Sombras da Morte

Aquela cidade parecia abandonada. Ruas vazias, casas abandonadas, e os poucos habitantes que ainda viviam naquele vilarejo, mantinham suas janelas lacradas, isolando-se de tudo e de todos.

Madredeus era um vilarejo que sempre fora cheio de vida, fora famosa por conta da religiosidade de seus habitantes. Porém há alguns meses, sua rotina vinha mundando.As pessoas estavam aterrorizadas pelas coisas estranhas que vinham acontecendo. Isso tudo, porque um rastro de morte se alastrou pelas ruas. A última coisa que se via, ao anoitecer era uma sombra que atraía as pessoas e as devorava na escuridão. Depois disso, se ouvia um murmúrio de dor, e no outro dia, encontrava-se um corpo nu e dilacerado, sempre de uma mulher.

O chefe da polícia local, Ruan Perez, já estava na investigação há dias, e a única pista que tinha era que o assassino tinha preferências por mulheres, e que só se viam uma sobra antes de se ouvir um grito da vítima.

Mercedita era uma garota atraente de 25 anos, e esteve perto da morte. Numa noite quando voltava de sua faculdade percebeu que estava sendo seguida, e quando menos imaginava, recebeu um golpe forte em sua nuca, que a fez desmaiar. Quando acordou estava em uma espécie de galpão abandonado, a única coisa que conseguia ver era à sombra de uma pessoa. Aproveitou um momento de distração do estranho, e fugiu pela janela. Quando deu queixa do incidente, o chefe de polícia a alertou da situação de três jovens que já a haviam sido encontradas mortas.A cidade estava em alerta. Tratava-se possivelmente de um psicopata. Suas vítimas eram mulheres aleatórias.

Não tinham aparentemente nada em comum, e o crime estava se tornando uma incógnita.

Em conversa com Mercedita, Perez pediu que ela ajudasse a policia local a pegar o meliante. Ela teria que atrair o assassino enquanto a polícia estaria em alerta por trás dela. Mercedita de início se recusou a participar da operação, mas Perez garantiu que nada aconteceria com ela, pois ela teria respaldo de seus subordinados. Depois de muito insistir, Mercedita aceitou a participar da ação da polícia.

O plano seria executado naquela mesma noite. Mercedita estava muito sensual, vestia uma camiseta vermelha e uma saia preta até os joelhos. A polícia estava por perto mais não se via nenhum rastro da mesma. Ao longe se via a sombra de uma figura estranha se aproximar lentamente daquela suposta vítima. De repente a figura se mostrou agarrando por trás Mercedita e arrastando-a por um beco. Imediatamente a polícia foi ao seu encalço. Porém era tarde demais. O corpo de Mercedita foi bruscamente separado de sua cabeça, e o assassino ainda teve tempo de escrever antes de sumir na escuridão: “TOLOS SÃO AQUELES QUE AINDA ACREDITAM NA REDENÇÃO DO SER HUMANO. A PURIFICAÇÃO APENAS ESTA COMEÇANDO”.

Ruan sabia que aquilo era apenas o começo. Ao longe ainda pode ver o arrastar de uma sobra negra pelas ruas de Madredeus.

Priscila Canedo
Enviado por Priscila Canedo em 25/07/2007
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