Sussurros
A luz forte iluminava parte do corredor escuro. A pequena casa como de costume , exalava solidão.Em minha companhia apenas um livro para entreter e distrair, afinal o sono não chegava. O relógio na parede seguia sua sentença eterna, seu barulho era um convite á distração.
Paro logo penso e reflito, nada ouço além de minhas ideias aflorando em minha mente. Ainda era cedo, mas o dia havia sido longo. O livro já me enjoara, a cama era um convite melhor. A casa agora sem nenhuma lâmpada acesa, recebia como única fonte de luz a lua, enquanto as janelas como de costume fechadas, cortinas abertas.
O silêncio do ambiente chegava a ser perturbador, havia o relógio, minha mente, e os sopros do vento, nada anormal. Sombras se formavam nos cantos das paredes, preferi não acender a luz de meu quarto.
Os sopros do vento sempre foram o melhor remédio para ajudar a dormir, bastava sentir o som e contemplar os prazeres de relaxar e descansar. O barulho e a essência do vento da noite silenciosa chegavam cada vez mais perto, parecia querer dizer algo, enquanto arrepiava e gelava todo meu corpo, quase um calafrio na alma.
Toda noite desde que me mudei sempre adormeci sem tentar achar a fonte do suave sopro. Porém esta noite decidi lutar contra o sono, logo antes de me entregar, abri levemente os olhos. Inclinei minha visão a fonte do sopro, ao lado de minha cama um homem de olhos negros, sem vida sorrindo e soprando suavemente minha face, sussurrando ironicamente tenha bons sonhos.