A menina má
Pâmela era doce feito o mel, não via mau em ninguém. Para ela todo mundo era amigo, confidente, confiável. Mas, certa vez foi levada a aprender que isso não era verdade e da forma mais vil possível. Pâmela tinha uma coleguinha que estava sempre ao seu lado, para ela era sua amiga inseparável. Só que Pâmela não sabia que ela a odiava, a queria morta, que morria de inveja de seus brinquedos, de seus pais, da sua vida. E, com o intuito de acabar com os sonhos de Pâmela, ela maquinou um plano sordido. Não contou pra ninguém. Certo dia, Pâmela estava brincando na cozinha. Acendia um fósforo atrás do outro.
A sua coleguinha aproveitou o momento para colocar seu plano em ação. Foi no botijão, abriu o gás e o deixou vazando. Chegou perto de Pâmela e falou:
- Para de acender o fósforo, vamos brincar. Você conta até cem aí acende um. Enquanto Pâmela contava ela saiu pela porta dos fundos correndo. Noventa e nove e cem. Pegou o fósforo, em câmara lenta ela acendeu. Nesse momento, uma labareda de fogo tomou conta da cozinha cobrindo Pâmela. Ela gritou de dor. Em seguida sentiu algo frio tocando-a, e a levando, só não sabia para onde. Tempos depois acordou no hospital, toda infachada, sentiu sua pele queimar de dor, uma dor imensa. Abriu os olhos e ficou feliz ao ver sua coleguinha sentada ao lado da cama.
- O que aconteceu? Perguntou.
- Tentei te matar e você sobreviveu. Ela falou.
Pâmela tomou um susto.
- Eu te odeio! Te odeio!
Sem saber o que dizer Pâmela ficou em silêncio, com medo.
- Vou te matar. E caminhou rumo a cama.
Pâmela gritou e uma enfermeira entrou correndo no quarto. Quando a coleguinha viu a enfermeira entrar, acariciou a face de Pâmela, deixando-a mais aflita. A enfermeira perguntou:
- Como você entrou aqui menina? Você não pode ficar. Saia! Antes de sair, ela chegou perto de Pâmela e falou baixinho:
- Eu volto mais tarde.
Pâmela estava tremendo de medo, cheia de dor quando ouviu a enfermeira dizer:
- Vou te dar um remédio para dormir. Ela gritou:
- Não! Por favor não. Não quero dormir.
A enfermeira fez de conta que não ouviu e aplicou um sedativo. De repente sua vista foi embasando, até que perdeu os sentidos. Pâmela dormiu e nunca mais acordou. Seus país só receberam uma ligação informando que ela havia falecido, tinha cortado seus pulsos. O médico informou que ela não suportou a dor e tirou a própria vida com o vidro do espelho do banheiro.
Mario de Almeida
O poeta Castanhalense