Memórias de um soldado do tráfico- final

oneroso, inspirando cuidados os quais se deve ser tomado nessa situação, seus trabalhos não seriam mais necessários para a quadrilha e ela seria encaminhada novamente para o Brasil através de um vôo com escala na África do Sul.

Patrícia era todo sorriso e suas colegas até animaram em engravidar, tendo como exemplo Patrícia que supostamente esta conseguindo voltar para o Brasil por ter tido um filho. O pessoal da casa de espetáculo fez até uma festinha de despedida reunindo as amigas e sem a presença de clientes. Diego, dono da casa de espetáculo foi o porta voz das pessoas que ali se encontravam, levantou uma taça contendo vinho e em com um sorriso largo e farto brindou, dizendo, olhando para Patrícia: sem ressentimentos menina. Sônia, uma de suas amigas, não estava acreditando muito nessa súbita bondade desse pessoal e está desconfiada com os excessos de mimos e cortesia, vindo dessa gente que só visa lucro e mais nada e de forma repentina se tornaram santinhos. Sônia resolve sondar o que está acontecendo, saindo perguntando um, perguntando outro e dessa forma ela acaba chegando no que parecia ser bastante óbvio para ela, o pessoal da casa de espetáculo estava armando para Patrícia e sua filhinha.

Henrico fica sabendo através de clientes que Sônia estava fazendo perguntas sobre o interesse repentino deles e pelo o tratamento VIP que é dado a pessoas muito importantes o qual Patrícia estava desfrutando. Sônia tenta avisar à Patrícia o que descobriu, mas chega até falar com ela do risco de vida que sua filhinha estava correndo, mas Patrícia não quer acreditar, ela fala para Sônia que o maior monstro do mundo jamais faria mal a uma criancinha indefesa e que ela estava com inveja dela ter conquistado aqueles privilégios e ela não que estava era despeitada. Patrícia já no aeroporto embarca com sua filha para a cidade de Durban na África do Sul, achando conforme haviam combinado com ela o pessoal da casa de espetáculo onde ela trabalhava que faria uma parada rápida em Durban e em seguida pegaria um vôo direto para o Brasil. Não é para sua surpresa que quando da sua chegada em Durban já havia uma equipe de pessoas no aeroporto aguardando-a, dizendo que estavam ali para ajudá-la com o seu bebê, nem com com esse exagerado de assédio Patrícia não despertou para o que estava ou poderia acontecer com ela e sua filha. Havia dois carros a aguardando no aeroporto, Patrícia foi num carro e sua filhinha foi num outro. A caminho do hotel ela deu falta da sua filha e Marcos que se encontrava dirigindo o carro disse-lhe que estava tudo bem e quem sua filhinha estava muito bem no outro veículo que não era para ela se preocupar, a filha de Patrícia foi direto para a clínica Santo Agostinho nessa cidade de Durban, onde uma equipe médica já apostos para fazer o transplante de coração para criança do rico industrial alemão já a aguardava.

Infelizmente, a filha de Patrícia foi assassinada por muito dinheiro extraíram o seu coraçãozinho que batia inocentemente e ali mesmo na clínica já o transplantaram na outra criança cujo pai é milionário. No quarto do hotel Patrícia queixa-se da demora da sua filha que ainda não tinha chegado àquele hotel luxuoso com o pessoal que está com ela, o telefone da suíte toca e Eliomara membro da quadrilha se apressa em atender, do outro lado Alissom fazendo, conforme o combinado entre eles da quadrilha pede que Eliomara chame Patrícia ao telefone para lhe dar uma notícia que não seria muito boa para ela sobre sua filhinha, Patrícia atende ao telefone toda apreensiva já pressentindo que alguma coisa errada estaria por vir, Alissom lhe comunica que aconteceu um acidente de trânsito e que sua filha não suportou os ferimentos, chegando a ser socorrida na clínica Santo Agostinho, mas veio a falecer. Patrícia se desmancha em prantos e pede que Eliomara a leve o mais rápido possível até clínica para ver a menina. Patrícia não acredita no que acabou de ouvir, agora que tudo parecia dar certo em sua vida perde a sua filha de forma brutal, vítima de acidente de trânsito versão contado pela quadrilha a ela. Patrícia seguindo sugestão de Eliomara irá fazer o enterro de sua filhinha naquele país, mas Patrícia começa a pensar no que Sônia falou para ela a caminho do aeroporto para África do Sul e pede que seja feito um exame de autópsia no corpo da criancinha. Eliomara mais do que de pressa providencia os exames que serão feitos pela a equipe médica que tem um conchave com a quadrilha. De posse desse exame cadavérico Patrícia se sente mais aliviada, como se retirasse dos seus ombros aquele sentimento de culpa a princípio lhe passado por Sônia, vindo o laudo pericial constatar que a menina veio a falecer em virtude de traumatismo craniano em conseqüência de um grave acidente de automóvel.

A quadrilha providenciou tudo para a Patrícia, custearam o enterro, houve uma missa de corpo presente realizada por um padre católico, em si o velório da menina foi muito pomposo e bastante convincente. Patrícia dizia-se muito emocionada e agradecida pelo o que eles estavam fazendo por ela e sua filhinha agora morta e que ficaria eternamente grata pelo o tratamento a ela dispensado nesse momento muito doloroso e difícil de sua vida.

Eliomara não via a hora de o funeral acabar e de despachar o mais rápido possível Patrícia para o Brasil, como forma de a quadrilha de encobertar o crime praticado em nome de muito dinheiro e desprezo pela a vida alheia, prevalecendo os seus próprios interesses acima de tudo.

Finalmente, para a alegria da quadrilha, após os acontecimentos Patrícia resolve voltar para o Brasil o que para os meliantes dava a sensação de impunidade e de um crime perfeito.

Já no Brasil Patrícia volta para o seio de sua família e grata pelo o tratamento lhe dispensado pelos os bandidos, promete-lhes não ir à polícia denunciar os negócios escusos da quadrilha.

Fábio o chefão da quadrilha que continua preso no sistema carcerário de Bangu 1 fica sabendo da sucedida operação feita pelo o grupo com relação ao transplante feito na cidade de Durban na África do Sul e fica orgulho de trabalhar com gente com tamanha dedicação, empenho, frieza, coragem e de terem compromisso com o resultado satisfatório em prol da organização, mas Fábio na prisão enfrenta dias difíceis se vê cercado por um delator, um dos agentes penitenciários, Rubens estava devendo um dinheiro muito alto para um dos detentos de Bangu 1 que é líder do tráfico de drogas onde o agente mora na cidade de Vigário Geral e esse já tinha dado ordens a seus comparsas que se encontravam fora do presídio para matá-lo caso ele não saldasse o que devia junto à quadrilha dentro de dez dias. Mas, Rubens foi mais esperto e viu uma única saída para o seu problema que era de eliminar o chefão como forma de não pagar a dívida. O problema era como eliminar o Silvinho da boca, já que ele se encontrava preso no sistema prisional o qual o agente trabalha. Rubens por alguns minutos ficou rindo sozinho, achava que tinha encontrado a resposta para a suas aflições, ele iria espalhar dentro do sistema carcerário que havia um X9 entre eles, na linguagem dos detentos, traidor, informante da polícia que pela lei dos presos a pessoa paga com a própria vida por ser delator de presos e contava que essa informação chegasse até Fábio, um dos grandes líderes sanguinário da cadeia, assim naturalmente ele o procuraria e lhe falaria que o Silvinho da boca é o grande traidor que comia e bebia entre eles.

Tudo aconteceu do jeitinho planejado por Rubens, a notícia correu de boca em boca e rapidamente chegou aos ouvidos de Fábio que logo procurou por Rubens para que ele o informasse o nome do traidor, Rubens se fez de desentendido e de que não sabia nada do que estavam comentando no interior do presídio, mas ficou de sondar alguns colegas, presos e que iria se esforçar ao máximo para lhe dar essa informação. Rubens pediu uma semana de prazo para levantar essa informação, mas Fábio achou que era muito grave o que estava acontecendo no meio deles e deu a Rubens dois para que ele lhe levasse a informação sob pena dele sofrer uma represália por parte dos presos quando andasse no meio deles ou no bairro o qual morava. Rubens estava gostando dessa preocupação de Fábio em saber o mais rápido possível o nome do traidor, antes de vencer o prazo dado por Fábio, Rubens levou apenas um dia desse prazo para lhe falar que o informante da polícia era o Silvinho da boca. Fábio ficou surpreso e custou a acreditar no que ouvia já que o Silvinho da boca era considerado um de seus grandes irmãos e compadre, mas mesmo assim, a vida dele já estava selada.

Silvinho da boca começou a ficar meio cismado com o pessoal da prisão, quando ele chegava para conversar com os seus companheiros, eles se afastavam, alguns iam saindo de fininho como se ele tivesse alguma doença contagiosa, Silvinho começou a ficar cabreiro e meio cismado com a turma, recorreu ao seu grande irmão Fábio queixando -se do que estava acontecendo com ele atualmente, mas Fábio lhe dava tapinhas nas costas e dizia para que ele não se preocupasse, pois deveria ser uma outra liderança que deveria está surgindo, talvez por isso nessa indecisão de qual partido tomar as pessoas estavam procurando não demonstrar por enquanto as suas afinidades, achando que assim iriam se livrar de futuros problemas, mas nós sabemos que não, não é Silvinho! Abraçando-o e com a mão direita fazia um gesto carinhoso em sua cabeça, cá parara nós, não é Silvinho, se o cara roer a corda com a gente ele está na vala, você concorda ou não concorda comigo, dando-lhe um beijo no rosto, repetindo gesto novamente, passando a sua mão direita de forma carinhosa pela cabeça de Silvinho da boca desarrumando o seu liso cabelo. Não demorou muito tempo Fábio e seus comparsas planejaram a morte de Silvinho da boca, arrumaram uma chave extra com um carcereiro de nome Beto pela a quantia de dez mil reais e quando foi 02h00 da manhã abriram a cela onde se encontrava Silvinho da boca, o arrastaram para fora da cela, colocando-o no corredor dando-lhe uma pancada na cabeça o qual ficou meio tonto, colocaram colchões sobre o mesmo e atearam fogo, Fábio enquanto via seu grande irmão queimar falava: da família ou não aqui não tem lugar para X9 e que isso sirva de exemplo e desencoraje os futuros delatores, porque se nós descobrirmos terá o mesmo fim.

Rubens nesse dia do assassinato do Silvinho da boca não se encontrava trabalhando, ficou sabendo do ocorrido através de um telefonema dado por Flavinho um dos seus colegas de trabalho. Com esse telefonema e confirmação da morte de Silvinho da boca, Rubens foi até ao bar do senhor Zequinha que ficava uns poucos metro de sua casa, gastando uns dez minutos para se chegar até ao local. Nesse dia Rubens deu uma de pagão, ofereceu a primeira rodada de cerveja por sua conta, as pessoas que conviviam com ele há bastante tempo estranharam essa sua atitude, porque muitos que estavam ali e o conhecia muito bem, sabiam que isso não era do seu feitio ser pagão e que alguma coisa muito importante aconteceu em sua vida, como não era de seu costume fazer aquilo muitos acharam que ele estava ficando louco. Alguns amigos mais chegados lhe perguntaram qual era o motivo de tamanha generosidade, ele se esquivava dizendo que encontrou a mulher de sua vida pela a qual estava comemorando a noite inesquecível que ele teve com ela, seus amigos não acreditaram muito nessa sua justificativa e o deixaram pra lá, e passaram a apreciar a bebida já que era de graça e não era todo dia que acontecia de alguém encontrar a mulher de sua vida e comemorar com os amigos dessa forma grandiosa. Rubens bebeu tanto para comemorar a morte de Silvinho da boca que saiu carregado pelos os colegas desmaiado para um hospital para ser medicado, pegando dois dias de atestado médico, ficando assim dois dias sem trabalhar.

Quando retornou ao trabalho estava todo sorridente pra Deus e ao mundo, parecia estar abobalhado, alguns amigos de serviço diziam-lhe que a bebida não tinha passado ainda o seu efeito pelo seu tamanho entusiasmo no trabalho.

Rubens com o passar dos dias achou que estava livre da dívida com o Silvinho da boca, mal sabia que quem assumiu o comando do bando foi lagartixa, um dos mais sanguinários membros da quadrilha, esse com tendência ao canibalismo, quando ia cobrar alguma dívida de droga fazia questão que seus colegas de bandidagem segurassem as vítimas e com um canivete como se fosse descascar uma laranja arrancava um pedaço do corpo delas de preferência as das nádegas e saboreava o pedaço de carne na frente delas, em detrimento as suas lágrimas, dor, gemidos e o sangue descendo insistentemente, algumas precisando a se submeter a suturas em prontos socorros, mas sem denunciá-los à polícia. Inventavam quando eram perguntados pelos os médicos o que havia acontecido para perderem um pedaço da carne das nádegas, respondiam com evasivas, justificando em vão, tentando convencer médico que foram atacadas por cachorro, o qual a boca é completamente diferente de um corte feito por um objeto corte-contuso. Médicos faziam-se de desentendidos para não terem problemas com traficantes.

Marquinhos usuário de droga, amigo de Rubens, contraiu uma dívida impagável para ele junto à boca do tráfico, enquanto Silvinho da boca estava no comando, Marquinhos ia negociando com ele, servindo de “avião”, ou seja, fazendo algumas entregas a clientes de Silvinho da boca e em troca não se cobrava à dívida, ia-se a enrolando, mas com lagartixa as coisas mudaram da água para o vinho e ele deu a Marquinhos dez dias para pagar a dívida de R$20.000,00 (vinte mil reais), no entanto para quem trabalha como lavador de carro em posto de gasolina, ganhando um pouco mais que dois salários mínimos, não tem como ele pagá-la no prazo determinado. O prazo dado por lagartixa vence e Marquinhos vai até ele tentar negociar, oferecendo-se para fazer algum tipo de trabalho ou prorrogação de um prazo maior, mas sem sucesso, lagartixa lhe pergunta se ele sabe jogar cartas. Marquinhos responde que mais ou menos, lagartixa o convida para ir a sua casa no morro para jogar uma partidinha de baralho e se ele ganhasse à dívida seria perdoada. O encontro dos dois foi marcado para a noitinha, às 21h00. Marquinhos chegou à casa de lagartixa todo esperançoso, confiante e sorridente, acreditando que a sorte estava ao seu lado por ele ter passado antes num candomblé e explicado ao pai de santo os apuros pelo os quais estava passando no momento e este lhe orientou quando em transe, ou seja, possuído por um guia, espírito de alguém que já morreu, mas que volta a terra para fazer o bem ou o mal, segundo crendice dos freqüentadores desse segmento religioso, ele teria que encher um barquinho miniatura de oferendas composta de frutas, vinho e um frango assado ao guerreiro Xangô como forma de simpatia, credibilidade e fé, soltando esse barquinho no mar ou num rio para que o santo lhe ajudasse nessa sua empreitada. O pai de santo lhe deu um patuá, um amuleto da sorte em forma de correntinha em que na ponta continha uma estrela de cinco pontas com as extremidades de pontas longas, acima uma ponta e abaixo duas pontas assemelhando-se a Jesus crucificado.

Com tanta proteção Marquinhos se achou imbatível e foi para a prova de fogo no apartamento de lagartixa. Começa o jogo e Marquinhos ganha duas partidas seguidas, fica eufórico, o trato feito com lagartixa ele teria que ganhar sete partidas seguidas ou não, tendo um dia e uma noite para fazer isso, Marquinhos ganha a terceira partida seguida e fica mais confiante ainda, pega o seu amuleto, o agarra, beija-o com bastante fervor, mas a sorte de Marquinho depois dessa demonstração de fé parece ter irritado lagartixa que vira o jogo se utilizando trapaças com cartas colocadas sob a mesa, escondidas na meia e dentro da bermuda e consegue empatar a partida para o desespero de Marquinhos, lagartixa já esta com duas vitórias a sua frente e com isso Marquinhos começa a invocar o seu pai Xangô para não abandoná-lo, mas parece que de nada adiantou e Marquinhos continuou a perder sucessivamente, lagartixa diante do seu desespero passou a lhe oferecer cerveja alternando algumas vezes com cachaça mineira que segundo lagartixa era um afrodisiádico, combinação essa que foi fatal para uma embriaguez desastrosa para Marquinhos. Cada vez mais Marquinhos ia se afundando nas cartas e na bebida, quando Marquinho já não raciocinava muito e completamente embriagado, falando arrastado, cambaleando, mal conseguia para sobre suas próprias pernas, as palavras saiam em forma de murmúrios, lagartixa lhe falou que ia ter relação sexual com ele, Marquinho num raro momento de sobriedade respondeu-lhe, aqui não! Eu não sou “bicha” o meu negócio é mulher e que estava bêbado, mas nem tanto assim. Lagartixa continuou a dar-lhe bebida, pois ele ainda não estava no ponto, enquanto Marquinhos bebia lagartixa passava as costas da sua mão em seu rosto e pelo o peito de Marquinhos que, às vezes, conseguia retirar a mão de lagartixa de seu corpo, mas com o passar das horas Marquinhos já completamente alheio à realidade, não resiste mais às provocações e inconscientemente torna-se passivo na relação sexual com lagartixa, após o ato Marquinhos desmaia, tendo o seu ânus dilacerado e ensangüentado pela violência da conjunção carnal desferida por lagartixa durante a relação sexual com Marquinhos, suas costas continham várias mordidas que roxearam, suas nádegas tinham as marcas dos tapas violentamente dados por lagartixa feita durante a relação sexual doentia. Nisso aflora os instintos canibais de lagartixa, que vendo o seu parceiro nu a sua frente, complemente indefeso bate-lhe um desejo imenso de comer a sua carne humana, de sentir de verdade, saborear e ter dentro de si, sendo espalhado pelo o sangue por toda à parte do seu corpo o sexo jamais experimentado na sua forma mastigável, consumível, compartilhando com cada órgão, com cada músculo, deixando o cérebro materializar em tocar o prazer do sexo e para isso precisava comer o pênis de Marquinhos, com uma faca de cozinha ele corta o pênis de Marquinhos ainda vivo, frita-o com óleo e come regado a vinho tinto sentado a mesa da cozinha, ainda coloca um pedaço do pênis frito na boca de Marquinhos que meio desacordado mastiga o seu próprio membro sexual sob as palavras de lagartixa que lhe diz no pé de ouvido que é bom ele comer para melhorar, curando da bebedeira.

Marquinhos depois de ter seu pênis decepado e comido por lagartixa, se desperta na sala e meio atordoado vê-se encharcado de sangue e pergunta-lhe com voz meio embolada o que ele tinha lhe feito. Lagartixa dá-lhe um golpe na cabeça com uma garrafa, ficando só o gargalo em sua mão, Marquinhos fica desacordado, lagartixa o arrasta para a cozinha e o pendura pela nuca num gancho lá existente e com a faca que havia cortado o seu pênis, clava-a em seu tórax próximo ao pescoço, Marquinhos solta um gemido e dá um repuxo no corpo o que não intimida lagartixa que vem puxando a faca, abrindo-o como se fosse um animal, retirando o seu coração, fígado, músculos das diversas partes do corpo, os olhos que iria comê-los regados a uma cachacinha mineira, guardando tudo na geladeira e o restante do corpo enterrou no fundo do seu quintal.

Depois dessa atrocidade, lagartixa voltou-se para cobrar a dívida de Rubens que achou que ia se dar bem com a morte de Silvinho da boca, mal sabia o que o aguardava. Lagartixa através de um dos seus companheiros de crime Miguelzinho, manda recado a Rubens, dizendo que queria encontrá-lo para conversar de assunto de seu interesse.

Rubens de bobo não tinha nada, pois sabia que não tinha nada que pudesse ser de seu interesse ainda com lagartixa. Rubens tem certeza que o assunto é sobre a sua dívida e tenta dar uma de esperto para cima de lagartixa, tentando armar uma armadilha para ele, utilizando-se do anonimato para fazer uma denúncia junto à polícia, mas nesse dia da denúncia ele estava trocando caricias com Carla em um barzinho, ela uma das mulheres de lagartixa. Rubens cheio de chamego com Carla, fala-lhe que iria fazer uma brincadeirinha com um amigo, ligando para central de polícia com Carla ao seu lado e pior, ouvindo tudo que ele dizia ao telefone, relatando para a polícia que na rua das Camélias, número 33 existia um ponto de refino e comércio de distribuição de drogas com grande quantidade de armamento sofisticado.

A polícia militar imediatamente monta uma mega operação com utilização de helicóptero, cães e com uma grande quantidade de homens, faz-se o cerco da casa denunciada, menores que trabalham como vigias em cima de lajes da favela ao avistarem o comboio da polícia dão o alarme para os bandidos soltando foguetes. Houve troca de tiros entre a polícia e os marginais, dos quinze bandidos que se encontravam na casa apenas cinco foram presos com vida, os outros dez não tiveram sorte e morreram, mas os cincos que ficaram vivos tinham diversos ferimentos, três desses vivos estavam gravemente feridos a bala, desses três um estava com a bala na cabeça, ficando sete dias internado no pronto socorro vindo a falecer, os outros dois com escoriações generalizadas pelo o corpo. Todos esses feridos foram socorridos pela própria polícia que os encaminharam ao pronto socorro.

Quando Rubens ficou sabendo da grande baixa entre os bandidos ficou eufórico e ansioso para saber se entre eles estava o lagartixa, mas no momento da incursão da polícia lagartixa para o azar de Rubens não estava na casa. Rubens ficou meio preocupado e apreensivo, mas tinha certeza que iria sair ileso dessa, sem nenhum arranhão, pois se achava muito esperto, na sua convicção ninguém desconfiaria dele por não saberem ser ele o delator para a polícia. Rubens esqueceu de Carla, achando que a mulher estava caidinha e morria de amores por ele, o que lhe fazia sentir-se muito seguro e protegido em relação a ela. Carla fica sabendo que entre os mortos pela polícia estava Lucas seu irmão mais novo, onde ela nunca imaginou que ele poderia estar envolvido com drogas, ficando sabendo daquela forma trágica, ela diz para si mesma que quer vingança, ela poderia ter evitado esse acontecimento por saber que a denúncia feita era contra o grupo de lagartixa. Ela conscientemente queria que lagartixa morresse, ele a tratava muito mal, a espancava em qualquer lugar que estivesse não se preocupando com as pessoas olhando, torturava-a quando sentia ciúmes dela, queimando-a em qualquer parte do seu corpo com a ponta de cigarro, ela queria vê-lo morto, mas o que ela viu foi seu irmão. Como lagartixa não estava entre os mortos ele só poderia estar escondido num lugar acima de qualquer suspeita, na casa do delegado da polícia civil doutor Flávio e ela foi ao seu encontro.

Toca a campainha da casa do delegado e o próprio lagartixa com uma latinha de cerveja na mão atende a porta, ele já sabendo do ocorrido lamentava a morte dos companheiros inclusive mais especialmente pelo o irmão de Carla com a qual mantinha de vez enquanto uma relação amorosa. Lagartixa tinha informações de que alguém os delatou para a polícia, mas não sabia quem e Carla movida pela vingança cega lhe leva essa informação, entregando Rubens de bandeja para ele como o homem que os entregou para a polícia. Carla explica para lagartixa que estava em um bar próximo de Rubens e ouviu ele dizer que queria fazer uma denúncia, ela justificou-se que nunca passaria pela sua cabeça que seria contra o seu grupo, mas sim contra um grupo rival, por isso não deu tanta importância já que Rubens tinha um bom relacionamento com ele.

Lagartixa com cede de vingança reúne dez comparsas e passam a caçar Rubens, eles se dividem pelo local onde Rubens mora na favela de Vigário Geral começam a procurá-lo e a perguntar aos moradores por ele. A comunidade ficou assustada com tantos homens a procura de Rubens, sabiam que o negócio não estava bom para ele. Fraldão um dos amigos de Rubens encontra-o e o alerta para o perigo que estava correndo, pois estava sendo procurado como um bicho. Rubens se achando esperto e com um sorriso farto vai à procura de lagartixa e o encontra dizendo que soube que ele estava o procurando e por não temer nada, porque tinha a consciência tranqüila que não tinha feito nada para prejudicar ou desagradar o amigo e que ali estava em sua presença de corpo e alma para que se fosse o caso explicar algum mal entendido, caso houvesse, ele tinha certeza que não havia.

Lagartixa cego de tanto ódio sacou a arma que carregava na cintura e a aponta para Rubens que arregala os olhos, ficou estarrecido, paralisado e sem argumentação, parecia não acreditar no que estava acontecendo e quando tentou murmurar alguma coisa levou dois tiros certeiros na testa. Rubens depois de cair para trás morto, lagartixa pede um galão de gasolina a anjinho um dos seus comparsas e ateia fogo naquele corpo ali caído e em seguida cospe, indo embora sem dizer uma palavra se quer.

Fábio na prisão fica sabendo do acontecido com Rubens e acha o que ele teve foi bem merecido e de bom tamanho. Mas, para Fábio na prisão as coisas não andavam bem, o regime disciplinar diferenciado (RDD) o está deixando psicologicamente atordoado, angustiado, frustrado, apático, porque não tem acesso a visitas íntimas, não tem televisão, rádio, jornal, livro, telefone públicos ou particulares, só pode tomar uma hora de sol e as celas são individuais o que é uma tremenda tortura psíquica, fisicamente ele está bem. Fábio através de seus advogados tenta agenda com uma grande rede de televisão uma entrevista no sentido de sensibilizar as autoridades para o seu problema dentro da cadeia, após a reportagem seus advogados entram na justiça e conseguem que um juiz corregedor autorize a sua remoção para um presídio com menos rigor o que gera uma insatisfação muito grande junto à sociedade e no próprio governo estadual que através dos seus procuradores públicos conseguem mantê-lo na cadeia sob o regime de RDB.

Assim, Fábio vai ter que se contentar a passar o resto dos seus dias nessa prisão, dessa maneira termino as minhas memórias. Ah! A propósito, meu nome é Luiz, eu consegui a felicidade de ser ajudado por pessoas voluntárias que fazem obras sociais junto à favela, através deles consegui sair a tempo dessa vida, hoje sou um respeitável policial.

luiz remidio
Enviado por luiz remidio em 25/05/2016
Código do texto: T5646243
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