Madrugada

 
            Já é tarde, três da manhã, ela levanta da cama, depois de um pesadelo. Olha pela janela e vê a estrada vazia, apenas preenchida pelo silêncio. Coloca seu roupão e desce as escadas com suas pantufas, abre a porta e apaga as luzes do corredor.
            A rua acaba sendo um refúgio, onde os pensamentos se libertam. Seu caminhar atrapalhado não é notado por ninguém, suas risadas se perdem na escuridão.
            Caminhava como se não houvesse rumo, ela vê um banco e nele se senta. Observa os todos os prédios que preenchem o horizonte. Assusta-se ao ouvir um ruído, que acaba com toda aquela tranquilidade. Olhos arregalados, mãos suando, frio.
            Ela levanta-se e corre para um atalho, um caminho mais próximo de casa, mas lá deparasse com um reflexo na janela, um homem correndo atrás dela, correndo tão rápido quanto. O desespero de ver aquela sombra enorme se aproximando.
            Seus gritos se prendem ao medo, o homem a segura pelo braço. Está escuro, ela tenta ver seu rosto, mas não consegue. Uma faca toca seu pescoço e seus movimentos sessam.
            Ele está carregando-a agora, para um lugar escuro, talvez sua casa. Dentro de uma sala pequena, ela desacordada, é amarrada. E ele, sai.
            Ela acorda, olha ao redor e distingue o sangue que mancha as paredes, cordas e um colchão. Tenta desesperadamente soltar suas mãos, mas não há nada que possa fazer, quando se dá conta, ouve os passos do homem descendo a escada a sua frente.
            Em meio ao choro o homem coloca a mão sobre os lábios dela e se aproxima, beijando sua bochecha e sorrido para ela. Ao ver seu rosto, o choro aumenta cada vez mais, é ele, o procurado por tantos assassinatos de jovens mulheres.
            O surreal parecia não ser verdade, queria acreditar que tudo aquilo não passava de um tremendo pesadelo. Grita e grita com todas as suas forças até ver novamente a faca do sujeito.
            Ele não demonstra reação, parece cada vez mais satisfeito com a situação, tira as roupas dela e começa a passear com a lâmina por seu corpo. Encosta sua faca no pescoço da moça...
            Já é tarde, três da manhã...

Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 28/07/2016
Reeditado em 02/08/2023
Código do texto: T5711768
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