A Historia de Lúcifer

Era um dia chuvoso e dona Maria de Lurdes houvera de interar seu nono mês de gestação. Uma gravides complicada de um menino que mais parecia uma fera querendo rasgar a barriga da mãe e dizer olá o mundo. E nesse dia chuvoso ele não estava mais aguentando, queria sair. Seu esposo, Senhor Francisco a levou mais que depressa para o hospital dá cidade. Foram imediatamente atendidos. Houve pressão na espera por notícias de sua esposa da parte do sr Francisco, isso já era esperado já que era o primeiro filho deles, os dois estavam nervosos.

Estava demorando, eles haviam entrado as 20:00 e já era mais de meia noite, e nada de notícia, e nada da chuva passar. Sr Francisco só podia pensar no pior. Com o hospital quase vazio se não fosse pela recepção e a sala de cirurgia onde sua esposa estava, o silencio pairava, quando num susto senhor Francisco viu a porta se abrir, era o médico, com notícias da operação.

-Senhor Francisco, seu filho passa bem, porém sua mulher está num estado muito delicado, fizemos o possível para estabilizar a situação, mas o possível foi pouco, sinto muito, ela não vai durar muito.

- Doutor, minha esposa vai morrer?

Francisco estava em choque: por dentro acontecia uma tempestade e por fora não se via reação, ele já estava sofrendo pela morte de sua esposa mais não queria acreditar, por isso fez uma pergunta que já havia sido respondida, para ter total certeza.

- Sinto muito, mas receio que sim, ela ainda está consciente, dá tempo o senhor se despedir.

Francisco entrou na sala. Lá via sua esposa moribunda de um lado e sua criança recém-nascida do outro, enquanto uma começara a vida, a da outra estava no fim.

- olá meu amor- falou dona Lurdes, com uma voz baixa e cansada

- snif... meu bem, não me deixe.

- Estarei sempre com você e com o nosso filho

- snif...snif...

- Cuide bem do nosso filho.

- snif... Que nome vamos dá-lo?

- Já viu como ele é bonito, parece um anjo que caiu do céu, isso, um anjo caído, Lúcifer vai ser seu nome.

- Lúcifer? Mas por quê? – Perguntou Francisco cheio de dúvidas, porem dona Lurdes faleceu sem responder.

Essas foram as últimas palavras de dona Maria de Lurdes, não foram marcantes como as de Getúlio Vargas, mas marcaria o pobre menino por toda vida. Seu Francisco sem uma explicação para esse nome, ao ver sua esposa falecer diante dos seus olhos, só teve uma única reação, desespero: E ele chorava desesperadamente, parece que assim como a carga elétrica paralisa nossos nervos, o estado de choque que ele estava parecia ter paralisado os sentimentos até então, e quando voltaram foi com todo o peso da perda. Senhor Francisco estava amaldiçoando todo mundo, inclusive a criança que era seu filho, e decidiu de vez que, será Lúcifer seu nome.

O tempo foi passando desde o acontecimento, logo a pequena cidade de Santa, no interior do Ceará foi crescendo, à medida que Lúcifer também crescia. Naquele tempo santa era uma cidade recém emancipada, nos dias de hoje já é um dos principais centros comerciais e turísticos do estado. Era uma sociedade religiosa, de culto a várias santas.

Havia nela o templo de todas as santas, um enorme monumento onde tinha um altar para várias imagens santas, todas do sexo feminino. E a padroeira da cidade, não era nada mais nada menos que Maria, mãe de Jesus. Vinham pessoas de todo mundo venera-la. Seu monumento de quase 30 metros de altura, podia ser visto de toda a cidade, e todo sábado e domingo havia missa, na capela de nossa senhora. Uma sociedade pacifica, que já se elevou sendo grande, sempre teve grande comercio turístico.

Nessa cidade, não exatamente dentro dela, mas um pouco distante, era onde Lúcifer morava. Todos por lá o conhecia, e todos o temiam e mantinham distância. Achavam que ele era o anticristo, sendo assim desde criança discriminado. Já tentaram mata-lo, pela sorte que ele sempre tivera em sobreviver, começaram a pensar que o diabo em pessoa o protegia. Ele tentava ser uma criança normal, e viver normalmente, porém ninguém normal se chamava lúcifer. Quando criança brincado no parquinho da escola, derrubou sem querer seu coleguinha, um acidente de criança, sempre acontece nas melhores brincadeiras, mas só por ser quem é, começaram a difamá-lo como se fosse o próprio demônio, não só seus colegas, mas até os professores. Seu pai foi chamado na escola e os pais do aluno ferido também. Lúcifer esperava do lado de fora, quando seu pai saiu dá diretoria, veio aquela figura nobre e serena que ele sempre fora.

- Tudo bem?

- Sim papai.

- Olha Lúcifer, tome mais cuidado nas brincadeiras, essas pessoas não gostam muito dá gente, e só querem um pequeno motivo para nos ferrar. Tudo bem?

- Sim papai.

Lúcifer como era uma criança inocente, não conseguia entender porque as pessoas não gostavam dele; ele era um bom menino, educado e não fazia mal a ninguém. Sua infância foi solitária, sem nenhum amigo ou amiga. Ele nem imaginava que o culpavam pelos estranhos acontecimentos na cidade, tipo morte de animais, mas como Lúcifer era só uma criança não tinham como incrimina-lo. As pessoas só viam o mal nele, não viam quão bom ele era.

Lúcifer era por incrível que pareça católico assim como o pai, ele ia para missa todo sábado, e todos o olhavam com desdém. Padre Lutero dizia, que como um bom sacerdote não podia renegar um bom filho de Deus, mesmo ele tendo um nome do mal.

-Não se deves jugar por aparência- dizia ele-

Pois quem fala de seu irmão ou julga seu irmão fala contra a lei e a julga. Quando você julga a lei não a está cumprindo, mas está agindo como juiz. Há apenas um legislador e juiz, aquele que pode salvar e destruir. Mas quem é você para julgar o seu próximo?

Tiago 4:11-12

Enquanto podre dava seu testemunho podia-se ouvir cochichos, de velhas beatas, que pelo o que parece, já se imaginavam salvas ao lado do senhor. Quando tudo terminou e a igreja foi se esvaziando, o padre Lutero foi falar com Lúcifer.

-olha se não é o menino Lúcifer, está cada dia maior.

- sua benção padre!?

- deus te abençoe meu filho.

- gosto muito de ouvir a palavra do senhor, você é o melhor padre.

- que nada meu filho, eu que me sinto honrado em vê-lo ouvindo. Olha Lúcifer, sei que meu filho passa por coisas terrível por esse nome, mas tenha a certeza que isso é uma provação de Deus, que ele botou em seu caminho, e com certeza é por uma boa causa. Então continue sendo sempre esse bom menino que você é.

Lúcifer balançou a cabeça concordando. Seu pai pediu para que o menino fosse embora sozinho, pois ele tinha que passar no comercio para fazer umas compras antes de ir para casa. Era sempre um perigo Lúcifer andar sozinho, mas até seu pai acreditava que o diabo o protegia. Sempre aparecera doido querendo mata-lo, mas ele sempre escapava, porém dessa vez se pós no seu caminho uma figura estranha, usando máscara, e vestindo o que parecia uma capa cobrindo todo o corpo. Lúcifer dessa vez tinha certeza de sua morte, até agora só fôra atacada por pessoas, porém não acreditara que aquilo era uma pessoa: não tinha como ser. Então ele foi se aproximando, e o pobre menino Lúcifer, estava de pernas bambas, não conseguia nem correr. Ele abriu um pouco a capa e em sua vestimenta de dentro, mais exatamente na frente, começando do pescoço e indo até o fim da barriga, encontrava desenhado uma cruz invertida. Se já estava assustador para Lúcifer aquela mascara, que mais parecia uma mortualha, naquela hora tinha ficado ainda pior. Então a coisa só disse, com uma voz não humana:

Você é o escolhido

Lúcifer não estava entendendo, e então ele apontou para o lado e quando Lúcifer olhou, só conseguiu fazer uma única coisa, o que qualquer ser humano faria: gritar. Gritar desesperadamente. Ele não acreditava no que estava vendo, algo brutal, feito apenas por pagãos do norte europeu. A águia de sangue, uma das piores mortes que você possa imaginar e pior de tudo, era que foi feita em uma criança, com pouco mais ou pouco menos a idade de Lúcifer. Ao ver a criança pendurada com suas costelas abertas e os pulmões a mostra, Lúcifer imaginou que logo seria ele a está lá também, mas ao olhar de volta a criatura misteriosa não estava mais lá. Logo alguém ouviu os gritos autos e assustadores de Lúcifer, e de pouco a pouco a cena brutal foi se enchendo, e claro, sem mais nem menos começaram a culpa-lo. Ele ia ser apedrejado pelos demais, se não fosse a nobre alma que logo chegou para impedi-los.

-Parem, não vê que ele está tão assustado quanto vocês- gritou o padre Lutero- seus bastardos, não vê que não tem como uma criança ser capaz disso.

- Mas padre, ele não é uma criança- alguém disse.

- Sim! é apenas uma criança, seus bando de hipócritas. E deixem-no em paz, se qualquer coisa acontecer com ele, não só a ira de Deus cairá sobre vocês, mas a minha também, e eu garanto, vocês vão desejar nunca ter me irritado. Venha meu filho, vamos, eu o deixarei em casa.

Padre Lutero parecia um verdadeiro demônio quando estava irritado, e Lúcifer sentia cada vez mais afeição por ele, e parece que o padre tinha o mesmo por ele. Sentia-se mais filho do padre do que do seu próprio pai, que parece não está nem aí para ele.

O tempo passou desde o acontecimento. Lúcifer já era um homem, com 20 anos de idade e desde o ocorrido manteve um rancor contra os habitantes da cidade e os habitantes aumentaram o que já tinham. Só que Lúcifer era protegido do padre Lutero, então ninguém nunca mais ousara tocá-lo.

Com vinte anos de idade, Lúcifer queria ser independente, trabalhar, arrumar um lugar para morar sozinho, só que veio a sua mente que não teria uma alma viva que o daria emprego, só por medo de perder a alma. Mas tinha que tentar, foi sempre assim a vida toda. Então andando pela cidade viu um anuncio, numa oficina, sempre gostou de carros, então entrou, o dono e alguns funcionários, logo ficaram atiçados.

- O que você quer aqui- perguntou em voz alta o dono.

- O emprego.

- Não tem emprego aqui para você, saia agora.

- Não vou sair até você me escutar.

- Então vamos fale.

- Tá vendo aquela lata velha ali, seus garotos parecem está tendo problema para consertar, isso porque nenhum tem experiência em montar motor, e outra que é um motor extremamente antigo, que talvez nenhum deles tenham visto na vida, se eu consertar esse motor, então você vai me dá uma chance.

- Tudo bem.

Então Lúcifer começou. Ele podia não ser um ser sobrenatural com poderes mágicos, mas estava fazendo mágica no motor, que estava totalmente batido. Fazendo os garotos de assistente rapidamente consertou o motor velho e logo após o pôs para zoar.

- Para mim parece bom- disse um dos garotos.

- O emprego é seu- disse o velho- mas estarei de olho em você.

- senhor...

- Josemar

- Josemar eu agradeço muito pela oportunidade.

- Me agradeça fazendo um bom trabalho.

Então no outro dia Lúcifer começou. Senhor Josemar não o chamava pelo nome, não ousava fazer isso, e embora Lúcifer fosse dedicado, havia reclamações da parte dos clientes, dizendo que ele estava amaldiçoando o carro deles, então senhor Josemar explicou, que não tinha nada de errado com o Lúcifer, era um bom rapaz e um excelente profissional, e que qualquer coisa que acontecesse com o carro ele se responsabilizaria. Parece que no tempo em que Lúcifer passou lá, conquistou um pouco da confiança do senhor Josemar, já que esse estava rendendo bons lucros, senhor Josemar perdeu alguns clientes, porém como única grande oficina de carros da cidade ainda assim vivia lotada e Lúcifer era rápido e preciso, parece que nasceu para isso.

Lúcifer teve um pequeno desentendimento com um cliente, que o acusou de roubar peças, mas logo foi resolvido: Lúcifer mostrou que o carro já havia entrado sem elas. O cliente não pareceu muito contente e saiu.

Ainda era cedo da noite e Lúcifer estava na oficina, disfarçadamente um cerco para pega-lo foi formado, pelo cliente de mais cedo, que a proposito se chamava Tony, e alguns amigos, só de tocaia esperando o Lúcifer sair. Tony ouviu um barulho.

- Escutou isso?

- Não- Disse um dos amigos.

Então ele não se incomodou. Estava escuro então eles estavam usando lanterna. A rua estava vazia, não se via ninguém num raio de quilômetros de distância: Perfeito para matar o demônio da cidade. A lanterna começou a falhar, era pilha, Tony andava prevenido e ao ligar a lanterna era tarde demais, a espantosa figura, que mutilara aquela criança a anos atrás, estava bem a frente deles. Como qualquer um que se encontra frente a frente com o desconhecido, eles se apavoraram e cada um se espalhou correndo por suas vidas. A criatura correu atrás do Tony, pobre infeliz que já estava vendo o filme de sua vida passar nos seus olhos. Já cansado, eufórico estava tropeçando entre as pernas, um pequeno tropeço, do qual conseguiria se levantar facilmente, porém não mais, esse tropeço foi seu fim, a criatura o alcançou. Ela ficou o rodeando e encarando com aquela mascara mortualha tenebrosa, e seu desenho da cruz invertida, que assustava mais ainda. Tony não conseguiu conter o medo e gritou.

-Socooorroooooooo.....

A criatura tampou sua boca mais que depressa, era muito rápida e forte, mais do que um homem comum, e com uma voz gutural disse.

-Silencio, você nem começou a sofrer ainda.

Então com um gancho pontudo, como aqueles de segurar carne perfurou a garganta de Tony, e este começou a agonizar até morrer; depois com uma corda o pendurou em uma arvore e o deixou lá sem vida.

Na oficina Lúcifer tinha acaba de terminar o seu serviço e já estava de saída. Chegando em casa se encontrou com seu pai na estrada e perguntou.

- O senhor foi para onde pai?

- Estava apenas caminhando.

- Sei- disse meio desconfiado.

Entrou em casa, tomou um banho e foi direto para cama. E então começou a sonhar. Sonhou que estava em um lugar a céu aberto, e via uma linda garota amarrada numa arvore e via a criatura sinistra, o da máscara de mortualha. Ela então apontou para ele, pôs a mão na máscara e antes de tirá-la Lúcifer acorda, todo suado, o pesadelo pareceu muito real.

Ele se levanta, arruma-se e vai para o trabalho. Leva mais ou menos 15 minutos a pé de sua casa até a oficina. No caminho Lúcifer se encontra com Vitória, uma linda menininha que sempre o tratara bem e com educação. Lúcifer amava crianças, não tinham maldades e eram tão inocentes, e viam o que ele realmente era.

- Moço, moço, vai me dizer seu nome hoje.

- Hoje não dona Vitória.

- Por que? Você nunca me diz.

- Você não precisa saber, está bom assim.

- Pois está moço, até amanhã.

Foi só Lúcifer se distanciar um pouco, que tão rápido quanto um animal selvagem algo sequestrou a Vitória.

Um pouco mais tarde na oficina chegou a notícia que encontraram um corpo pendurado por um gancho numa arvore na mata. Pouco tempo depois confirmaram ser o Tony, o cliente que fez uma desavença com Lúcifer. Não demorou até a polícia ir lá na oficina atrás do Lúcifer. E eles estavam acompanhados de uma mulher não muito velha, perto dos trinta.

- Devolva a minha filha demônio- disse a mulher já chorando

- O que? Do que está falando?

- Minha filha, Vitória, você a levou.

- Tenha calma Senhorita Rosa- disse o policial- É rapaz, você foi visto andando com a menina Vitória hoje mais cedo.

- Sim e o que tem isso?

- Ela está desaparecida e eu soube também que você teve uma pequena desavença com o senhor Antônio, mais conhecido como Tony, que foi encontrado hoje brutalmente assassinado.

- Então vocês acham que foi eu... haha.

- No momento você é nosso principal suspeito, por isso peço que você nos acompanhe até a delegacia para o interrogarmos.

- Está bom, eu vou, quem não deve não teme.

Então foram para a delegacia e lá começaram a fazer as perguntas como onde ele estava ontem à noite mais ou menos tal hora e também que horas foi que ele viu a vitória hoje. Lúcifer respondeu tudo firme e de cabeça erguida, mas ainda assim ele ia precisar ficar sobre custodia da polícia. Ele foi posto numa cela com uma linda garota, ficou espantado ao lembrar daqueles lindos olhos azuis e cabelos loiros.

- Algum problema?- Perguntou a garota.

- Você é a garota dos meus sonhos.

- Fico lisonjeada em ouvir isso, mas já me disseram isso várias vezes, não cola.

- Não, é sério, eu sonhei com você.

- E foi bom ou ruim?

Pá, pá, pá! Foi o que eles ouviram, atrapalhando assim a conversa.

-Estamos sendo atacado por algo, preciso tirar vocês daqui. - Disse um guarda que estava nos dando custodia.

Assim que ele abriu a cela só deu tempo eles saírem que então apareceu bem na frente deles, atrapalhando o caminho, o cara da máscara mortualha. Lúcifer teve calafrios e lembrou daquele dia em que o encontrou pela primeira vez.

- Ei levanta, temos que fugir- disse a garota.

- Para onde? É o nosso fim.

O policial partiu para cima dele, derrubando-o.

- É nossa chance, vamos- disse a garota.

Então eles passaram por ele e fugiram. O pobre policial ficou a sós com a criatura sinistra, e que triste fim levou, a tenebrosa criatura banhou a delegacia com o sangue dos policiais ali presentes, os esquartejou e pendurou pedaços do lado de fora da delegacia, algo extremamente macabro e então saiu de lá.

Lúcifer e a garota, cuja o nome é Sarah, estavam fugindo desesperadamente. Pararam um pouco para descansar, quando perceberam não estava mais sendo seguidos, então Sarah ofegante.

- Que porra era aquilo?

- Eu não sei- disse Lúcifer também ofegante.

- Porra eu quase morri, quem é você?

- Prazer Lúcifer.

- Cara sem essa, para de brincar.

- Não é brincadeira meu nome é Lúcifer.

- Tá bem Sarah, isso só pode ser uma pegadinha, tu aqui no meio do nada fugindo de um maníaco mascarado e com um cara chamado Lúcifer. É isso deve ser um sonho, já que eu acordo na delegacia presa.

- Sinto muito, mas não é um sonho, e nós temos que ir agora, com certeza amanhã vão me culpar pelo o que aconteceu e aquele maníaco ainda tá atrás da gente.

Então eles correram mata a dentro, e estavam indo o mais longe que pudessem, até cansarem. Então pararam, já era noite, estavam cansados, sentaram se em baixo de uma árvore, então Sarah perguntou.

- Você se chama mesmo Lúcifer?

- Sim, está com medo?

- De você não, dá criatura sim.

- E você se chama Sarah.

- Sim, e você pode me dizer o que está acontecendo?

- Eu não sei, parece que uma menina, Vitoria seu nome, minha conhecida desapareceu e um cara morreu ontem à noite, assassinado.

- É por isso que estava preso?

- Sim, acho que você não é daqui, mas tudo de estranho que acontece, acreditam ser culpa minha.

- Por você ter esse nome.

- Sim, infelizmente esse maldito nome.

- Olha eu não sou muito religiosa, mas é um nome que mete medo.

- É eu sei, mas não se preocupe, é só um nome. E então, o que te traz a uma cidade sagrada dessa se não é religiosa.

- Minha família mora aqui, eu vim visita-los só que acabei armando um barraco só por dizer que ali que a santa maria é só um pedaço grande de gesso.

- Hahahaha! Você não tem juízo?

- Tenho, mas eu odeio essa caretagem, não aguento.

- Eu não tenho nada contra, cada um acredita no que quiser.

- Ah claro- falou ela num tom irônico

Os dois estavam muito cansados, então adormeceram e assim Lucífer começou a sonhar. Em seu sonho, sonhou com um espaço estranho em cima da serra do bode, que era chamada assim por sua grande estrutura parecer a figura de um bode. Lúcifer desde criança ouvia muitas histórias estranhas sobre lá e quase nenhum habitante de santa se arriscava a ir lá e quem arriscou nunca mais voltou. No sonho de Lucífer, ele via um altar de sacrifício e esse altar fica bem à frente do que mais se parecia uma igreja. Lúcifer foi em sua direção e entrou, bem lá no fundo tinha o altar, e viu o desenho da bela figura de um anjo, além também de coisas que ele nunca tinha vistos, tipo quadros de anjos caindo do céu, a figura de alguém arrancando as asas de um anjo e o jogando no submundo, e então Lúcifer sabia exatamente onde estava e era uma igreja satânica. Ele ficou um pouco assustado mas continuou em direção ao altar e pode avistar um livro aberto, nele tinha algo grifado.

Sete anjos de asas abertas, derramam seu sangue em solo sagrado e abençoado o menino Lúcifer será, com a graça de um anjo.

Então Lúcifer acordou de uma vez. Então veio à sua mente a criança morta quando ele era pequeno, e a figura sinistra falando que ele era o escolhido. Sarah então perguntou o que ele tinha.

- Eu tive um sonho, um sonho muito estranho, e bem real como o que eu tive com você... vamos temos que ir.

- Para onde?

- A serra do Bode, lá acho que teremos as respostas.

Então eles foram, rumo a serra do bode, e subiram. Era alta, parecia não ter fim. Lúcifer ia se perguntando se ele realmente era amaldiçoado, com tudo isso que estava acontecendo. Ele também estava se perguntando se tinha realmente uma igreja satânica em uma terra sagrada como santa. Então eles chegaram no topo, e era exatamente como em seu sonho, ele ficou até assustado.

-Você está bem?- Perguntou Sarah

- É exatamente como nos meus sonhos.

- Esse era o lugar do teu sonho? E mais importante, estávamos vivos no fim?

- Eu não sei, só vi um livro. Vamos entrar.

- Eu não entro aí nem a pau.

- Quer ficar sozinha aí?

Ela não teve escolha, teve que entrar com ele. Os dois entraram, e era mais tenebroso que no sonho dele. Era exatamente como no sonho, e então ele pode avistar o livro. Foi em sua direção, abriu, folheou as páginas e então pode avistar escrito e grifado, o mesmo ritual. Eles então ouviram um barulho, vindo do chão. Sarah soltou um leve grito, estava tremendo, Lúcifer se aproximou do chão e viu que era oco, mais que depressa abril e lá dentro estava a menina Vitória.

- Vitoria é você?

- Moço, o que aconteceu?

- Você foi sequestrada. Venha eu vou te tirar daqui.

Na hora que eles estavam saindo da igreja, apareceu abrindo a porta num estrondo, a criatura mascarada. Lúcifer tem pavor dela, então fica parado olhando ela vindo em sua direção. Sarah mesmo apavorada com um pingo de coragem parte em sua direção, mas a criatura a arremessa para longe com apenas uma mão.

- Sarahhhh!- grita Lúcifer.

Vitoria o abraça, e não o larga. A criatura finalmente chegou perto, e com sua voz gutural fala.

- Então escolhido, chegou o dia de você ascender e se tornar nosso senhor.

- Eu não sou ele, é um engano, eu sou apenas um humano.

A criatura então o sufoca, até ele perder a consciência.

Ao acordar Lúcifer, dá de cara com Sarah amarrada a uma arvore, olha então para a criatura, ela põe a mão na máscara, como no seu sonho, e a tira. Lúcifer não podia acreditar em quem estava vendo, ele ficou estupefato, essa é a palavra, o mundo dele havia caído, seus pés estavam sem chão, então ele escutou, aquela vós, de quem sempre cuidou dele, desde pequeno, e por quem sempre tivera uma grande afeição falando.

- Olá Lúcifer- Disse o padre Lutero- Eu falei que sempre te protegeria e cuidaria de você não falei.

- Padre Lutero, O senhor, o senhor é a tal criatura.

- Sim meu filho, eu sou seu protetor e você é o escolhido.

- Do quê, do que o senhor está falando.

- Antes dessa cidade ser o que é, houve uma Ceita satânica que cultuava aqui, mas então isso tudo virou uma sociedade religiosa e o pouco de nós que sobrou teve que se adequar a ela e viver nela. Com isso nós vimos uma oportunidade de cumprir o ritual.

- Que ritual?

- Você já deve saber. Eu e sua mãe somos descendentes dos povos antigos, cuja sua história e existência foi totalmente extinta, por nós mesmo, o que sobrou, foi só isso, e ninguém ousa vir aqui. Sua mãe foi a escolhida de ter o menino Lúcifer, e morreu cumprindo isso e minha tarefa era apenas cumprir isso. Te proteger e te instruir a fazer tudo. Não se preocupe, eu já matei as sete crianças, ao longo dos anos, ninguém nem percebeu, a não ser por aquela de anos atrás, eu queria mostrar um pouco do desespero que está por vir, para esse povo da cidade santa. Quero ver agonizarem, sem deus nenhum para salvá-los.

- Você é um doente.

- Eu meu filho, estou apenas salvando o mundo de todas essas pessoas podres e hipócritas. Você que sofre com a hipocrisia delas devia entender e querer se juntar a mim. Vamos, complete o ritual e ascenda como Lúcifer, o anjo caído que salvará o mundo.

Lúcifer começou a se debater dentro de si, sobre o que devia fazer, pois realmente não tinha a obrigação de salvar essas pessoas que sempre o trataram mal, porém ele acreditava que tudo aquilo era apenas loucura da cabeça do padre Lutero: Mas e se fosse verdade?

Então Lúcifer olhou para Vitória, uma pobre criança inocente, que estava no altar de sacrifício amarrada entre dois pilares e para Sarah amarrada e desesperada chorando, que embora soubesse o seu nome, havia ficado com ele até então. Então o padre Lutero, oferecendo um machado a ele disse.

-Vamos meu filho, pegue, e cumpra seu destino, abra as asas desse.

Lúcifer foi em sua direção, pegou o machado, e indo em direção onde vitória estava, segurou o machado firme com a mão e disse.

- Sinto muito, mas se existe o diabo, ele deve ficar no inferno.

Virou-se e jogou com toda a força que tinha o machado na direção do padre Lutero, e este o acertou bem no meio do tórax, fazendo-o ficar de joelhos e cuspir sangue.

- Por que?- disse o padre se esforçando- Nós salvaríamos o mundo, e você não ia sofrer mais.

- Porque se eu fizesse isso, eu seria o que eles sempre imaginaram que eu fosse, e o que eu não quero ser. Você foi o único em quem eu confiei, e em quem eu mais confiei era quase um demônio. Vá com Deus, ou com o diabo.

Então o padre Lutero pereceu. Lúcifer desamarrou Vitoria e logo em seguida desamarrou Sarah. Ela ainda estava em choque. O que havia visto era quase sobrenatural.

- Tudo está bem agora- falou Lúcifer tentando acalma-la.

Eles desceram e voltaram para a cidade e mais que imediatamente a população veio com várias pedras nas mãos para linchá-lo, porém vitória e Sarah se intrometeram no meio.

- Parem, vão matar o homem que salvou minha vida. - Disse vitória

Lá no fundo escuta-se um grito

- Vitoria minha filha, você está viva-Era a mãe de vitória.

Ela correu em direção a sua filha que disse.

-Sim mamãe, o Lúcifer me salvou do padre Lutero, que queria nos matar.

- Padre Lutero?

- Sim.

Então Lúcifer disse.

- O padre Lutero é responsável por todos os crimes que aconteceu.

- E como podemos confiar que vocês não eram cumplices- Gritou alguém no fundo.

- Eu mesmo o matei

- E eu vi ele fazer isso e nos salvar- disse Sarah

- Obrigado por salvar minha filha- Falou dona Rosa.

O delegado, Saveiro é seu nome, se aproximou.

- Então filho, você tem um corpo e testemunhas oculares que foi por legitima defesa, acho que você pode se livrar disso.

- O corpo está lá- apontou para serra do Bode.

- Meu Deus, o que aconteceu lá?

- O padre Lutero pirou, dizendo que ia trazer o demônio para a terra e que eu precisaria matar a vitória para isso, então eu fingi que ia fazer, peguei o machado que ele me deu e joguei nele, e isso o matou.

- Entendo filho, vou mandar pegarem o corpo.

Lúcifer sabia que ainda ia enfrentar muitos problemas por conta disso, mas estava feliz que acabou e que a Sarah e vitória estavam salvas. Sarah aproximou-se.

- Então meu herói, como posso te agradecer... ah já sei- então ela o beijou.

- Nossa tenho que te salvar mais vezes.

- E eu tenho que me expor mais ao perigo- os dois riram.

Lúcifer embora não tivesse ainda se livrado da perseguição da população, havia se tornado um herói, por ter salvo vitória e Sarah. Isso fez com que as pessoas começassem a se perguntar se ele era realmente mal só por causa desse nome. Começaram a deixar ele em paz e assim como os negros e também os gays, foram conquistando seu espaço no mundo, Lúcifer foi conquistando a cidade de santa, e não com reclamações ou desrespeito, mas sim com boas ações e sendo a ótima pessoa que ele sempre fôra.