identidades.

O delegado Apolo e o detetive Abderis, alugaram uma sala provisória no centro da cidade, era bem espaçosa de forma que poderiam melhor cuidar do delicado caso, um painel enorme foi montado nesta sala, na ponta superior deste painel ficava a fotografia do prefeito, um pouco mais abaixo a de seu vice, em ambas uma descrição dizendo, morto, e a data da morte. O detetive Abderis ligou para a capital solicitando reforços para compor uma equipe de investigações, de pronto o atenderam. O delegado Apolo estava com as fotos das cenas dos crimes nas mãos, coçava a cabeça tentava descobrir algo de novo que talvez tivesse passado despercebido pelos dois.

_Abderis veja só o que eu encontrei nestas fotos, disse o delegado levantando-se de onde estava.

_Esses desenhos parecem...

_Desenhos de signos, iguais ao que vemos nos jornais, não é mesmo detetive, de uma olhada.

_O senhor tem razão, são mesmo desenhos de signos do zodíaco, como não percebemos, o da primeira vitima é o símbolo de Aries, já o da segunda vitima é de Touro, estranho não me recordam de tê-los visto lá.

_ Será essa que essa é a ordem usada pelo assassino, disse o delegado.

_Quais eram as datas de nascimento deles.

_ Se não me falhe a memoria detetive, a data de aniversario do prefeito é doze de Abril, a do vice em vinte e dois de março.

_ Faz sentido delegado, o signo do prefeito é de Aries, conforme a foto, e do seu vice de Touro, o assassino usou um padrão aqui, sem dizer que ambos eram políticos corruptos, se ele seque essa ordem, teremos mais vitimas, só não entendo a motivação dele.

_Olha detetive, o povo anda dizendo por ai que o assassino é um justiceiro então tem um possível Hércules justiceiro à solta por ai.

_ É só o que me faltava, delegado temos que colocar todas essas informações em nosso painel, e tentar desvendar esse mistério, se o assassino for mesmo um serial Killer, ele seguirá o mesmo padrão para todas as vitimas, seria bom se tivéssemos reforço policial e o mais rápido possível.

_Vou ver o que posso fazer quanto a isso.

_Se a nossa teoria estiver correta a próxima vitima terá o signo de Gêmeos, sua data de aniversario devera ser entre vinte e dois do cinco e vinte é um do seis.

_Muito bom detetive meus policiais providenciará as datas de aniversario de todos os políticos e de algumas pessoas influentes da cidade, quem sabe antecipamos os passos desse canalha.

Passaram-se uma semana e nada de novo tinha acontecido, a cidade acalmou-se um pouco, já não se comentava tanto assim sobre as mortes, a equipe de criminalística solicitada pelo detetive havia chegado fazia dois dias, o delegado fez uma reunião colocando todos a par dos fatos ocorridos, a equipe de criminalística era composta de quatro pessoas, que ficariam na cidade de Mor até solucionarem o caso. O suposto assassino em nenhuma das duas cenas do crime deixou evidencias que revelassem sua identidade, apenas enigmas, essa era a única coisa em evidencia, como se o assassino quisesse desafiar a polícia.

A câmara dos vereadores e a prefeitura foram reforçadas com um novo efetivo policial, o novo prefeito da cidade solicitou guarda pessoal para ele e sua família, tudo parecia bem, os cidadãos de Mor sentiam-se mais seguros com tantos policiais nas ruas. Na sala alugada pelo delegado a equipe trabalhava no intuito de descobrir que era o misterioso assassino,o delegado havia saído para providenciar a entrada no aras.

_ Já temos em mãos as datas de aniversários de todos os políticos e de algumas pessoas influentes da cidade, isso nos possibilita focar melhor o caso, todos já estão sobre proteção policial, duvido que esse maluco tente alguma coisa. Disse o investigador.

_Só não entendo o motivo do assassino se denominar pelo nome de Hércules, o delegado disse que não conhece ninguém aqui com esse nome, disse um dos rapazes da equipe.

_Não seite responder Paulo, mas é o que descobriremos, pedi ao delegado para que solicite autorização para entrarmos na casa do prefeito que fica no aras, vamos ver se descobrimos alguma evidencia por lá.

Neste momento o delegado retorna, entra na sala quase sem folego, sua voz quase não saia o semblante assustado deixou todos apreensivos.

_ O que foi Apolo, que cara é essa, pelo amor de Deus diga logo.

_ Fui a casa do advogado do prefeito, Dr. Busiris, a autorização para adentrar na casa teria que ser negociada com ele, quando cheguei na sua casa aporta estava aberta, não havia ninguém, os vizinhos disseram que a dois dias não o viu entrar ou sair da casa. Entrei para dar uma olhada, não tem ninguém, está tudo arrumado, sem nenhum sinal de arrombamento ou roubo.

_Não é possível, onde esse cara foi se meter, será que viajou, sendo ele o advogado do prefeito ele conhecia todas as falcatruas do cliente, acho melhor procurarmos por ele. Ele tanto pode ser vitima como suspeito.

Embora o detetive fosse muito experiente com investigações de casos assim, esse em questão desafiava sua inteligência, enquanto o delegado e o investigador e mais dois policiais foram tentar achar o advogado, o restante da equipe ficou na sala de investigações.

Tentaram em diversos lugares, na câmara dos vereadores, na prefeitura, até em algumas casas, a movimentação dos policiais deixou a população ainda mais assustada, passaram o dia todo procurando pelo advogado sem obter resultados, quando estavam pra desistir um senhor que foi um dos funcionários do prefeito no aras, aproximou-se do delegado com uma estranha informação.

_Delegado, um minuto, por favor, delegado.

_O que foi em que posso ajuda-lo.

_Lembra-se de mim eu trabalhava na fazenda do prefeito Diomedes.

_Sim claro, eu me lembro de você, desenterramos partes dos cavalos que matou o prefeito.

_Hoje era o meu último dia de trabalho no aras, o advogado do prefeito tinha acertado tudo com agente, isso já faz uns dias, hoje antes de sair, fui dar uma conferida para ver se eu não tinha esquecido nada, ferramentas essas coisas, quando me aproximei da casa do prefeito percebi a porta aberta e um cheiro horrível vindo de lá, pensei em entrar, mas achei melhor chamar os senhores.

_Fez muito bem, iremos lá agora mesmo.

_Vamos na caminhonete, disse o detetive Abderis, cabe todo mundo, o restante vai na viatura policial.

Ambos foram na mesma hora para afazenda do prefeito, o sol já começava a declinar no horizonte, quando chegaram na fazenda a noite tinha chegado, o ambiente escuro da fazenda tinha um ar sinistro, tudo estava escuro, nenhuma lâmpada havia ficado acesa, ao aproximar-se da casa o mal cheiro que o empregado tinha relatado, estava ainda mais forte.

Com lanternas nas mão eles entraram, passo a passo, a sala de estar estava aparentemente normal, não tinha sinal de bagunça e nem de arrombamentos, parte da equipe ficou do lado de fora ao redor da casa, conforme o delegado dirigia-se para a cozinha o mal cheiro aumentava, sua velha lanterna iluminava cada ponto, quando de repente, foi tomado por um grande susto, bem a sua frente estava duas enormes serpentes, o delegado chamou pelos outros.

_O que foi delegado achou alguma coisa.

O delegado estático sem dizer uma palavra, iluminava a terrível imagem a sua frente, a lanterna do detetive direcionou-se para o mesmo local, o suto foi grande, bem a frente deles, cercado por duas cascavéis, estava o corpo do advogado, Busiris, amordaçado com duas, ao que pareciam maças, só que pintadas na cor ouro, colocadas em sua boca.

O delegado chamou o restante da equipe, fotos foram tiradas, na testa da vitima o mesmo nome, Hércules numero três, e o símbolo do signo de Gêmeos, enquanto a equipe retirava o corpo para leva-lo ao necrotério, o detetive sentado em uma cadeira com as mãos sobre o rosto, não creditava, quem menos eles esperavam, o único que não tinha recebido proteção policial, foi a vitima escolhida pelo assassino.

O clima de terror voltou a assolar não só a cidade de Mor, mas todas as cidades circo vizinhas. Essa era a terceira vitima em um mês e nenhuma evidencia foi deixada pelo assassino, nenhuma digital, nada, tudo estava perfeitamente em seu devido lugar, como se o corpo tivesse sido colocado ali cuidadosamente.

Tiago Pena
Enviado por Tiago Pena em 29/01/2015
Reeditado em 29/01/2015
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