Sangue de Corvos - Dante

Demônios, aqueles que se escondem na escuridão em busca de corpos e almas para viver, sempre estarão juntos a nós não importa onde. Uma pessoa com a alma tão suja pode ser possuída quando um demônio o perceber ou até mesmo ser corrompida pela ação do destino, sua alma será devorada e então perderá a soberania de seu corpo. O mesmo não vai nem ao céu ou inferno, porém irá sofrer a tormenta de outras vidas sucumbidas ao Diabo. Seus olhos enegrecem, seus dentes criam pontas afiadas e sua voz muda, se escondendo em meio da dúvida dos sentimentos.

Mesmo lutando e combatendo tal mal, nós não podemos vencê-los, afinal, somos meros pedaços de carne. Pessoas são piores, demônios não chegariam aos pés se comparado a nós, há como ser tão ruim assim? Penso sobre mim, o passado, presente e futuro, paradoxos, paralelos e talvez estrelas. Acho que estou tendo um ataque Epifânio, ou talvez seja apenas loucura mesmo, apesar de ser tão jovem com tudo isso, os céus gotejam pequenos cristais transparentes.

Como podemos pensar nisso? Ah, o passado, eu sei que não terá sentido agora, mas quando você compreender o que estou falando, talvez a mensagem que é levada vagarosamente através do entrelaçamento das palavras seja revelada, o futuro? Que futuro? Olhos, ossos, um lápis ou uma caneta? Grafite ou tinta? O som agudo de apenas uma nota durante o breve minuto junto a um homem alto tocando tal instrumento angelical, segurando uma rosa que raspa contra as cordas, sim, aconteceu.

Como interpretar isso se tudo está tão claro? Se chegaste a tal linha vendo o passar dessas letras negras com uma escrita horrenda, sabe o que acontece, as linhas se acabam mas a história só começa. Ainda se pergunta sobre os demônios? Ou pensa sobre tal ataque psicodélico? Oque pensar cabe a você, mas levar ao caminho certo estão nessas palavras, não, nesses conhecimentos. Agora tudo faz sentido? Ou novamente o subtendimento continua oculto? Essa frase sem nexo tem sentido, mas será que no sentido se encontra o nexo? Deixe para lá se mesmo assim o sentido passa pela sua mente, a resposta não pode ser dita, não há nem mesmo pergunta, certo?

Errado. A resposta está em nós, só que não foi achada a tempo, um suspiro, tempo, sibilo, toque, vento, morte. Respiração, sorriso, visão. A Epifania voltou, somos todos produtos do medo? Somos quem somos por escolha, porém qual a nossa escolha? Sinto cheiro de vida apesar de me sentir tão morto. É como se a caneta movesse sozinha, os sentimentos deixados aqui são eternos ou talvez podem se tornar uma brisa leve de inverno, quem sabe... Depende de quem segue essas frases, bem, agora não há mais o que fazer, se estiver entendido ou não, esse lugar não é para você, ou talvez seja, novamente sem respostas certo?

Agora que olho para a janela vejo o céu coberto por nuvens acinzentadas, finalmente um pouco de luz aparece e entendo... Nós somos os verdadeiros demônios. Porém desfiro essas palavras em seus corpos como navalhas, eu irei viver, profanar todos que entrarem em meu caminho, tentar tirar ouro de carvão e então mostrar para vocês que, EU NÃO ESTOU MORTO!

Corvo Cerúleo
Enviado por Corvo Cerúleo em 27/03/2015
Código do texto: T5185321
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